Cap. 22 - Então, beija e... XIU

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"And you've got a smile
That can light up this whole town..."

(You Belong With Me - Taylor Swift)

Era ainda o primeiro domingo do nosso Agosto de Deus.

Amaury estava no Teatro aquele dia, apresentaria a peça para um festival de Teatro, quando entrou em cena, na segunda fila ele teve um impacto, na plateia viu Diego sentadinho, no cantinho da segunda fileira, usava aquele boné rosa claro que ele tanto gostava, e estava bem encolhido, com uma regata preta e calça jeans (rasgada, é claro), certamente estava tentando passar despercebido pelo público presente, mas ele não era o tipo de pessoa que conseguisse passar sem ser notada, nunca na vida.

Amaury rapidamente recuperou-se do impacto e voltou ao mergulho da cena, mas assim que encerrou o espetáculo e voltou a superfície, ele só enxergou ele na plateia, todos os outros rostos sorridentes e emocionados viraram um grande borrão, ele batia palmas efusivamente sorrindo pra ele, lindo de morrer como sempre.

Saindo de cena, puxou sua produtora e pediu que o trouxesse diretamente para o camarim, ao que ela respondeu que ele já estava sendo encaminhado pra lá, porque já tinha solicitado isso ao chegar no Teatro.

Diego tinha decidido em cima da hora, num impulso se trocou e pegou um uber para o Teatro em Niterói, apareceu simplesmente no local e a produção rapidamente surgiu com mais uma cadeira e o colocou na segunda fileira, ele só tinha entrado no segundo sinal, quando a luz já estava baixa, para evitar falatórios e gente pedindo foto e querendo falar com ele, causando tumulto, ainda assim a menina sentada ao lado dele, soltou um gritinho quando o reconheceu, Diego pediu pelo amor de Deus para ela não atrapalhar o início da peça, prometeu selfie ao final e teve o silêncio perpétuo da garota.

Quando Amaury chegou no camarim, Diego já estava sentado na cadeira em frente ao espelho com as luzes acesas, fazendo o cabelo dele revelar-se ruivo, estendeu pra ele um buquê singelo de girassóis e lírios amarelos, com um sorriso enorme nos lábios que o fazia ficar com os olhos quase fechados.

Amaury sentiu o estômago dando cambalhotas, pegou o buquê cheirando-o e colocando-o sobre a mesinha, para poder ter os braços livres para puxá-lo para um abraço de urso, tirando ele da cadeira como se fosse uma pena, suspendendo-o do chão, rodopiou ele no ar.

Diego riu e se agarrou nele, os corações de ambos dispararam ao mesmo tempo.

— Eu sou seu fã! — falou no ouvido dele — Você é capaz de fazer aquele palco enorme ficar pequeno, caralho, Amaury, eu fiquei arrepiado durante o monólogo inteiro. Que foda! Parabéns, meu querido! — deu um beijo demorado no rosto dele, com os olhinhos fechados, com a intensidade direcionada como se fosse um beijo na boca.

Amaury devolveu ele ao chão devagar, se abaixou e encostou a testa na dele, olhando dentro de seus olhos daquela pequena distância.

— Você me fez o homem mais feliz do mundo hoje!

— Fiz? — ele parecia uma criança travessa, encarando-o daquele jeitinho.

— Te ver na minha plateia? Puta que o pariu! Isso foi um sonho. E eu preciso dizer que sou seu maior fã também.

— Agora precisa ir num show meu! — Diego cutucou a barriga dele, dando um passo pra trás. — Eu preciso ir, porque vou para São Paulo, preciso correr pro aeroporto, volto na terça, pra gravar.

— Tem evento?

— Gravação de música e sessão de fotos, escolha de figurinos, coisas da Diego.

— Eu preciso conhecê-la um dia desses. — levantou uma sobrancelha para dar ênfase.

Duas vezes vocêOnde histórias criam vida. Descubra agora