Capítulo Dezessete

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Skye

   Esses sonhos com Matteo precisavam parar urgentemente. Quando acordei quase enfiei a cabeça na privada assim que me lembrei do sonho enquanto fazia minhas higienes matinais.

  Dessa vez Matteo e eu estávamos num parque, e fomos nadar pelados no lago e ele me comeu contra a grama, comigo gemendo para as árvores e fazendo passarinhos saírem voando. Estremeci como se sentisse sua respiração no meu pescoço.

   Meu celular vibrou, parando a série que eu via e a notificação de uma ligação de vídeo vindo de Harper apareceu.

  -- Que bom que me ligou. - Cuspi a pasta assim que atendi, o celular ainda apoiado na pia. - Estava prestes a enfiar a cabeça na privada.

  -- O quê? - Harper riu e percebi que estava no carro, no passageiro.

  -- Dante tá aí?

  -- Bom dia, Skye. - Harper o mostrou na câmera. O namorado da minha amiga me cumprimentou sem tirar os olhos da rua.

  -- Se aproveitando que ele tirou a carteira há pouco tempo?

  -- Ele tem que treinar. - Harper bufou e mostrou a língua para Dante que falou algo que eu não entendi. - Por que queria enfiar a cabeça na privada?

  -- Ah... - Depois de secar meu rosto com a toalha, pensei mais um pouco. Dante não contaria para o irmão que eu tinha tido (mais) um sonho erótico com ele, mas mesmo assim não me sentia confortável dele saber. A única pessoa que sabia que isso acontecia era Harper e eu preferia que continuasse assim. - Te conto por mensagem.

  Harper assentiu. Minha amiga e o namorado tinham a relação mais saudável e estável que eu já tinha visto, competindo diretamente com meus pais no quesito. E eu amava que Harper respeitava quando pedia para ela não contar nada ao namorado ou que era um assunto particular entre nós duas. Era o mínimo, mas ainda assim apreciava o gesto.

  -- Te liguei para te chamar pra festa da piscina dos meninos. Eu e Dante estamos voltando do mercado.

  -- Outra?

  -- Na outra muita gente não foi, incluindo eu, Dante e o Cal, que ficou extremamente chateado, você sabe.

  -- Ele ama uma festa.

  Harper assentiu, concordando.

  -- Garanti uma espreguiçadeira para nós duas, vai ser legaaaaal... - Ela estendeu as vogais como quando tentava convencer alguém para algo. - E eu tô com saudade. - Fez um biquinho.

  -- Harp eu também tô morrendo de saudade. - Mandei um beijo. - Vou ver se consigo sair do trabalho as seis e passar aí, pode ser?

  -- Também tô com saudade! - Ouvi Dante gritar.

  Eu ri.

  -- Tô com saudade também, cunhadinho. - E fiz um coração.

  Harper avisou Dante que eu havia feito um coração e Dante me mandou outro verbalmente, por estar concentrado dirigindo.

  -- Tô te esperando, em!

  -- Sim, senhora.

  Quando desci, depois de atender alguns clientes, perguntei para meu pai que estava lavando louça.

  -- Às seis? Para outra festa?

  -- É meu último ano! Eu tenho que aproveitar.

  -- Não é justo você aproveitar seu último ano e eu não ter aproveitado o meu. - Minha mãe surgiu trazendo algumas xícaras, falando em seu tom zombeteiro de sempre.

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