— Se controle, Martin! — Dan proferiu firme e tirou as mãos do amigo de seu colarinho. — Você é meu amigo, mas não ultrapasse os limites!
— Eu quero saber o que está acontecendo pra você prender uma menina inocente aqui? Você já viu o estado dela? — Martin falou exaltado, apontando a porta com as mãos, como se indicasse Anelise.
— Quando você sentar e se acalmar a gente conversa igual dois adultos. — O líder do clã indicou a cadeira a frente de sua mesa para o amigo, sentando-se na sua própria poltrona atrás da escrivaninha.
Martin se sentou e, balançando a perna insistentemente, exprimiu:
— Anda, desembucha!
— Eu já disse pra você se acalmar e falar direito comigo. Suas emoções fora de controle podem só piorar a situação da Anelise — Dan expressou e recostou-se na cadeira. — Tudo que ela precisa agora é de alguém que aja com sabedoria e razão.
Martin tomou uma água que estava sobre a mesa e respirou fundo, buscando se tranquilizar. Feito isso, olhou para o amigo como se pedisse que lhe desse uma explicação.
— Eu não sequestrei a Anelise, foi o Narcís. Ele estava atrás da filha dos Clinfford. Lembra deles? — ele perguntou e Martin assentiu. — Então, buscando vingança, aquele sem-juízo mandou seus capangas sequestrarem a filha mais nova deles. Mas, se enganaram e pegaram a garota errada. Anelise chegou aqui assustada e dizendo não ser quem pensávamos.
O líder dos Brassard afrouxou a gravata e coçou a garganta, antes de voltar a olhar firme para Martin.
— Óbvio que eu achei aquela história toda estranha e mesmo que fosse a filha dos Clinfford, o que o Narcís fez não tinha escrúpulos. Então, comecei a buscar sobre a identidade da Anelise e descobri que realmente veio do Brasil com um grupo missionário. Porém, a confusão estava feita e você sabe as regras do clã.
— Regras estúpidas! Vocês vão matar uma menina inocente por um erro do idiota do Narcís? Ele que devia ser morto! — Martin esbravejou.
— A Anelise não vai morrer, Martin. Eu não vou permitir, pode ter certeza! — Dan respondeu resoluto, com a mão pousada na mesa de modo firme.
— E o que vamos fazer? — o jovem loiro indagou.
— Vamos? — Dan o mirou com estranheza.
— Claro! Você não pensa que eu vou me afastar da Ane, não é? Vou procurar um jeito de livrá-la de vocês.
— Você fala como se eu fosse o vilão dessa história. Por acaso acha que se eu pudesse já não tinha a deixado ir? — Dan apelou para a consciência do amigo e sua voz ficava cada vez mais grave.
Em todos aqueles anos de amizade, ele não o conhecia?
— Desculpa, Dan! Estou nervoso com tudo isso. Sei do seu caráter. Mas, como Kafa, você não tem poder de fazer nada? — Martin perguntou, dessa vez com a voz mansa.
— Eu não posso mudar as tradições do clã. Que são claras quanto a alguém adentrar nosso meio e souber o mínimo possível sobre nós. Não podendo essa pessoa sair viva do país — ele disse e suspirou pesadamente. — No entanto, estou lendo com calma o livro das tradições e tentando achar uma solução. Mas, tenha certeza que não vou deixar ferirem aquela menina. — Olhou fundo nos olhos do amigo, que se encontrava num estado de puro nervos.
Eles ficaram por algumas horas no escritório lendo as leis e tradições e buscando uma solução, mas até o momento suas buscas foram fracassadas. De repente, quando olhava pela janela a luz da lua, Martin teve uma ideia:
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Se Ficares Aqui
RomansaLonge do seu país, Anelise vê seu mundo ir ao chão quando é sequestrada pelo clã Brassard. Ela tenta de todas as formas fugir, porém seus planos são frustrados. E o único lugar em quem buscará segurança é no homem que deveria odiar. Mas muitos acont...