Capítulo Quarenta e Seis

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Skye

  Expliquei para minha vó o que tinha acontecido entre mim e Matteo da forma menos sexual possível. Não sei se ela entendeu muito bem, mas eu sei que ela pegou minhas mãos e me esperou contar até o final para finalmente dar o seu parecer.

  -- É bem triste.

  -- É.

  -- Você gosta mesmo dele, né?

  Apenas assenti.

  -- Gosto, vó. - Desviei o olhar. Evitando seu olhar porque acho que confessaria que na verdade eu sou apaixonada por Matteo, gostar é pouco demais. - Gosto sim.

  -- Bom, eu posso ser só uma velha que acha que sabe das coisas. - Ela deu dois tapinhas leves na minha mão. - Mas, filhinha, sendo bem sincera e bem... bem mundana, que se foda o que ele quer.

  -- Vó!

  -- Mãe!

  -- Sogra!

  Ela riu, suas ruguinhas ficando mais evidentes. E então descartou as nossas exclamações com um aceno de mão.

  Depois de tudo, a família toda ficou mais unida, minha vó vinha visitar com ainda mais frequência depois que ela ficou sabendo que minha mãe estava grávida de novo, e dessa vez, ela quase tratava minha mãe como um cristal que fosse quebrar a qualquer momento.

  -- Vai lá e fala.

  -- Vó... eu...

  -- Foi o que Matilda fez. E foi assim que eu tive certeza que estava apaixonada.

  Fiquei parada, olhando para o chão, sentindo coragem me invadir, além de uma saudade que tomava todo meu corpo de Matteo e minha vó.

  Com isso eu não pude fazer muita coisa, além de obedecer.

  Para ser sincera, eu já estava querendo fazer alguma loucura e finalmente me resolver com Matteo, mesmo que ele não me perdoasse, eu precisava que ele soubesse da verdade, soubesse de tudo isso. E se eu parasse para pensar no que estava fazendo, iria desistir. Então eu só pedi uma carona.

Matteo

  Estava chuvoso para caralho, por isso eu peguei uma nota de vinte quando fui abrir a porta para pagar a gorjeta do cara. Mas assim que eu abri percebi que não era o motoboy, e só depois de dar o dinheiro para Skye.

  Ela franziu o cenho, empurrando a nota.

  A loira estava extremamente encharcada, como se tivesse vindo correndo - o que não fez pois o carro dos pais estava parado ali na frente.

  -- Eu não quero conversar.

  -- Espera.

  -- Tchau, Skye.

  Ela deu tapa na porta, fazendo a madeira tremer.

  -- Me escuta.

  Bufei, esfregando os olhos.

  -- Eu só quero a verdade. Se você tentar enrolar...

  Ela assentiu.

  -- Você quer a verdade? Tudo bem, aqui vai: - Skye respirou fundo e fechou os olhos, como se quisesse se esconder de suas próprias palavras. - Desde o primeiro dia eu me interessei em você, quando você pediu meu número eu fiquei com medo, porque caras na minha antiga escola q eram assim, bonitos, nunca faziam isso para garotas como eu. E você fez. Eu neguei porque achava que você era mais um babaca. E me fiz acreditar que era. Quando eu sempre estive com medo de olhar para a parte de mim que te ama desesperadamente.

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