Pego meus brincos para colocá-los, meu último assessório para aquela ocasião.
It- você vai sair?
Me viro para a porta do meu quarto, onde lá se encontrava meu amigo, Intak.
Sn- Intak? Eu não sabia que você estava aqui!
It- eu cheguei agora, vim dar uma passadinha aqui antes de voltar ao dormitório.
Sn- ah... Se eu soubesse que você vinha, eu tinha preparado algo.
It- não se preocupa, eu só vim para dizer oi mesmo, não pretendia demorar tanto. Mas então... - ele caminha até passar por mim - aonde vai assim, tão arrumada? - ele senta na cama e me observa ainda na frente do espelho.
Sn- bem... É como você disse... - coloco o último brinco - Eu tenho que aproveitar a minha viagem - viro para ele e dou um sorriso -, vou sair com um garoto, ele é gatíssimo - caço meu celular. Pego meu celular e vou em sua direção para mostrar uma foto para ele - veja só!
Ele segura meu celular e olha a foto por um tempo.
It- ahh... Ele não é lá essas coisas.
Dou uma risada abafada.
Sn- vai que ele não sabe tirar fotos, pessoalmente deve ser melhor ainda.
It- ha, dúvido - ele revira seus olhos.
Sn- ihh, que foi? Tá com ciúmes, é? - falo em tom provocativo, mas ao mesmo tempo, brincalhão.
It- e se eu tiver? - ele fala sério.
Eu sei quando ele está sendo brincalhão, normalmente ele não consegue segurar a risada, mas dessa vez ele estava tão sério, talvez isso não fosse em tom de humor.
Sn- ei!! - me aproximo dele para abraçá-lo - escuta, não precisa ter ciúmes, você vai ser sempre o número um, pode ter certeza de que eu sempre vou dar preferência para você - olho para ele e dou um sorriso - não precisa se sentir assim, okay?
It- eu não consigo fazer isso! - ele vira seu rosto, evitando contato.
Meu sorriso se desmancha devido a sua ação, estava torcendo para tudo aquilo ser apenas uma brincadeirinha.
Intak nunca agiu dessa maneira; não era comum vê-lo com a cara tão amarrada, mesmo que ele tivesse agindo de forma infantil, não queria deixar aquele clima ruim entre nós.
Sn- eiii, eu já falei que ninguém vai ocupar seu lugar - olho para ele ainda com o rosto virado - ninguém nunca vai ocupar seu posto de melhor amigo, por que não consegue entender isso?
It- por que eu não consigo entender isso? - seu rosto volta rapidamente para mim.
Seus olhos fazem contando diretamente com os meus.
Sn- eu dou minha palavra que isso nunca aconteceria - mantenho a seriedade - eu sei como você se sente.
It- não, você não sabe! - ele fala ainda mais sério.
Eu não acredito que estávamos naquela situação por algo incrivelmente pequeno e insignificante.
Sn- então me mostre como se sente!
Minha intensão era demonstrar empatia e acabar com toda aquela tensão causada por algo tão bobo.
Ele segura me rosto com as suas duas mãos. Seus olhos descem até a minha boca. Me dou conta do que estava por acontecer, mas antes que pudesse fazer alguma coisa, nossos lábios já se encontravam colados um ao outro.
Queria me desfazer daquela situação e iniciar uma conversa para esclarecer tudo, mas logo o Intak pede passagem para que o selinho suave se transforme em um beijo.
Deixo a situação ocorrer e um beijo suave se forma. Após algum tempo assim, nos separamos. Ele olha para mim por um tempo, mas eu não consigo formular nenhuma palavra devido ao choque sofrido.
Sn- eu... - não consigo pensar em algo para terminar a frase, paralisando apenas naquela palavra.
It- não precisa falar nada, eu só queria mostrar como eu me sinto - suas mãos se afastam do meu rosto - sei que você não me vê dessa forma, mas eu não estava conseguindo deixar tudo isso guardado dentro de mim - envergonhado, ele olha para o chão - talvez eu tenha estragado tudo, pois nos coloquei em uma situação desconfortável; eu não pensei antes de agir - seus olhos voltam novamente para mim - se puder esquecer tudo isso que eu disse e fiz, seria melhor...
Antes que ele possa terminar sua frase, beijo-o novamente, evitando que ele pudesse terminar suas palavras.
Depois de dois longos segundos, ele toma consciência do acontecido e une nossos corpos em um abraço, se dedicando por completo ao beijo.