Cap.10 - O primeiro apertãozinho

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"Se você soubesse o quanto eu te quero, ficaria comigo...

Por toda a vida! " 

(Banda Nechville)


Os raios de sol entravam pelas frestas da janela no quarto de Diego, eram por volta das dez horas da manhã, abriu um olho relutante com a claridade, tão logo sua consciência foi voltando, ele virou o rosto enterrando-o no travesseiro.

As lembranças vindo em ondas gigantescas na sua cabeça, engolindo seu corpo inteiro.

Lembrava de muitas coisas, mas eram memórias descoordenadas, não se recordava muito depois dos eventos da varanda, era decididamente um corte na linha do tempo da memória.

Era oficialmente o dia internacional da vergonha pós porre.

A ressaca bateu, a garganta seca, como se ele não bebesse água há meses, os lábios secos, pegou a garrafa d'água que sempre deixava do lado da cama e bebeu quase tudo num gole só, levantou devagar sentindo as paredes se deslocando, foi direto para o banheiro e ligou o chuveiro na água gelada.

Com o rosto embaixo da água, ele falou baixinho:

— O que foi que você aprontou, Diego Martins? — mordeu o lábio inferior com força.

Tinham gravação no dia seguinte, como seria olhar pra ele? Estava morrendo de vergonha, seu rosto tingido de vermelho.

Thati entrou no quarto, gritando:

— Cê tá vivo, amigo?

— Mais ou menos. — ele respondeu, desligando o chuveiro, enrolou a toalha ao redor da cintura, abriu a porta, comunicando: — Amanhã você vai ficar a maior parte do tempo comigo nos intervalos, você entendeu?

— Vocês se pegaram ontem, né?

— Meu Deus do céu... — ele colocou a mão direita no rosto. — Foi pegação nível hard! Cara, a gente perdeu muito a noção, Thati! — ele sorriu, sem graça, ficou mais vermelho ainda. — Não lembro de nada depois do show do Chitãozinho e Xororó. Me diz que eu não fiz merda?

— Nós cuidamos de você, digamos assim. Cê não lembra do Gael tentando te levar pra casa? Cês tinham dançado um pouco e ele tentou te arrastar de lá.

— Puta que o pariu! Não! — os olhos dele ficaram arregalados.

— O Amaury sumiu depois disso, ele não falou com ninguém, puxou o carro de lá.

— Tava puto comigo, então. O que eu falei pro Gael?

— Basicamente, falou pra ele parar de forçar e que você ia dançar. E, foi isso, a gente dançou até amanhecer, a Tatá deu um PT histórico, eu nunca ri tanto na minha vida. Mas, cê não deu vexame, não, fica sussa. No final de tudo eu te carreguei de volta. Eu literalmente subi com você no elevador, pendurado nas minhas costas. Ainda bem que você é leve.

— Amiga, você é uma amiga. Muito obrigado! — ele falou sendo muito fofo, fazendo um coração com as mãos.

— Fiz café! E tô fazendo panquecas.

— Quero.

Ela saiu do quarto, ele vestiu um shorts confortável, bagunçou os cabelos molhados com a ponta dos dedos, para retirar um pouco da água e desceu para a cozinha.

Passou o dia se recuperando e tomando água, não queria pisar fora do apartamento.

Queria mandar mensagem pra Amaury, mas ia dizer o quê? Por todo o dia ele pegou o celular na mão várias vezes, chegou a digitar, mas por fim desistiu.

Duas vezes vocêOnde histórias criam vida. Descubra agora