Cap.37 - O beijo histórico

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N/A: Esse é o capítulo que surgiu na minha cabeça e que atrasou o penúltimo capítulo, eu precisei escrever sobre esse dia específico, então, aí está, espero que gostem.

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"Sim, desde que eu te vi, eu te quis
Eu quis te raptar
Eu fiz um altar
Pra te receber
Como um anjo que caiu lá do céu
Não estava voando
Andando, distraiu-se
Sim, e agora
Eu quero voltar lá do céu
Eu quero estar de volta
Eu quero ter você quando estiver de volta
Eu quero você para mim..."

(Sim - Nando Reis e Jão)

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Amaury estacionou em sua vaga habitual dentro do Projac, desligou o carro e encarou Diego, ele estava olhando catatônico para o painel, um olhar distante e apreensivo.

— Meu amor, divide comigo o que está se passando nessa cabeça.

Diego olhou-o lentamente e respirou fundo, soltando o ar devagar.

— Hoje é um dia muito importante pra comunidade LGBT, meu bem, esse beijo vai mudar pra sempre a nossa vida e as vidas de muitas pessoas. Temos que ter todo o cuidado do mundo. Sei que a gente já conversou até a exaustão sobre essa cena desde que ela chegou nas nossas mãos, mas, não consigo evitar o nervosismo.

— Eu também estou nervoso, mas, Di? É a gente, meu pequetito.

Diego sorriu, a última palavra, o coração dele sempre cantava no peito quando Amaury falava daquele jeitinho, amava aquele homem de um jeito que nunca imaginou ser possível na vida.

Amaury acariciou o rosto dele com as duas mãos, fazendo movimentos circulares em suas bochechas.

— A gente se ama, Kelmiro também, podemos doar o que a gente é irrestritamente para eles, não? Foi por causa deles que nós nos encontramos, eu sou sempre grato ao Ramiro, porque foi Ramiro que me apresentou o Kelvin que por sua vez me apresentou o amor da minha vida, um tal de Diego Martins, uma coisa linda de um metro e sessenta que tomou conta de cada pedacinho de mim, cê tem vivido em mim desde a primeira vez que eu te vi, como se você corresse junto com meu sangue. Você vive nas minhas células, cê é minha vida. — confessou com a voz embargada.

— Meu grande amor... Do nada uma declaração na minha cara? — Diego falou sorrindo, passando a ponta dos dedos pela barba dele.

— Eu gosto de verbalizar, eu tive que me conter durante tantos meses com você, agora vou falar sempre.

Para Diego não era tão fácil falar, mas nesse momento, ele sentiu que precisava.

— Você vive na minha retina, mesmo quando você não está por perto, eu sempre... — ele suspirou — Sempre te vejo. Em toda parte. Em toda a gente. Em qualquer lugar. Você tá sempre comigo. Tô sempre te vendo, amor.

Diego projetou a perna direita, girando o quadril e apoiando a mão no banco do passageiro e no painel, jogando o corpo, sentou-se no colo de Amaury de frente, uma perna de cada lado, Amaury afastou o banco pra trás e ambos se abraçaram tão intensamente que se alguém observasse de fora, poderia julgar que não sairiam com vida daquele enlace.

Amaury enterrou o rosto nos cabelos ruivos e Diego afundou o nariz naquela curva do pescoço dele que parecia ter sido projetada para encaixar seu nariz.

Ambos respiravam com dificuldade, os corações espancando o peito, parecendo querer sair para também se abraçarem e se fundirem num só.

— Quem não sabe de nós, vai saber assim que a gente se beijar. — falou Diego baixinho se afastando apenas o suficiente pra encarar os olhos escuros.

Duas vezes vocêOnde histórias criam vida. Descubra agora