CAPÍTULO 27| Pobre Alma

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O pátio para onde saí estava morto e seco, você poderia dizer que já houve um lindo jardim exuberante. Mas agora são apenas as plantas mortas penduradas e murchas nas cercas e nos canteiros. Isso obscurece minha visão de qualquer coisa do lado de fora do quintal. Ainda nada me é familiar, então saio do pátio, seguindo o som da água. É uma praia, estamos na areia e não há mais nada por perto, até onde posso ver.

O sol estava se pondo no horizonte deixando aquele brilho rosa laranja no céu. Ando até a praia, até que a casa fica pequena ao longe. Sentando-me na areia, olho fixamente para as ondas selvagens se agitando e espirrando ao pôr do sol. Meu peito aperta enquanto lentamente começo a perceber o que me tornei. O vento chicoteia meu cabelo no rosto e eu abaixo a cabeça, afundando as mãos e os pés na areia escura e molhada.

Não sou apenas um ímã, sou um recipiente híbrido. Não sou mais tão diferente de Dante, só que não sei bem o que acontecerá depois de fazer o que é exigido de mim. Quando tiro as mãos da areia, vejo que meus dedos começaram a ficar pretos. Foi a areia?! Puxando meus pés eu posso ver que eles estão normais, isso tem que ser alguma parte de mim agora. Lentamente eu giro minhas mãos para ver o preto descendo pelos meus dedos e nas costas das minhas mãos. Lambendo um dedo, eu o arrasto pelo preto para ver se sai, mas não mancha. Não o ouvi vindo por trás, mas Dante agora está sentado ao meu lado na areia. Escondo minhas mãos sob a areia novamente suspirando enquanto olho para o pôr do sol.

-- Isso nunca vai definir, vai? -- Eu pergunto, apoiando-me em minhas mãos.

-- Não. -- Ele simplesmente responde.

Ele está olhando para mim, mas mantenho os olhos para frente, semicerrando os olhos por causa da claridade. Sentamo-nos juntos observando as ondas chegarem à costa, lentamente a maré subindo até a ponta dos pés à medida que ficávamos ali sentados. Agora há uma sensação de calor envolvendo minha mão direita. Dante  afundou a mão na areia para segurar a minha.

-- Estarei com você para sempre, até que estejamos enterrados abaixo da terra assim. Você não precisa ficar sozinha nisso. --  Ele aperta minha mão, sua voz sincera rompendo o som das ondas quebrando.

Sinto-me dominada pelas emoções, meu peito se enche de um sentimento que não consigo descrever. Parecia que alguém estava com a mão em volta do meu coração, apertando suavemente. Retirando minha mão da dele e da areia, eu me levanto. A voz daquele outro Dante  dentro da minha cabeça me obriga a ir embora, de volta para casa.

-- Você é uma pobre alma equivocada se acha que ele algum dia amará algo como você. Patética! Fraca!

Agarrando os lados da minha cabeça, continuo em direção à casa agora chorando. A sensação em meu peito está ficando cada vez mais difícil de suportar à medida que me aproximo de casa. Há quanto tempo estou longe da minha casa, do meu trabalho, de tudo isso? Quando poderei voltar ou esta é minha casa? Agora, apertando meu peito, bati nos joelhos. Onde Dante puxou aquela sombra de mim começou a queimar muito.

Dante já está na minha frente, com os braços em cada lado dos meus ombros. A queimação desaparece lentamente, a dor diminui e me dá a capacidade de pensar novamente. Minha cabeça repousa fracamente contra a máscara de Dante. Ser assim fez com que minhas lembranças da outra noite voltassem para mim. Estar nos braços de Dante, extravasando meus sentimentos para ele.

-- Sinto muito. Sinto muito por tudo isso, eu nunca deveria ter... --  Eu me impedi de dizer o que pensei.

-- Venha agora, pare com isso. --  Dante leva a mão à minha boca.



 --  Dante leva a mão à minha boca

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Eu não tô aguentando, esse calor tá me dando crise de ansiedade, minha cabeça tá explodindo de dor e tô tomando mais de três banhos ao dia 😭 tá tudo quente.

Vou postar mais capítulos, se eu demorar é pq tô muito mal ❤️

Insônia | deus do Sono Onde histórias criam vida. Descubra agora