Fayla Narrando:
Meu cérebro ainda lutava para processar tudo o que tinha me acontecido anteriormente, meu pulmão ardia buscando por ar e minha visão estava pouco nítida por conta das lágrimas que não paravam de descer. O desespero me sufoca.
Meu pai abre a porta de casa com a mão que não me segurava e todos entramos na casa.
Haelena: Nunca fomos tão humilhados como quanto hoje!- afirma impaciente.
John: Crianças vão para dentro!- ordena.
Eu podia ver a expressão de decepção em seu rosto, tudo por minha culpa. Antes de sair da sala me viro para os dois e sem esperar falo.
Fayla: Eu não queria que fosse assim, não queria que isso acontecesse... Eu não entendo o porquê de tudo de errado acontece por minha causa, perdoe-me!- digo com a voz embargada.
Haelena: Cala sua boca sua idiota, saia daqui!- se exalta.
John: Haelena!- meu pai a repreende.
Haelena: Se não fosse por você, nada disso estaria acontecendo... Seríamos felizes e naquela praça meu filho estaria assumindo como Alpha!- ela vem até mim e agarra meus braços com brutalidade.- Maldito dia que sua mãe surgiu em nossas vidas, aquela desgraçada!- uma raiva me consome ao ouvi-la falar de minha mãe.
Fayla: Não fala assim da minha mãe!- as lágrimas escorrem pelo meu rosto, mas dessa vez são consequência da raiva.
John: Já chega Haelena!- decreta a puxando para longe de mim me fazendo desequilibrar e caindo no chão.
Haelena: Ela precisa saber a verdade John, precisa saber como nossa vida foi desgraçada por aquela maldita vampira!- eu a encaro confusa sobre o que ela estava dizendo.
John: Cala a sua boca!- vociferou.
Haelena: Eu sabia... Você nunca a esqueceu, como pode fazer isso comigo?- sua voz sai falha e vejo lágrimas escorrendo em seu rosto.- Eu sempre te amei mas nunca foi o suficiente para fazê-lo esquecer daquela que acabou com a nossa família, e ainda por cima deixou o fruto dessa calamidade!- desabafa.
Fayla: Do que ela está falando?- pergunto confusa.
John: Fayla vá para seu quarto!- exige.
Me levantei e corri para meu quarto fechando a porta. Eu não podia mais escutar tantos insultos a minha mãe, eu posso não tê-la conhecido mas ainda assim sou sua filha e escutar tantas barbaridades sobre ela me provocada um ódio. Por outro lado, ela havia me abandonado condenando a mim a uma vida repleta de humilhação e desprezo, contudo eu não conseguia sentir raiva por sua pessoa, ela deve ter tido um motivo muito importante para fazer isso.
Eu não sabia nada sobre ela, nem seu nome e nem de vinha. E naquele momento eu precisava descobrir sobre ela. Espero a noite passar e assim que tenho certeza de que todos estão dormindo saio do meu quarto em direção ao escritório de meu pai.
Yumi: Tem certeza disso?- pergunta receosa.
Fayla: É a única forma de descobrir sobre minha mãe, eu mereço saber e se meu pai não quer me contar... Eu descubro sozinha!- digo já entrando no escritório.
Me direciono até a mesa de madeira de meu pai e começo a procurar pelas gavetas por qualquer informação sequer sobre minha mãe, retiro alguns papéis e quando iria colocá-los sobre a mesa algo cai do meio dele. Curiosa, pego o envelope e o abro revelando uma carta junto a uma pintura de uma jovem bem parecida comigo.
(Ilustração)
Pego o papel que estava junto a ela e começo a ler o que estava escrito.
"Querido John,
Meu direito de escolha foi lançado ao mar. Meu pai cercou-me para obrigar a mim e se livrar do nosso bebê, nunca o vi com tanta determinação em algo. Confesso que fiquei com medo de sua reação assim que o respondi, negando seu pedido infeliz. Jamais imaginei confrontar minha família desta forma, mas também devo pensar na vida em que está dentro de mim, ela não tem culpa de nada. Ontem peguei-me pensando em nomes, escolhi dois, Fayla para menina e John se for menino, em sua homenagem é claro.
Oh John, eu o amo muito e mesmo na incerteza que esta carta possa chegar a você. Quero que saiba que tudo o que mais desejo é que desejo passar meus dias ao seu lado para toda a eternidade. Aguardo ansiosamente para o dia que isso possa acontecer e que juntos criemos o fruto do nosso amor vivendo em paz num canto só nosso.
Com amor, Romana.
Ps: Peço de coração que se algo acontecer comigo, cuide de nossa filha com muito amor e carinho, lembrando sempre de nós dois juntos..."
Esta carta deixa claro que algo os impedia de estar juntos, para ser mais exata o meu nascimento era o problema. Encaro a pintura nas minhas mãos e a única coisa que consigo pensar é que todo esse tempo eu sou o impasse para a felicidade de todos aos meu redor. Talvez se eu não existisse tudo isso se resolveria e todos ficariam bem.
Guardo a carta de volta no envelope já a pintura guardo em meu bolso, organizo os papéis e os coloco no lugar novamente. Saio do escritório e vou até meu quarto.
Yumi: Vai mesmo embora?- pergunta enquanto guardo algumas coisas em uma mochila roupas, objetos pessoais, livros e etc.
Fayla: É a única forma de eu não estragar a vida de ninguém mais!- digo.
Abro a janela que fica do lado dos estábulos. Corro até lá e pego um cavalo. O direciono até a floresta e sem olhar pra trás me despeço da vila seguindo sem rumo em busca de uma nova vida mesmo que seja uma vida solitária, tudo era bem melhor do que a humilhação e rejeição que vivi todos esses anos.
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HÍBRIDA REJEITADA
Werewolf"Amor proibido é igual veneno: Se acabar provando... Pode acabar morrendo!" Uma guerra travada a séculos pelos dois maiores clãs do mundo sobrenatural, vampiros e lobos, não abalou um sentimento verdadeiro e forte entre dois seres pertencentes a ess...