CAPÍTULO 23| Morra

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Não há competição em nossa força, ela me pegou pela garganta contra a cabeceira da cama. Minhas mãos procuram qualquer coisa que eu possa fazer para afastar a sombra. De alguma forma, fiquei numa posição pior, deitada na cama. Minha garganta está sendo esmagada, mas o brilho na minha visão periférica me lembra. Eu estava dormindo com aquelas adagas.

Em meu último suspiro, consegui esfaqueá-lo e colocá-lo sob sua máscara. Gritando e chorando, a coisa se contorce e tenta agarrar a adaga. Chutando no peito e longe de mim. Minha voz muda e eu grito os cânticos para purgar essa coisa. Meu medo é substituído pela raiva e eu gesticulo e grito com mais força.

Seus punhos caem juntos nas minhas costas, me derrubando no chão. Ofegante ainda mais para recuperar o fôlego, ainda me levanto e continuo a lutar contra isso. Arrancando a adaga de sua mandíbula, eu o apunhalo no peito. Minha raiva e adrenalina estão tomando controle de mim. Mais uma vez, ele grita e se agita antes de me jogar de volta na cama.

-- Morra, porra! Deixe-me agora!

Eu enfraqueço e caio para frente. Em vez de cair no chão, bati em alguém. Num borrão de movimentos, a sombra desaparece. Não consigo falar, nem mesmo pensar em nada. Só de saber que estou seguro, minha mente se desliga, me forçando a descansar. Antes de desmaiar completamente, ouço meu nome em uma voz familiar.

Há um brilho de luz que posso ver por trás das minhas pálpebras. Quanto mais meus sentidos chegam até mim, começo a sentir calor no rosto e o cheiro. O cheiro forte de fumaça, é um incêndio que estou diante. Algo bloqueia a luz e me faz pular na cadeira. Estou sentada em uma cadeira curvada para frente, não importa o que eu faça para abrir os olhos ou me mover, estou presa.

Minhas mãos apertam os apoios de braço e tento me mover novamente, mas estou amarrado à cadeira. Há restrições em meu peito e cintura, até mesmo em meus braços, pulsos e pernas. No que eu me meti agora? As sombras não são suficientes? É então que uma dor lancinante irradia pelo meu corpo e eu grito, me debatendo na cadeira.

-- Ahh! Faça isso parar! Faça isso parar!

Todo o meu corpo treme e quando a dor finalmente cede, caio para frente. Meu soluço ecoa pela sala, não há nada que eu possa procurar para ajudar a aliviar esse pavor em meu peito.

-- Eu sei que alguém está aqui, então diga alguma coisa! Que porra você está fazendo comigo?!

Continuo deixando minhas emoções transbordarem. Ninguém responde, mas ouço-os se mover, depois os sinto bem ao meu lado.

-- Por favor, deixe-me ir. Já estou fodida o suficiente, encontre outra pessoa. -- Eu imploro, agora balançando ansiosamente.

Uma mão chega ao lado do meu rosto, embalando-o suavemente e depois se afasta. Quem? Espere... O som de uma respiração instável faz meu peito apertar. Antes de ouvir mais, sinto-os recuar.

-- Por favor, p-por favor, não faça nada comigo. Eu tenho alguém - eu... Apenas me deixe ir, sou um inútil. -- Eu imploro mais, começando a entrar em pânico pensando que provavelmente nunca mais verei Dante.

A dor lancinante começa novamente e eu luto contra minhas restrições. Minhas costas se afastam do encosto da cadeira. Não consigo superar esse último influxo de dor, solto um grito e desmaio novamente.



 Não consigo superar esse último influxo de dor, solto um grito e desmaio novamente

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Eita como sofre 🙃

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