Insaciável Sedução

Capítulo Vinte e Três

Skye

  -- Essa escola é uma merda. - Marcela bufou. - Aulas obrigatórias do dia vinte e sete ao dia vinte e nove de dezembro? Que filhos da puta.

  Alice apenas grunhiu, enfiando a cara em seu armário.

  -- Que soooooono.

  -- Idem. - Bocejei. - Meus pais não me deixaram faltar hoje. - Disse ao fechar o armário e ajeitar a mochila nas costas.

  -- Meus pais me deixaram de castigo por ter bebido no Natal. - Alice esfregou o rosto ao bater seu armário com força e Marcela dar um pulo ao seu lado. Eu apenas ri. - E ainda por cima disseram que eu tinha que vir hoje.

  -- Tenta se redimir então. - Marcela disse olhando para Alice. Agora nós três andávamos pelo corredor. - No ano novo Matteo e Maverick vão dar o maior festão.

  Senti vontade de revirar os olhos.

  -- Que novidade.

  -- Ah, para Skye, ultimamente nem tem tido mais festas! - Alice disse se apoiando no meu ombro, os olhos em formatos amendoados piscando lentamente pelo sono.

  Pior que era mesmo. Tentei me lembrar da última vez que teve uma festa lá, mas só consegui lembrar do Natal. E de... Tudo que aconteceu.

  Pisquei rapidamente, espantando os pensamentos intrusivos.

  -- Minha primeira aula é história. - Disse Alice. - E vocês?

  -- História avançada. - Respondi sentindo meu celular vibrar. Devia ser alguma notificação de atualização.

  -- O meu é história para burros mesmo. - Marcela enganchou seu braço com Alice. O sinal tocou, aquela merda era tão alta que às vezes eu sentia que poderia me dar dor de cabeça se eu ouvisse ele tocando mais um pouco. - Vamos minha amiga burra.

  Revirei os olhos.

  -- Odeio vocês. - Mandei um beijo, indo para a sala de história avançada mais pro final do corredor.

  -- Também te amamos. - Disse Alice entrando na sala, Marcela me mandou um beijo e também desapareceu na multidão que entrava pela porta azul escura.

  Os corredores estavam movimentados até, não o suficiente como sempre, mas eu achei que faltaria mais gente.

  Sempre gostei muito de história, para mim sempre foi uma matéria de fácil entendimento, legal e de quebra eu sabia fofocas históricas. Além de abranger muito sobre política e os erros do passado sendo repetidos burramente no futuro.

Não entendia quem não gostava de história. Era com certeza a melhor matéria.

  Me sentei na terceira fileira, fazendo dupla com Amanda, a garota de cabelo azul curto que sempre sentava do meu lado. Nunca tínhamos trocado uma palavra, mas ela parecia gente boa. Às vezes nossos olhares se encontravam e trocavámos sorrisos, e só.

  O professor entrou e disse para abrirmos nas páginas de lição de casa, a qual eu fiz correndo no dia anterior por pura e espontânea pressão dos meus pais. Minha mãe sempre me disse que eu podia fazer o que quisesse contanto que continuasse estudando, e meu pai me ajudou em algumas coisas por ser bom em história no tempo que ele frequentava a escola.

  Suspirei, já com saudades da minha família caótica.

  Nós não comentamos o que aconteceu no Natal, não citamos Matilda e Nancy, e nem nada. Parece que nem aconteceu, e para mim, é melhor assim. Minha mãe parece estar bem de novo, e meu pai não parece mais preocupado com a minha mãe. Ou seja, eu também estava melhor.