VINTE E CINCO

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O amanhecer para Anelise trouxe consigo recordações da noite anterior e, principalmente, do abraço em Dan. Aquela foi a primeira vez que tiveram um contato mais íntimo, mas a jovem não se sentiu mal por isso.

Seu coração ainda estava confuso, tinha que ser honesta, mas a conversa sobre casamento com seu futuro marido lhe deu mais firmeza sobre suas decisões. Ela ainda meditava naquelas questões quando ouviu uma batida em sua porta. Ao mandar entrar, logo o rosto de Grace apareceu.

— Como está a futura senhora Brassard? — Grace tinha um sorriso no rosto.

— Um tanto pensativa sobre tudo que viveu ontem. — Ela se sentou e chamou a amiga para mais perto. — Sabe, Grace, ainda sinto como se tivesse sendo observada a cada momento. Alguns desejando minha cabeça rolar. Admito que quis fugir, mas sabia que era só o medo tentando me vencer.

— Um dos seguranças me contou os ocorridos. Seu noivado começou alterando a dinâmica da casa, pois Geórgia viajou logo ao nascer do sol.

Anelise não acreditou. O ódio de sua futura cunhada era tão grande a ponto de não tolerar mais a presença dela? Por que isso? Anelise até poderia compreender no início, quando a mulher desconfiasse dela por ser filha de um inimigo, mas após tudo isso ser explicado sua ira ainda prevalecia. Não tinha sentido.

— Infelizmente, ela me odeia mesmo.

— Não ligue para Geórgia. Sempre foi acostumada a ter tudo que queria. Sua presença trouxe uma rivalidade mesquinha da parte dela. Por não ser mais a número um. — Grace soltou uma risada, como se estivesse satisfeita com aquilo. — Agora vamos!

— Para onde?

— Então, futura sra. Brassard, a partir de hoje você sairá desses aposentos, indo para um quarto maior, afim de se preparar para seu casamento. — Grace se levantou e seguiu para o guarda-roupa da jovem. — O clã tem algumas tradições de pré-casamento que você precisa cumprir.

Anelise se levantou com os olhos crispados e as mãos na cintura, desejando entender tudo aquilo.

— Que tradições?

— Primeiro você vai ter que mudar algumas de suas roupas, pois para acompanhar o Kafa tem que estar de acordo com a ocasião. — Grace foi jogando as calças jeans, os moletons e as jaquetas na cama.

— Mas eu gosto das minhas roupas. Elas dizem sobre quem eu sou.

Grace se virou para ela e sorriu.

— Sobre quem você era. Agora precisa de novas vestimentas, mas eu prometo que vamos preservar seu estilo. — A governanta olhou para os lados e mordeu os lábios. — Vou falar para uma das emorgadas tirar seu objetos pessoais e levá-lo ao novo quarto. Agora tenho que arrumá-la para o café da manhã. Seu noivo e seu futuro sogro a esperam.

— O que? Eu achava que ia continuar comendo aqui como todos os dias. Eu gosto desse momento sossegado do amanhacer.

— Mas uma nova coisa para se acostumar. O Kafa estabeleceu para nós que todas suas refeições serão junto a ele a partir de agora. Então, temos que nos apressar.

Grace preparou Lise com um vestido e jaqueta, uma botinha de couro, os cabelos semi presos, e uma cor nos lábios. Anelise não estava preparada para uma mudança tão brusca assim em seus dias, mas sabia que conseguiria vencer. Não podia fazer corpo mole.

Ao finalizar a arrumação, elas desceram para o café da manhã que estava sendo servido na parte da varanda externa da casa. A paisagem era bela, o vento fresco saudava a todos e assim que apareceu dois pares de olhos a encontraram.

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