Capítulo Vinte e Nove

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Skye

  Tinha beijado Matteo na noite passada.

  E agora estava acordando para ir a escola.

  Depois do beijo, quando nossas bocas já estavam doloridas, apenas demos boa noite e fomos deitar, um em cada quarto.

  E não pareceu estranho na hora, mas agora parecia.

  Olhei meu celular, e tinha uma mensagem de Matteo.

  Matteo: Fica tranquila, aquilo nunca aconteceu p mim tb

Eu: obg
Eu: eu tava me sentindo mal e...

  E Matteo foi tão incrível que eu não conseguir não beijá-lo.

  Matteo: e eu sou irresistível?

Eu: eu diria metido

Matteo: Mave fez café p vc tb

Eu: to descendo.

Matteo

  O dia na escola tinha sido um verdadeiro saco, e eu me peguei várias vezes sonhando acordado com o beijo que eu Skye tínhamos dado na noite passada. E tudo que aconteceu.

  Meu Deus como as coisas conseguiam mudar totalmente em cinco minutos?

  Assim como Matilda, em um segundo ela estava aqui, e no outro não estava mais... Era algo bizarro de se pensar. Não em Matilda morrendo, mas na morte.

  Isso me fez pensar se eu queria conversar com meus pais, e se tinha algum resquício de amor, ou até se eu ficaria triste se eles morressem.

  Sei que Leila choraria se minha mãe morresse, porque quando ela era pequena elas eram muito grudadas, sei que Dante choraria se meu pai morresse porque eles jogavam bola quando ele era pequeno e é algo que Dante conta com carinho.

   Meus irmãos tinham algo pelo que chorar, momentos para relembrar e se perguntarem "quando deixou de ser assim?" mas eu não tinha esses momentos. Eu tinha sido planejado, pelo menos era isso que eles diziam, e só. E eu nunca fui próximo da minha mãe, meu pai nunca jogou bola comigo e nem nada parecido.

  Para ser sincero, mal lembrava deles na minha infância, apenas de Leila e Dante cuidando de mim mesmo sendo só poucos anos mais velhos. E as babás, claro. As inúmeras babás.

  Cheguei a conclusão que não choraria se meus pais morressem, e não sei se isso me deixava triste ou não.

  Maverick chegou ao meu lado, eu estava indo para os armários, e ele me seguiu.

  -- Você tá bem?

  -- Acabei de pensar que eu não choraria se meus pais morressem, então não sei.

  -- Ah.

  -- Fica tranquilo, eu não tenho muito o que chorar por eles, são tipos desconhecidos que mandavam em mim e moravam na minha casa.

  Ele riu.

  -- Tudo bem então, mas se quiser falar sobre isso...

  -- Quero falar sobre como o professor substituto de geometria é tão melhor que o professor original. Eu até me interessei pela matéria!

  Maverick arregalou os olhos.

  -- E dizem que milagres não existem!

  Rindo, fomos até nossos armários.

• • •

  Achei que seria estranho, mas era bem legal ter mais alguém em casa.

  -- NÃOOOO! - Maverick gritou. - SAI SKYE!

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