Insônia | deus do Sono

CAPÍTULO 25| Imortalidade

Os sinos começam a tocar na minha cabeça, então fico imóvel e espero para ouvir o que o Sono quer de mim.

-- Minha filha, desta vez você pode não conseguir. Resiliente ou não. Eu lhe disse que não era imortalidade.--  O sono parece um tanto triste. -- Você é como um ímã, mas simplesmente não consegue lidar com o que está ligado a você. Especialmente esse demônio. Até meu Receptáculo está lutando. Como você conseguiu lidar com isso por tanto tempo, estou impressionado.

As palavras de Sleep me fazem olhar para Dante, ele está no chão com a sombra sobre ele. Está rindo loucamente por cima dele, dando socos em seu rosto sem parar. Não, eu não posso morrer. Virando de bruços, coloco os pés embaixo de mim e me levanto. O sono faz algum tipo de som, não sei se ele está impressionado ou se está rindo do meu desespero.

-- Você vê a arma ao lado de Dante? -- Ele pergunta.

-- S-Sim. -- Eu tropeço em direção a Dante.

-- Pegue-o e dirija-o até o meio daquela coisa miserável. Já acabe com isso. -- Ele agora parece enojado.

Respirando o máximo que posso para me acalmar, corro para o lado de Dante e enfio a arma profundamente no centro da sombra. É o mesmo que estava no meu quarto! Ele grita comigo, me jogando de volta para o outro lado da sala ao lado da lareira. Minha cabeça bate na lareira e sinto o sangue começar a escorrer pelas minhas costas. Nada como me foder ainda mais. Eu vejo Dante acabar com a sombra, desta vez ele está por cima, apunhalando-a novamente no centro.

A sombra se dissipa e Dante fica de joelhos. Suas costas arfando por estar sem fôlego. Então ele finalmente olha para mim, meus olhos não o abandonam. Ele corre até mim e segura minha cabeça, puxando a mão para trás para olhar o sangue.

-- Eu... pensei que ele tivesse... você ali. Por um momento pensei que você realmente tivesse. --  Eu sussurro fracamente, olhando para sua máscara.

-- Shh-não fale, economize suas forças. Durma! Eu-eu te imploro! Senhor! -- Dante se curva ao meu lado, com a cabeça no chão. Colocando minha mão em suas costas fecho os olhos, relaxando meu corpo cansado.

-- Você não precisa se preocupar, Dante. Ela ficará bem. Ela não hesitou em cumprir seus deveres para comigo. -- O sono tranquiliza Dante e então sinto sua presença desaparecer.

-- Ashley? Olhe para mim.--  Dante embala meu rosto.
Mas mantenho os olhos baixos e choro, não sei mais o que fazer. Meu cabelo está colado no rosto e estou coberta de suor, encharcado na roupas.

-- Ashley, por favor. -- Seus polegares enxugam minhas lágrimas.

Inclinando-me para frente, minha cabeça descansa em seu peito. Estico meus braços até seu rosto, derrubando sua máscara ao ouvi-la deslizar pelo chão. Minhas mãos seguram seu rosto e sinto lágrimas caindo de seus olhos.

-- Eu não vou olhar. E-eu não vou. Por favor, não desapareça. --  Eu choro.

-- Estou aqui, não irei a lugar nenhum. --  Ele me segura contra ele, sua outra mão puxa meu cabelo do rosto, colocando-o atrás da minha orelha.

Depois de me abraçar por um momento, ele se inclina e beija minha testa, deixando seus lábios permanecerem ali. Os sentimentos que tenho tomam conta do meu corpo e me deixo senti-los livremente. Se Dante puder realmente sentir o que sinto, isso explicará mais do que palavras jamais poderiam.

Meu grito alto me faz pular do sono, meu coração está batendo forte no peito. Tudo o que acordei é desconhecido. Este lugar está degradado e em ruínas. A cama em que estou é nova e macia, como se tivesse caído no meio do quarto. Posso ouvir o barulho de botas vindo em direção à porta.

Como é que acabei aqui? Lembro-me de conversar com Sleep, mas depois disso fica confusa. A porta se abre rapidamente e vejo Dante vindo em minha direção.

-- Ashley -- Ele respira como um suspiro de alívio.

-- S-Fique para trás! -- Eu choro segurando minhas mãos para cima.

Minha mente volta para Dante agarrando meu rosto, me dizendo que ele faria o que fosse necessário para limpar a sombra de mim. Quando olho para ele novamente, sua máscara muda de vermelha para branca. Mais uma vez minha mente volta para o Receptáculo de máscara vermelha me segurando e me sufocando.

-- Ash...--  Dante dá mais um passo em minha direção.

-- Por favor! Por favor, não consigo descobrir quem você é... não sei em que confiar. -- Cubro meu rosto, balançando a cabeça.

Dante continua até a beira da cama e depois se ajoelha com a cabeça baixa e as palmas das mãos abertas.
Deito-me observando-o com atenção. Seu corpo se move lentamente para cima e para baixo a cada respiração que ele respira. Ele não fala, nem tenta olhar para mim, de vez em quando eu cochilava observando-o.

Sleep ( Sono ) é bonitão né? Ninguém diz que esse gostoso tem mais de 200 anos ☺️ um mingauzinho de aveia 🤤