•Capitulo Seis•

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Fayla Narrando:

Após os cuidados de Lyssa minha cura está completa. Durante o tempo que fiquei de repouso reparei na forma como eles tratam um ao outro aqui, como ela disse, no refúgio. Seres tão distintos vivendo em harmônia, era algo bem incomum quase impossível de se vivenciar.

Mesmo com toda a recepção e cuidados que tive aqui ainda preciso ter cautela. Não posso simplesmente me abrir com essas pessoas como se as conhecessem só por terem me salvo, sou muito grata, mas pela minha experiência vivendo em sociedade não possuo nenhuma expectativa. Quase sempre a decepção vem de onde a gente menos espera, vem daquela pessoa que pensamos que nunca seria capaz de tal atitude.

Por isso pretendo ir embora o quanto antes, voltar para a floresta e continuar com minha vida como era antes.

Lyssa: Tem certeza de que não quer ficar?- pergunta mais um vez.

Fayla: Não, pretendo voltar a minha casa ainda hoje!- digo terminando de vestir as roupas emprestadas por ela.

Lyssa: Fayla... Não deixe que o medo faça você perder uma oportunidade, agarre com todas as suas forças, pois quem foge do desafio nunca vence...- suas palavras são profundas e me deixam confusa ao mesmo tempo.

Deixo de lado suas palavras, me despeço dela e me direciono a saída do refúgio. Mas no meio do caminho minha visão começa a ficar turva, tento reagir mas meu corpo não corresponde aos meus comandos.

Yumi: Yla, o que está acontecendo... Não consigo controlar seu corpo!- revela assustada.

Forço meus olhos a continuarem abertos e logo avisto um vulto se aproximar de mim mas não o reconheço. Por fim perco totalmente meus sentidos, como se minha vida tivesse sendo levada de mim.

(...)

Não tenho ideia de quanto tempo fiquei desacordada. Até que sinto meu corpo ser chacoalhado violentamente. Com o passar do tempo pareço recuperar meus sentidos aos poucos, porém algo esta diferente. Minha garganta está seca, e uma sede irreconhecível me consome, eu desejava algo, sangue.

Fayla: Sangue... Sangue...- tento repetir mais alguma vezes mas a fraqueza em meu corpo é mais forte.

Escuto uma reclamação de dor de alguém. Sinto mãos abrirem minha boca e logo o gosto de um liquido repugnante desce em minha garganta, consequentemente começo a tossir repelindo-o. Entretanto aos poucos, o gosto começa a se tornar doce e meu corpo começa a restaurar sua força. O líquido parecia um elixir maravilhoso.

Klaus: Beba o suficiente!- ouço a voz de Klaus.

Abro meus olhos e o vejo ajoelhado ao meu lado, um de seus bracos servia de apoio para meu corpo enquanto o outro era minha fonte de força, fornecendo seu sangue. Sugo até sentir que estou saciada, mas assim que paro meu estômago fica embrulhado.

Fayla: Klaus!- exclamo, recuperando a consciência. Em um ato não pensado o abraço, ele mesmo confuso retribui.

Klaus: O que houve?- pergunta assim que nos afastamos.

Fayla: Não sei, de repente me senti mal e também uma sede por sangue... Nunca havia acontecido!- ele me ajuda a levantar.

Klaus: Para onde você ia?- questiona me observando.

Fayla: Eu estava indo embora!- respondo.

Klaus: Embora?- repete e eu concordo com a cabeça.- Não acho que deva ir, o que aconteceu agora pouco pode ocorrer novamente e talvez não tenha ninguém por perto!- fala evidentemente preocupado.

Fayla: E... Eu estou bem!- afirmo.- Seu braço!- ele estende o membro e é possível ver o processo de cura em funcionamento.

(...)

Após insistência de Klaus, voltei a sala de Lyssa para que ela possa me examinar.

Lyssa: Não se preocupe o que vou fazer é indolor!- ela posiciona sua mão em frente ao meu rosto e sussurra algumas palavras, examinando todo meu corpo cautelosamente.

Klaus: E então?- pergunta assim que ela termina o exame.

Lyssa: Incrível... Você é uma híbrida!- afirma surpresa.

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HÍBRIDA REJEITADAOnde histórias criam vida. Descubra agora