Os toques começaram a ficar insistentes na porta.
Juliette não saberia dizer se estava sonhando, tendo alucinações ou realmente aquelas batidas na sua porta estavam começando a ficar desesperadas. Estava de olhos fechados, encolhida na cama, não sabia que horas eram, nem mesmo o porquê estavam incomodando ela tão cedo. Ao mesmo tempo que ela não tinha forças para levantar, ela também não queria ter que atender à porta. Então, obedecendo ao seu frágil corpo, a paraibana apertou mais o cobertor contra si e permaneceu de olhos fechados, tentando dormir enquanto sua mente insistia em emitir sons. Ela ouviu quando tudo se tornou silêncio e com isso, relaxou um pouco mais na cama. Fazia muito frio naquele dia. Mas, de repente, Juliette sentiu uma mão tocar em sua testa, depois em seu pescoço e por fim, repousar em seu braço.— Juliette. — A empresária balançou o corpo da menor — Juliette, você está atrasada.
— Hm? — Murmurou ainda de olhos fechados.
Ela ouviu um suspiro passar pela boca de Sarah, mas não soube distinguir se era raiva ou impaciência. Porém, Sarah sabia bem o que se passava dentro da própria cabeça. Era uma preocupação absurda. O relógio marcava nove da manhã e todos os seus amigos, tal como a equipe de Juliette já tinham levantado, tomado café e ido ao local do desfile, cumprir seus trabalhos. Eles (a equipe da artista) disseram que Juliette já estava para levantar e começar a se arrumar, que Sarah poderia esperar um pouco - à contragosto - e ir junto com a morena até o destino daquele dia. E ela esperou pacientemente por um minuto, trinta minutos, uma hora. Até que se cansou e esmurrou a porta de madeira, mas sem sucesso. Sua impaciência foi tomada por preocupação.
Ela teria ido embora?
Teria acontecido alguma coisa?
Teria passado mal, caído no banheiro ou quem sabe, desmaiado?Isso fez Sarah correr na recepção e pedir que abrisse aquela porta urgentemente. Eles obedeceram e quando a empresária viu a morena deitada como um pequeno monte, ela soltou um suspiro de alívio e agradeceu aos deuses por não ter acontecido nada de grave com ela. Ao mesmo tempo que foi tomada por uma indignação. Ela não ouviu Sarah praticamente arrombar aquela porta? Ou, quem sabe, gastar toda a sua potência vocal chamando-a pelo nome?
— O que você tem?
— Que horas são? — Sua voz estava fraca demais, Sarah constatou. E juntando todos os fatos, ela sabia muito bem que Juliette estava péssima.
— Nove. — Olhou no relógio, levando novamente a mão até a curvatura do pescoço dela — Você está queimando em febre, Ju.
— Nós precisamos ir. — Resmungou, se espreguiçando lentamente. Pouco a pouco, seus olhos iam abrindo de modo gradativo e ela encontrou uma Sarah, espiando pelas cortinas o tempo lá fora, enquanto tinha o celular na orelha.
— Me diz o que você está sentindo. — Sarah retornou, sentando próximo dela — Dor de cabeça?
Juliette finalmente teve forças para sentar e quando o fez, seu cobertor caiu, revelando seu moletom degradê, o mesmo que usaram juntas quando estavam na casa mais vigiada do Brasil. Ela também puxou o inseparável óculos redondo preto e colocou apoiado no nariz, encarando o olhar atento de Sarah.
— Estou me sentindo fraca e com muito sono, minha garganta não está legal e minha cabeça dói. — Ela esfregou os olhos — Os meninos já foram?
— Desde às sete.
— Eu vou me arrumar, é rápido. — Juliette fez menção de levantar-se, mas Sarah a impediu — O que foi?
— Não vou deixar você ir assim. Você está doente e vai cair um temporal daqui a pouco. — Sarah levantou rapidamente, pegando a chave do quarto — Eu vou desmarcar seus compromissos e também vou à farmácia, daqui a pouco volto.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Irreplaceable | Sariette
FanfictionCinco anos se passaram desde o sumiço inexplicável da ex-bbb Sarah Andrade. Os jornais apontavam sua morte, a mídia defendia um desaparecimento incomum. Porém, em uma noite atípica, ela retorna para o seio brasileiro. Apenas uma pessoa - a qual ela...