TREZE

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Anelise corria desesperada por entre as ruas de Romanov. Já fazia um tempo que rodava sem saber muito bem para onde ir. A sua loucura de fugir enquanto vários carros chegavam ao casarão não foi pensada. Ela só viu a oportunidade daquele gigante portão aberto por tanto tempo e os guardas ocupados com os visitantes, assim conseguiu uma brecha e passou se escondendo pelas laterais dos carros.

Agora pensava como faria a fim de ir para Brasov. Precisava chegar na sua igreja e receber auxílio para voltar imediatamente ao Brasil. Nunca mais colocaria os pés na Romênia. Porém, precisava de ajuda para isso.

— Me ajude a achar alguém, meu Pai! — Ela foi andando pelas ruas escuras e quase sem ninguém quando avistou um casal saindo de uma casa.

Ela imaginou que eles não iriam gostar de falar com uma estranha, mas precisava tentar. Não tinha outra escolha.

— Salut! — Ela chegou perto e saudou o casal com a única expressão em romeno que aprendeu.

Lise tentou fazer a expressão mais calma possível, pois não queria assustá-los. Ela perguntou se eles falavam inglês e a mulher assentiu.

— Vocês poderiam me dar uma carona, por favor? Eu sei que isso é bem ruim e um tanto assustador. Mas eu preciso voltar para Brasov. Eu faço parte de uma igreja e ao chegar lá vocês podem confirmar com o pastor.

Eles perguntaram o que ela fazia ali e Anelise declarou ter ido com um amigo, mas se perdeu. Não podia contar toda a sua assustadora história. Ela suplicou a Deus para que eles a ajudassem.

— Talvez Brasov não seja o caminho de vocês, mas só de me levarem até uma parte fora de Romanov já seria ótimo. — Ela entrelaçou os dedos como um pedido.

— Ajudaremos você! — a mulher disse depois de conversar com o homem. A senhora tinha uma expressão compadecida, embora desconfiada.

— Eu não tenho palavras para agradecer. — Anelise quase reverenciou o casal, mas se segurou e entrou na parte de trás do carro com ansiedade.

O casal foi se comunicando em romeno e o homem vez ou outra olhava para Anelise com desconfiança. Eles saíram da rua e entraram na estrada principal, quando Anelise avistou vários homens de preto espalhados, olhando de um lado para o outro à procura de alguém. Ela sabia que estavam atrás dela.

Anelise se abaixou fingindo está amarrando os tênis até que o carro se afastasse. Então, levantou a cabeça e olhou para a traseira do veículo e, para seu completo horror, um daqueles homens a avistou. Seu coração só faltou parar de tamanho assombro. O carro se afastou mais e Anelise se convenceu de que estava distante o suficiente e ele não podia ter a reconhecido.

Uma hora e meia depois, o carro foi chegando em Brasov. Anelise nem podia conter tamanha felicidade ao saber que chegaria na sua igreja. Enfim, estava realmente livre. Desejava chorar livremente, mas segurou o choro. Ela foi guiando o casal entre as ruas e assim que eles viraram na esquina da pequena congregação, no início da rua, viram uns quatros homens parados ao lado um do outro como uma muralha.

Não!

Aquilo não podia estar acontecendo!

Oh, misericórdia divina!

Um daqueles homens de terno preto, com postura austera se aproximou do carro e olhou para dentro dele. Anelise sentiu o sangue congelar, quando ele pousou seus olhos nela.

— Boa noite! — O homem disse com a voz soturna. — Vocês não podem passar.

— Por que não? A rua é pública, não é? — O motorista do carro indagou.

Se Ficares AquiOnde histórias criam vida. Descubra agora