Happy Birthday

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Amiga, você vai vir para o meu aniversário, né?

Juliette estava em uma ligação há mais de trinta minutos com Gilberto.
E nesses trinta minutos em que trocaram conversas e desabafos, ele fazia a mesma pergunta pela quinta vez.

Gilberto havia decidido comemorar seu aniversário dando uma festa particular. Era o "After do Vigor" como bem denominou, começando do sábado e se estendendo até o domingo. Tudo aconteceria em sua residência e claro, contaria com a sua família e os amigos mais próximos, dando uma abertura para alguns ex-bbbs. Seria feito um churrasco durante ambos dias, contando com apresentações de uma turma de pagode e dois amigos cantores de sertanejo. Além da cachorrada, prometido pelo próprio Gilberto.

— Amigo, vou. Tá? Eu vou. — Respondeu e ouviu um gritinho animado do outro lado.

A verdade é que Juliette não queria ir. Estava em uma vibe de não querer sair pra festa hoje. E isso não era um caso isolado. Ela não queria ir porque sabia que encontraria pessoas como Caio e Rodolffo naquela comemoração. E como se não bastasse, corria o iminente risco de encontrar outras pessoas ainda mais desagradáveis. Ela tinha sim, perdoado cada um, mas querer conviver no mesmo ambiente por horas era demais. No entanto, estava convicta que faria isso por causa do seu amigo. Gilberto. E somente por ele.

— Prometo, amiga, que ninguém vai entrar com celular. Ok? Só vamos ter os nossos fotógrafos, fique despreocupada que nenhum deles vai encher seu saco.

— Obrigada, meu amor. De verdade. Rallyson vai comigo, ouviu? — Ela encarou o amigo que se animou, indo diretamente para o guarda-roupa.

— Eu não te perdoaria se ele não fosse, amiga.

— Me diz, qual o tema da festa? Só pra gente arrumar uma roupa por aqui.

— Amiga! É o meu after. Vai com o quê você quiser, ok? Mas vá, por favor, amiga. Você sabe como é importante pra mim. Não é todo dia que se faz trinta e sete anos, Ju.

— Ok, ok. Tá bom! Combinado, ok? Relaxe. Você quer o que de presente?

— Ai, bicha. Eu estava doidinho por um navio, tu consegue pra mim?

Juliette gargalhou alto, se endireitando na cama.

— Pra que tu quer um navio, peste?

— Porque sou uma gay que quer um navio, posso? — Ela ouviu um suspiro de indignação vindo do outro lado. — Tô brincando, ouviu? Não precisa trazer nada, só a sua presença.

— Vou arrumar um presente legal pra você, Gil. Te amo! Vou cuidar aqui.

— Te vejo às oito, Ju. Beijo, beijo Rallyson.

— Um beijo, meu amor. — Ele gritou, tirando um cabide do guarda-roupa — Amiga, o que acha desse look bafafá?

— Vamos combinando? — Juliette jogou o celular para o lado oposto da cama, levantando igualmente.

— Preto ou nude?

A artista analisou por um instante ambas peças.

— Preto e nude. Por que não? Aquela calça sarja vai ficar ótima com esse cropped e uma jaqueta de couro que comprei.

— Combinado, amiga. Ei, você vai levar o Lucas?

Juliette fez uma careta, negando automaticamente. Lucas era um ficante quase fixo, se ela não caminhasse por outras estradas. Ele quis tornar o relacionamento sério de uns meses para cá, mas a cantora sempre dizia que precisava pensar bem no caso. Porque ela não queria algo passageiro, não naquela idade. Queria um casamento que durasse e que seus futuros filhos pudessem aproveitar da presença e da estabilidade, evitando futuros traumas.

Irreplaceable | SarietteOnde histórias criam vida. Descubra agora