Estava em meu quarto. O celular em minha mão. Eu observava vídeos aleatórios, tentando fazer o tempo passar um pouco mais rápido.
Meu amigo havia dito que passaria mais tarde aqui, para que pudéssemos nos ver.
Ele vinha à minha casa cerca de uma vez por mês. Devido ao trabalho, sua rotina era muito ocupada, mas sempre tínhamos uma folga para nos vermos, mesmo que fosse por pouco tempo.
Ouço alguém abrir a minha porta, indo rapidamente até ela. Encontro meu amigo parado em frente dela. Vou até ele, o abraçando como forma de cumprimento.
Sn- que saudades!! - me afasto dele - eu comprei sorvete, vem - puxo um de seus braços com o intuito de levá-lo até a cozinha.
Js- espera! - sou parada devido as suas palavras, olhando diretamente para ele - eu te trouxe isso!
Ele tira um ursinho de pelúcia que estava segurando atrás de suas costas.
Sn- wonn, ele é tão fofo - pego-o de suas mãos.
Novamente sou surpreendida com algumas flores saindo do mesmo lugar.
Sn- mas... - ele me entrega as flores - porque tantos presentes? - pergunto com um sorriso em meu rosto.
Js- eu... Eu apenas queria te trazer isso! - noto o seu nervosismo ao falar essa frase.
Olho para ele com um pouco de dúvida, esperando ele falar algo mais.
Sn- você quer tomar sorvete? - sorrio brevemente, sugerindo mais uma vez.
Js- espera! Eu... - ele corta suas palavras.
Sn- você... - sabia que algo estava errado desde a hora que ele começou a falar.
Js- eu preciso conversar com você.
Nessa hora sinto meu coração disparar. Não me lembro de ter feito algo ruim, ou se fiz, não tinha percebido.
Respiro fundo e concordo com a cabeça.
Sento em um sofá que estava presente no cômodo, o induzindo a fazer o mesmo.
Sn- há algo de errado? - lanço um olhar para o mesmo.
Js- não, não há nada de errado.
Sn- é que você parece tão tenso, não me lembro de te ver assim algum dia.
Js- eu sei... É que... - ele me olha profundamente - eu não sei como dizer isso...
Então a ficha cai. As flores, o seu nervosismo. Talvez isso não passe de... Amor.
Assim que tomo consciência de tudo, entro em uma profunda inquietação. Será que é mesmo uma boa idéia começar um relacionamento encima de uma bela amizade? Quando tudo está dando certo a gente inventar de mudar o caminho, será que isso funcionaria?
Sn- Jongseob! - chamo a sua atenção - eu já sei o que está tentando fazer... - ele paralisa no mesmo local onde estava - não precisa ficar assim, eu sei dos seus sentimentos, mas... - olho seriamente para ele - você acha que é uma boa ideia começar um relacionamento quando estamos em uma amizade estável? Talvez nunca mais voltássemos a ser os mesmos.
Js- isso só não acabaria bem se não tivéssemos dispostos a tentar - ele toma consciência das minhas palavras.
Sn- não sei, não sei se penso assim.
Js- você não precisa forçar isso - ele se aproxima de mim, sentando ao meu lado - você sabe sobre os meus sentimentos agora, qualquer decisão está em suas mãos.
Sn- você é alguém muito especial para mim - olho para ele - eu não quero acabar nossa amizade com isso, eu sei que no final nós machucaremos.
Js- nós não nos machucaremos se formos maduros o suficiente para cuidar um do outro! Eu não quero estar ao seu lado apenas por estar - ele hesita um pouco em segurar a minha mão, mas logo faz - eu nunca machucaria você... E, mesmo se isso não venha a dar certo, me esforçarei ao máximo para não te deixar ir.
Sn- eu... - tento formular algumas palavras mas paro logo em seguida.
Js- não precisa fazer isso por impulso - ele aperta a minha mão suavemente - eu entendo que não queria me ter como seu namorado, mas me sinto feliz por você saber dos meus sentimentos, eu compreendo o seu ponto de vista.
Sn- não é isso... Eu adoraria tê-lo como meu namorado, mas se eu tivesse te conhecido de outra forma, se suas intenções fossem claras desde o começo, mas... - antes que eu possa terminar de completar minhas palavras, sinto os lábios do rapaz encostarem aos meus.
Nós estávamos tão próximos, seus lábios eram macios e me faziam sentir-se bem.
Não demorou muito para que o selinho se transformasse em um beijo doce. Não intervi em nenhum momento, apenas dei passagem para que aquilo pudesse se prolongar.
Depois de algum tempo, nos afastamos, olhando um para o outro.
Olho em seus olhos por um tempo, sem formular nenhuma palavra sequer.
Js- eu...
Uno nossos lábios novamente, impedindo-o de falar algo a mais.
O beijo apenas progrediu tão suavemente quanto o outro, me causando pequenas sensações de borboletas no estômago.
Talvez eu gosto mesmo dele.
Me afasto lentamente, desfazendo o beijo.
Sn- eu gosto de você - evito os seus olhos, mesmo sabendo dos seus sentimentos por mim.
Ele não consegue dizer nada, olho para ele e vejo-o olhando para mim.
Js- você...
Sn- apenas me beije!
Dou a ordem e o mesmo, sem relutar, a cumpre.
Não seria bom deduzir algo sem antes experimentar. Quero que possamos dividir bons momentos, por isso, quero que isso dê certo.