Cap.30 - Eu sou você e você sou eu do início ao fim

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"No passo da estrada só faço andar (me leva amor)

Tenho o meu amado a me acompanhar (amor)

Vim de longe léguas cantando eu vim (me leva amor)

Vou, não faço tréguas sou mesmo assim

Por onde for quero ser seu par..."

Andanças (Beth Carvalho)


Amaury e Diego estavam sentados lado a lado no sofá cinza do camarim, olhando um pro outro, tinham passado o texto da próxima cena e estavam com as respirações alteradas.

— Meu bem, a gente tá ferrado! — falou Diego, respirando fundo.

Amaury colocou a mão no joelho direito dele.

— Eu tô com tesão só lendo isso aqui, imagine a hora que eu te agarrar?

— E se eu gozar em cena? — era uma preocupação legítima e ele falou isso muito sério — Porque eu conheço você e sabemos que roupa nunca foi problema pra gente.

Se encararam em silêncio por um minuto inteiro e depois gargalharam se lembrando da festa de estreia da novela, era uma memória tão deliciosa e inconsequente.

— Até hoje eu penso que por alguns míseros minutos o Tony não pegou a gente. — ele sorriu.

— Mas, ele com certeza soube o que a gente tava fazendo. — eles riram — E de lá pra cá só aumenta o meu desejo por você. — a mão deslizou e apertou a coxa.

— Aiiii, paaaara, garoto! — Diego levou as mãos ao rosto, sem graça.

— Eu vou te agarrar nessa cena, porque é o que o Ramiro faria com o Kevinho e que se dane. Se gozar, gozamos. O público vai ter entrega e verossimilhança. Todo mundo fica feliz.

Diego abriu uma fresta com os dedos, que ainda estavam no rosto, e o encarou.

— A minha pupila vai ficar enorme. Todo mundo vai saber.

— Saber o quê?

Amaury o pegou pela cintura, trazendo-o perto.

Diego agarrou os braços fortes, enterrando as unhas naqueles músculos definidos, aproximou os lábios carnudos até encostar nos dele, sussurrou, encostando as bocas, compartilhando o mesmo ar, olhando no fundo dos olhos dele, as pupilas aumentando:

— O quanto eu sou completamente louco por você, assim como o Kelvin é pelo Rams Rams.

Diego roçou os narizes, esfregando o rosto no dele.

— Se você não parar de se esfregar em mim, como um gatinho pedindo foda, eu vou te pegar aqui! E que se dane se alguém entrar! — as mãos apertaram a cintura dele com intenção.

Diego entreabriu os lábios e perdeu o ar.

— Pega! — a palavra saiu quase como um gemido, enquanto sua mão direita deslizava para a nuca e pra dentro dos cachinhos dele, enroscando os dedos e puxando de leve.

Amaury abocanhou o lábio superior de Diego, enquanto o pequeno puxava seu lábio inferior.

Foi um beijo encaixado, sem língua, mas que tinha uma intimidade absurda, porque eles seguravam os lábios um do outro, um encaixe perfeito, era como voltar pra casa, sempre, ao mesmo tempo que tinha tesão, tinha carinho, uma mistura certa pra colocar qualquer um de quatro.

Diego desgrudou os lábios, tentando racionalizar que estavam em ambiente de trabalho, fez carinho na barba dele com as pontas dos dedos das duas mãos, acalmando-o, sempre olhando pra ele, em seguida abraçou-o, encostando o corpo todo no dele.

Duas vezes vocêOnde histórias criam vida. Descubra agora