Mamãe me observa triste com meus problemas, sabendo muito bem de onde vem.-- Se você quiser voltar para a cama, pode. Vou ficar bem, isso não é novidade para mim. Estarei acordada quando você acordar.
Mamãe balança a cabeça e boceja, dando tapinhas em meu ombro enquanto volta para a cama. Apago a luz da cozinha e acendo um dos abajures da sala. Olhando para meu laptop do outro lado do sofá, minha curiosidade está queimando. Quero saber mais sobre o que diabos está acontecendo comigo, pelo menos saber que alguém está vivenciando o que estou.
No final, é tudo uma tentativa perdida. Agora, no meio da manhã, mamãe acordou novamente, ela prepara um café para nós e coloca uma caneca grande na minha frente.
-- Eu coloquei o creme de abóbora que você gosta. -- Ela sorri.
-- Obrigado. -- Bocejo antes de beber com cuidado. -- Quando você está pensando em decolar? Olho para ela por cima da minha caneca.
-- Você me preocupou ontem à noite. Isso me fez não querer ir a lugar nenhum. Você não precisa ficar aqui se isso desencadear coisas para você. -- Ela toma um gole de café, os dedos correndo nervosamente pela caneca.
-- Vai ficar tudo bem, mãe. Não é nada que eu não possa lidar. Já lidei com isso por tanto tempo.-- Dou um meio sorriso para lhe dar alguma segurança.
-- Provavelmente sairei daqui à tarde, não devo demorar muito para chegar lá.
A partida da mamãe foi agridoce, eu a amo, mas quando ela se preocupa ela vai embora. Fiz tudo o que pude para mostrar a ela que tudo ficaria bem e a noite passada foi apenas uma noite ruim para mim.
Nas semanas seguintes, fico preso no fluxo de trabalho, jantar e tentar dormir, depois faço tudo de novo. Estranhamente, consegui dormir bem, meu sonho ainda foi dominado pela aparição da máscara branca. Mas assim como as memórias dos meus sonhos desapareceram, os pensamentos daquela coisa também desapareceram.
Ocasionalmente, em meus periféricos, eu captava sombras e vislumbres. Em cada reflexo, janelas, espelhos, água, tudo isso. Quando as noites eram difíceis eu sempre sentia uma presença comigo, e à medida que essas noites se repetiam percebi que não era o ser do Sono mascarado de branco, era aquele que conheci na sala antes de mamãe ir embora.
Minha curiosidade nunca cessa, principalmente com o maior número de ocorrências que aconteceram. Preciso saber o que está acontecendo e quem são esses seres. Finalmente vou abordar o assunto do homem mascarado com Lawrence. Nós andamos na ponta dos pés em vários compromissos, ele ainda não me deu muito o que fazer.
Lawrence melhorou um pouco, consegui até diminuir a medicação. Acho que ele está aceitando que sua esposa se foi e processando isso.
-- Ah, boa tarde, doutora! -- Ele entra na sala e se senta lentamente no sofá.
-- Boa tarde, Lawrence.-- Sorrio enquanto pego minha pasta e prancheta.-- Diga-me como estão as coisas desde a semana passada.
Ele pondera seus pensamentos por um momento e depois acena com a cabeça.
-- O sonambulismo parou. Tem sido bom me sentir bem descansado nas últimas semanas. Não tenho tido pesadelos nem nada parecido. Os exercícios antes de dormir que você me fez fazer estão ajudando imensamente.-- Ele faz uma pausa e pensa em mais coisas para me dizer.
-- Você não mencionou nenhum pesadelo. Você tem visto alguma coisa enquanto está acordado? Lembro que você mencionou ter visto um homem mascarado antes. Nada disso também? -- O rosto de Lawrence cai e ele parece um pouco derrotado.
O que estão achando?
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Insônia | deus do Sono
FanficAshley Bianchi é uma terapeuta do sono que está lidando com a perda de seu pai. Após sua morte, ela ficou com uma terrível insônia. Ela tenta ajudar seus pacientes da melhor maneira possível, enquanto mantém uma vida normal. Mas será que ela consegu...