Cap. 5 - Amigos

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"Cê me chama de amigo

Mas que amigo é esse que rouba a minha lucidez?

(Olha pra mim - Diego Martins)


O dia amanheceu bastante quente.

Amaury tinha acordado antes das seis para se organizar, teriam algumas gravações de cenas externas em algumas plantações de fazendas vizinhas à pousada, tomou café com Bárbara Reis, Tony Ramos, Cauã Reymond e Johnny Massaro e em seguida saíram para campo, ele ainda estava em estado de encantamento absoluto por ter a incrível oportunidade de atuar ao lado de Tony Ramos, diretamente ao lado dele, no início da novela, dos roteiros que já tinha recebido, 95% das cenas dele eram com o renomado ator, uma oportunidade de ouro.

Enquanto se deslocavam na van, o pensamento dele teimava em voltar para a cachoeira, tinha dormido atormentado naquela noite, era princípio de paixão, ele é uma homem mais velho e experiente na vida, estava bastante consciente do que começava a se agitar dentro dele, não sabia se poderia evitar, ou melhor, se queria evitar.

Diego acordou por volta das nove e meia, ao contrário de Amaury, ele tinha dormido tão logo sua cabeça encostou no travesseiro.

O primeiro pensamento que teve enquanto escovava os dentes foi a lembrança da proximidade de Amaury agarrando sua cintura, respirou fundo, tentando afastar as lembranças.

Olhou-se no espelho, os olhos tinham aquela tonalidade de mel engarrafado estavam brilhando muito:

- Ai, Diego, para com isso, idiota! - advertiu para seu reflexo no espelho - No início do projeto, isso não pode acontecer agora. Inferno! Inferno! Para de pensar nele, para, caralho. Só para! Kelvin é do Ramiro. O Kelvin! Se segura, bicha, dá uma segurada. Pelo amor de Deus!

Depois do leve surto, fez a sua skin care que garantia aquela pele perfeita e iluminada e foi tomar o café da manhã, ou o que tinha sobrado dele, dado o horário que o querido acordou.

Tatá estava sentada numa mesa bebendo café, enquanto rolava o feed do Instagram, quando o viu fez sinal pra ele sentar na frente dela.

Diego amava Tatá, era uma grande amiga.

- Bom dia, lindo!

- Bom dia, gostosa. Como está o pé?

- Cara, tô cem por cento, mas a bunda tá doendo pra cacete. Voltando pra casa, Rafa, tá interditado de pegar na minha bunda.

Diego, gargalhou.

- Que pena.

- Ah, sim, pegar na minha bunda é um privilégio. - ela sorriu, mas mudou o tom: - Quero te dizer que eu não vi nada além de pedras naquela cachoeira ontem, ok? Eu sou meio louca, mas jamais abriria o bico sobre isso.

- Eu te agradeço, amiga. Mas, foi o tipo de coisa que acontece sem a gente planejar e enfim... Foi uma puta cagada. - ele finalmente deu vazão ao desespero, apoiou os cotovelos na mesa e enfiou as duas mãos nos cabelos.

- Pô, mas que cagada gostosa, amigo, olha eu mal conheço o Amaury, porém, não sou cega e ele parece ser um amor. E você não parecia estar lá contra a vontade.

- Ai, Tatá... Ele vai ser meu par, a gente tá começando a novela agora, se a gente começar a ter qualquer coisa, isso vai prejudicar em algum momento, pode vazar na mídia, a gente vai ter que dar satisfação, se a gente brigar, vai fuder todo o desenvolvimento dos personagens. É uma péssima ideia, já passei por isso de me envolver com parceiro de cena, tenho trauma, todas as vezes eu me fudi.

Duas vezes vocêOnde histórias criam vida. Descubra agora