Com amor,.

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Sarah ainda estava tocando no ventre de Juliette, enquanto ouvia aquela única frase ecoando em sua cabeça.

Grávida.
Sua mulher está grávida.
Elas vão ter um bebê.

Não conseguia ouvir o que sua namorada dizia. Tudo parecia estar muito longe para ela, assim como sua visão que embaçou e como se fosse um pião, ela viu tudo girar, girar e... Escuro.

— Sarah! — Juliette gritou exasperada quando ela caiu no chão. — Amor, acorda. Pelo amor de Deus!

— Eu nunca vi uma pessoa desmaiar ao saber que vai ser mãe. — Rallyson ralhou, amortecendo a cabeça da empresária — Alguém tem álcool? Rápido, gente.

O garçom rapidamente se aproximou com um frasco e colocou por debaixo das narinas da empresária. Juliette olhava tudo com surpresa, atenção e pior de tudo, com um medo inexplicável. Não queria ter anunciado hoje, justamente por ter visto mais sentido no Natal. Mas foi impossível diante da emoção.

Era óbvio que ela esperava uma reação de surpresa e indagação vindo da sua mulher, mas um desmaio? Isso nunca.

Aos poucos os sentidos de Sarah pareciam estar sendo recobrados e diante daquela cena, era claro que todos estavam em cima da empresária, buscando entender o que tinha acontecido e sobretudo, como isso (a gravidez) tinha acontecido. Sarah piscava demoradamente e com dificuldade, retomando a consciência do que tinha acontecido. Foi uma queda de pressão, alertou sua sogra que segurava um copo d'água nas mãos.

— Beba. — Ofereceu rapidamente assim que ela conseguiu sentar.

— Desculpa, eu só-... — Respirou fundo, tomando um gole de água — V-você está grávida, Ju?

Juliette acenou rapidamente, tocando em seu rosto pálido. Ela e Rallyson ajudaram a mais alta a se levantar do chão e sentar em um banco.

— Meu Deus. Como? Não tínhamos parado? — Indagou baixo, olhando profundamente em seus olhos.

A mais baixa ficou em silêncio, também encarando seus olhos.

— Você me-...?

— Sarah, não. — Retrucou rapidamente, sentando em seu colo — Claro que não, meu amor.

— Então como, Ju? Como?

— Eu não me conformei com a nossa conversa, Sarah. Não aceitei não conseguir engravidar. Meu Deus! Nós queremos tanto, amor. Tanto. E te ver chorando foi o fim pra mim. Me perdoa? Eu deveria ter dito pra você.

Dessa vez, foi Sarah quem ficou em silêncio. Seu olhar estava vago, mas logo encontrou um ponto fixo. O ventre de sua namorada. Ela levou a mão até o local e sorriu, encostando a cabeça em seu ombro.

— É sério mesmo? Do tipo, vamos ser mães?

Juliette colocou a mão por cima da dela e sorriu, alcançando seus lábios em um beijo carinhoso.

— Vamos ser mães, Sarah. Do tipo, estou mesmo esperando um filho seu. Ou talvez dois...

Sarah sorriu largo e ficou de pé, abraçando fortemente a sua namorada.

— Ai meu Deus, Ju. Eu vou ser mãe! — Ela não conseguia conter sua risada misturada ao choro — Meu Deus! Eu vou ser mãe, caramba. — A empresária se abaixou, deixando um beijo em cima da barriga do seu amor. — Eu te amo tanto, pequeno. E te amo tanto, Ju!

— Nós te amamos muito, meu amor. — A mais baixa sorriu, encontrando seus lábios — Eu te amo, tá bom? Não esquece.

— Mas, espera. Qual a chance dessa gravidez ser de risco?

Irreplaceable | SarietteOnde histórias criam vida. Descubra agora