Cap. 32 - Perdendo o controle (Me chama de fervo 2)

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"I lose control
When you're not next to me (when you're not here with me)
I'm fallin' apart right in front of you, can't you see?
I lose control...

(Lose control - Teddy Swims)


Caro leitor, isso é uma parábola do fim de uma madrugada muito atípica e quente, extremamente quente (barulho de leque, se abanem).

Diego acordou sentindo uma fisgada de dor na costela esquerda, olhou pro lado e viu que estava num quarto estranho.

Estava totalmente nu, olhou pra cima, teto de espelho, cama redonda, lençois amassados e embolados.

Ele arrancou o cílio postiço que estava colado na sua bochecha direita, encarou o reflexo no teto, olhou o próprio corpo, marcas de mordida e de chupão por toda parte.

Começou a suar frio, o estômago revirou.

Estava sozinho no quarto?

Garrafas de vinho branco no chão, roupas espalhadas, sua lace ruiva que tinha duas mechas loiras na frente, estava numa cadeira do outro lado do quarto, mais a frente tinha um pole dance.

Era um quarto de motel, positivamente.

Tinha bebido muito, sabia disso, mas como tinha chegado até ali?

Não lembrava de nada.

Sentou na cama, a cabeça pesando uma tonelada, o corpo dolorido de sexo, o quarto cheirava a sacanagem pura.

Pressionou as mãos nos olhos.

Normalmente não tinha ressaca, só sentia um pouco de dor de cabeça quando bebia vinho, e tinham três garrafas espalhadas em pontos diferentes do quarto.

Levantou e ouviu o barulho do chuveiro, foi caminhando lentamente, se esgueirando e orou para que fosse Amaury do outro lado do box.

Sentiu uma leve tontura e teve alguns flashs...

Abriu a porta de uma vez, a silhueta só podia ser dele, Amaury colocou a cabeça pra fora abrindo uma fresta do box.

— Tá bem, pequetito?

— Cara, não, que dor de cabeça...

— Vem tomar banho que eu peço um café e depois a gente vai embora e eu cuido de você em casa.

— Nossa? — ele riu — Eu tô lembrando devagar do que aconteceu ontem. Isso do camarim aconteceu, porrada, espelho?

— Aconteceu.

— Eu fiquei bravo... — ele fechou a cara.

— Te pedi um beijo no palco e passou. — ele riu.

— E depois... — Diego ficou ruborizado. — A gente perdeu a linha?

— Que linha? A gente rompeu qualquer linha. A gente se destruiu ontem, no melhor sentido da coisa.

— Eu te fiz um show particular, meu amor. — ele levantou as sobrancelhas lembrando mais alguns detalhes, ficando agora muito vermelho.

Amaury enrolou a toalha branca na cintura e deu um beijo no rosto dele.

— Você é o sonho de qualquer pessoa! — declarou, passando a mão de leve pelas costas dele.

Diego sorriu e entrou devagar embaixo do chuveiro, do outro lado havia uma banheira redonda imensa, ainda com a água da madrugada, ele sorriu e mordeu o lábio fechando o box, queria muito lembrar de tudo com detalhes...

Apoiou a cabeça na parede enquanto a água morna escorria, se esforçando pra chamar as memórias de volta, começou a lembrar-se em ordem mais ou menos cronológica.

Duas vezes vocêOnde histórias criam vida. Descubra agora