Cap.6 - Evidências

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"E nessa loucura de dizer que não te quero

Vou negando as aparências

Disfarçando as evidências..."


Esse seria o último dia deles no Mato Grosso do Sul, o elenco se dispersou um pouco pela cidade, alguns atores já tinham retornado pro Rio, Diego acabou saindo com as meninas, Rafael e Igor também estavam nesse rolê para um karaokê duvidoso local.

Amaury preferiu se isolar um pouco e descansar, teria muita coisa pra resolver no dia seguinte e precisava desacelerar.

No quarto ele respondia algumas mensagens de amigos do teatro no Rio sobre os ensaios do espetáculo "A luta" que recomeçariam na semana seguinte, quando recebeu a notificação de postagem de story de Diego.

O coração gelou e esquentou.

Sim, ele tinha as notificações dele ativadas.

Analisou um pouco os stories, em três que estavam em sequência, Rafael estava ao lado de Diego com o braço pousado em seu ombro, abraçados, cantando.

Levantou, decidindo sair pra respirar e conversar, ia explodir criando teorias sobre a vida amorosa do parceiro de cena.

Havia um salão de jogos na pousada onde Cauã, Tatá, Leandro, Ignácio e Débora estavam jogando sinuca, inquieto ele foi até lá, ficou surpreso de ver Susana Vieira tomando um drink, sentada numa cadeira tranquilamente, enquanto assista a sinuca e ria muito, ela o convidou pro lado dela prontamente.

— O lindinho fugiu, né?

— Foi para um Karaokê. — ele forçou um sorriso, era bom ator, afinal, às vezes precisa usar a máscara fora do palco também.

— Se eu fosse você eu tinha ido junto, e não saia de perto.

Ele a encarou, meu Deus, estava tão óbvio assim?

— Querido, eu tenho tempo de vida e sei ler as pessoas como livros abertos.

— É complicado, Susana.

Ela passou uma cerveja pra ele.

— Nós, artistas, temos tendência a romantizar e dramatizar tudo. Deixe mais leve, descomplique.

Depois de algumas cervejas, a boca dele soltou e ele acabou confessando:

— É ele que não quer, Susana.

— Mas, eu duvido, filho. Ele te acompanha com o olhar de longe. O tempo todo. — ela deu dois tapinhas na mão dele. — Tô te falando.

Amaury abriu um sorriso.

— Saiba conduzir a cena, você não é um diretor de teatro experiente? Use sua inteligência, rapaz. Deixar um homem lindo desses escapar? Nunquinha, querido, nem morta.

Em seguida, Susana relatou três relações que ela tinha vivido intensamente durante trabalhos na Globo, Amaury, como a maior parte dos humanos, amava uma fofoca, ouviu tudo maravilhado.

Em determinado ponto, nova notificação, vídeo das meninas cantando, Rafael ao lado dele, ali ainda tinha coisa, não gostou de perceber isso, redobrou a cerveja.

Terminaram rindo do vento, abraçados, completamente bêbados.

Cauã, Ignácio e Tatá também puxaram cadeiras e se juntaram a eles em determinado ponto e encheram a cara com propriedade.

Quando o grupo do karaokê retornou, se depararam com Ignácio cantando no violão, sendo acompanhado pelo grupo alegre de cerveja e drinks aleatórios que Susana ia distribuindo.

Duas vezes vocêOnde histórias criam vida. Descubra agora