Cap.25 - Me Chama de Fervo (parte 01)

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Hoje vamo fazer merda, amor
Me faça esquecer quem eu sou (...)

Surreal, eu deixo por escrito
Caso visceral, toque psíquico
Doce conjugal, desejo cítrico
Noite em claro, derretendo o tempo, o corpo, oração, teu acalento...

(Surreal - Luísa Sonsa)

As semanas passaram sem grandes alterações, Diego estava mais maleável com Amaury, mas não tinha mais dado nenhuma brecha para qualquer contato mais além de um beijo no rosto, tinham voltado como sempre, a dinâmica de gato e rato, o que os fãs entenderiam mais tarde que as implicâncias e os atos de perturbação eram uma maneira de demonstrar amor e paixão um pelo outro, porque aquela dinâmica sempre terminava em fogo e cama.

Sim, sim, fogo e cama.

Naquele dia uma produtora da festa "Me chama de fervo" tinha entrado em contato com Amaury, perguntando se ele toparia fazer uma presença Vip no show de Diego Martins, visando explodir de público o local, foi oferecido um valor até interessante para duas horas de permanência durante o show, Amaury aceitou, mas iria de qualquer maneira, isso a produtora não precisava saber, afinal, ele nunca tinha recusado ganhar um extra na vida.

Na hora do almoço, esperou um momento que Diego estivesse relaxado para soltar a novidade, ele tinha acabado de levar um punhado de comida na boca e engasgou, tossindo muito.

Tomando um gole de suco de laranja, ele encarou Amaury meio pálido:

— E você toma uma atitude dessa sem me consultar?

— XIU! — ele estendeu a mão sobre a mesa, agarrando a mãozinha dele, entrelaçou os dedos — Vai lotar mais ainda. Você sabe disso. A gente tá bombando nas redes. Qual o problema? Deixa rolar!

— Eu... — ele não conseguia raciocinar uma resposta, o coração batia nos ouvidos.

— Eu acho Ela tão maravilhosa! Eu quero conhecer Ela também! — Amaury falou naquele tom grave e sexy que virava a cabeça de qualquer pessoa, sorriu, os olhos semicerrados. — Eu quero conhecer todas as suas versões! Basta você me permitir... Me apresenta pra ela, por favor?

Diego sentiu como se uma pedra de gelo, descesse pelo estômago, um frio enorme na barriga, uma empolgação subindo de sua alma e espalhando pelo corpo como uma corrente elétrica.

— Droga! — ele mordeu o lábio inferior e apertou a mão de Amaury na sua.

— O que foi?

— Ela também quer te conhecer, inferno! — admitiu e sorriu.

Amaury puxou o braço dele pra mais perto e ainda com os dedos entrelaçados, deu um beijo nas costas de sua mão um pouco mais demorado do que o normal, enquanto olhava no fundo dos olhos de Diego, existia um monte de coisas não ditas naquele momento que gritavam dentro deles há algum tempo.

A Drag era uma extensão de Diego, ele costumava dizer que era uma versão mais ousada, sexy e destemida de si mesmo, e sabia que essa versão sua não teria receio algum de permitir que Amaury entrasse na vida dela sem nenhum escrúpulo ou receio.

Os dois ficaram se olhando intensamente, sabiam que aquilo marcava mais um passo entre os dois, mais um grande degrau de intimidade e ambos não viam a hora daquilo finalmente acontecer.

No dia do show, Diego estava uma pilha de nervos, tinha refeito a maquiagem três vezes, porque não queria nada menos do que a perfeição.

Larissa tinha feito um figurino absurdamente incrível, ficaria uma versão muito gostosa da Barbie, o figurino era rosa, um body aberto na cintura e barriga, e uma saia curtinha rodadinha, tudo no mesmo tom de pink.

Duas vezes vocêOnde histórias criam vida. Descubra agora