Capítulo Sete

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Skye

  Me sentei na cama rapidamente, acordando Sammy, que dormia nos meus pés.

  Estava arfando, e minha cabeça estava muito confusa pelo sonho totalmente maluco que eu tive. Porque foi isso. Puro maluquice.

  Me levantei e fui tomar um copo d'água enquanto as cenas rodavam na minha cabeça.

  Matteo me colocando contra os armários dos vestiários, beijando meu pescoço e mordendo meu lábio inferior. Tirando minha calça rapidamente, se ajoelhando, colocando minha calcinha de lado e...

  Enfiei a cabeça da pia da cozinha, me molhando com água gelada.

  -- Meio tarde para lavar o cabelo. - Ouvi meu pai. - Ou muito cedo. São quatro e meia da manhã, não sabia que gostava tanto de quartas feiras.

  Torci meu cabelo de qualquer jeito e prendi num coque. Meu pai me deu um pano para eu enxugar o rosto.

  -- Tive um sonho estranho. - Falei colocando a toalha no balcão.

  -- Com o quê?

  Bufei, desviando o olhar e o olhando novamente.

  -- Promete que não vai me julgar?

  -- Claro, pode falar. - Meu pai se encostou na pia da cozinha, cruzando os braços.

  Mais memórias vieram na minha mente, um pouco borradas e embaralhadas... Mas eu só lembrava de, do nada estar em uma cama com Matteo, transando com ele.

  Me senti estranha de me sentir assim perto do meu pai.

  -- Hã... Você sabe que eu namoro o Wes.

  -- Sim...?

  -- Eu... já é o segundo sonho... O primeiro na verdade faz tempo, quando a Harper ainda morava aqui, e... hoje eu tive outro sonho...

  -- Erótico com uma menina? - Completou.

  -- Ah... Não. Com um menino. - Eu ri. - Pai eu me assumi hétero quando eu tinha 12 anos.

  -- Ainda é um ponto fraco para sua mãe. - Ele brincou.

  Ambos rimos baixinho.

  Minha mãe e meu pai eram liberais com praticamente tudo, e uma das coisas que mais foi conversada comigo na minha pré adolescência na minha adolescência foi sexualidade e gênero. Um grande motivo era que minha mãe foi adotada com seu irmão pelas minhas avós, na época as lésbicas eram ainda menos toleradas. E minha mãe sempre se entendeu bissexual. Porém quando foi contar para minhas avós elas acharam um absurdo, pois isso era... basicamente ser uma puta.

Depois disso, e da morte do meu tio, minha mãe ficou completamente rebelde, e desde então sua relação com as mães foi totalmente pro saco. Tanto que eu via minhas avós uma, às vezes duas vezes no ano.

  Acho que isso ainda era delicado para ela, mas mamãe sempre conversou comigo sobre isso, e disse que me amaria independentemente de quem eu amasse. E quando me entendi hétero, que realmente só gostava de rapazes, minha mãe e meu pai brincaram sobre estarem desapontados comigo.

  Meu pai sempre foi nerd e quieto, e minha mãe sempre foi a rebelde sem futuro. Um dia eles ficaram na parte de trás de uma caminhonete e bum, Skye estava no mundo.

  Minha mãe contou para ele sobre ter mães lésbicas, o que os pais dele, pastores, abominavam totalmente, e que ela se entendia como bissexual. Meu pai nem ligava para nada disso.

  "Só a felicidade das meninas que eu mais amo no mundo me importam. E se elas são felizes sendo quem são, porque eu me colocaria contra?". Papai repetia esse discurso sempre, no dias das mães, no meu aniversário e no da minha mãe.

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