Insaciável Sedução

Capítulo Vinte e Um

Skye

  -- E como se conheceram? - Matilda, me recusava a chamá-la de vó na minha cabeça, perguntou.

  -- Na escola. - Enfiei uma garfada de batata na boca.

  -- Na verdade, a primeira vez que a gente se falou foi aqui no Tim's. - Matteo disse, cortando a carne.

  E eu poderia ter cortado seu pescoço.

  -- É verdade. - Sorri de forma amarelada e chutei a canela de Matteo por baixo da mesa.

  Ele apenas teve um leve engasgo.

  -- O que vocês querem? - Minha mãe disse olhando as mães fixamente. Acho que nunca tinha a visto tão tensa. A última vez foi quando ela achou que estava grávida de novo quando eu tinha nove anos. Desde então ela só revirava os olhos no telefone para as minhas avós. Minha mãe parecia uma bomba-relógio, uma cobra prestes a dar o bote nas verdadeira cobras da situação. E meu pai aparentemente tinha notado isso também.

  -- Érica... - Papai colocou sua mão em cima da dela. Mas minha mãe pareceu não perceber, tamanho ódio.

  -- Viemos te ver. - Nancy respondeu tranquilamente, como se elas viessem todos os feriados e fins de semana para cá.

  -- Por quê?! - Minha mãe exclamou.

  Essa eu também queria saber.

  -- Porque sentimos saudade. - Dessa vez foi Matilda quem disse. E parecia mais que ela havia acabado de cuspir um osso do peru.

  -- De mim? - Ela riu alto. - Vocês nem sequer gostam de mim.

  -- Nós amamos você! - Nancy retrucou. E vi seus olhos encherem de lágrimas. Aparentemente ela era a mais humana das duas já que minha outra vó se assemelhava a um robô com rugas.

  -- Mesmo que sua fase rebelde nunca tenha passado...

  Minha mãe interrompeu Matilda.

  -- Minha fase rebelde aconteceu porque o meu irmão morreu!

  Engoli em seco quando vi lágrimas ameaçarem cair dos olhos da minha mãe. Odiava tanto vê-la chorando que quis expulsar minhas avós naquele momento.

  -- E vocês agiram como se nada tivesse acontecido porque na verdade se livraram de um fardo!

  -- Não é verdade! - Minha vó Nancy tinha começado a chorar. - Nós amávamos seu irmão!

  -- Mas não ama a putinha que sua filha virou né? - Grunhiu minha mãe se levantando. - Saiam da minha casa!

  -- Filha... - Nancy se levantou também.

  -- Estamos no hotel da cidade se quiserem conversar. - Matilda também se levantou.

  -- Leva elas para fora. - Minha mãe disse para o meu pai e então se fechou no quarto.

  Estava tão perdida no meio de minha mãe batendo a porta, e meu pai guiando minhas avós para fora de casa, que eu só percebi que estava tremendo porque Matteo me chamou.

  -- Lua?

  -- Hm?

  -- Tá tudo bem? - Ele segurou minha perna que balançava embaixo da mesa sem parar.

  -- Tá sim. - Me levantei e andei de forma perdida para o meu quarto. Ouvi Matteo me seguindo.

  Deitei na minha cama, e o ouvi batendo na porta aberta.

  -- Posso entrar?

  Assenti e dei espaço na cama. Matteo se deitou ao meu lado.

  Eu estava tão aérea...