CAPÍTULO 13 - Despertar

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Arian dormiu por um dia inteiro e Brethen não saiu de perto dele.

Foi ela quem o deitou na cama, com cuidado, e tirou as luvas dele. Foi ela quem lavou o sangue de Arture das mãos dele, então removeu o colete e a túnica, se assustando com as manchas escuras que subiam pelos braços dele, chegando aos ombros. Não era uma mancha sólida, mas se espalhava pela pele como fumaça.

Foi ela quem tirou os sapatos dele, e o ajudou a se sentar de tempos em tempos para beber água, semiconsciente. Foi ela quem viu a pele gelada dele se tornar febril, até estar ardendo em febre, e foi ela que passou panos molhados com água fria pela testa, pescoço e peito dele, para controlar a temperatura.

No começo da noite, a rainha apareceu. Se sentou ao lado do filho, segurando a mão dele, então partiu. Pela manhã, foi o rei quem veio visitá-lo.

– Passamos a noite interrogando o prisioneiro – Gavin sussurrou, e pelas manchas estruturas sob os olhos, dele, ele tinha estado lá durante todo o processo – Mas ele se recusa a falar.

O homem capturado tinha um anel de veneno idêntico ao do que tinha invadido o palácio, mas Brethen o tirou dele antes que ele pudesse tomar o veneno, e mais tarde entregou o objeto ao rei.

– E Arture? – ela perguntou.

– Ainda está na enfermaria, mas vai ficar bem. Está se recuperando dentro do esperado.

– Graças a Arian – Brethen acrescentou.

– Graças a Arian – O rei concordou, então saiu do quarto.

Em alguns momentos, o sono do príncipe era agitado. Ele franzia o cenho, balançava a cabeça de um lado para o outro, dizia coisas ininteligíveis. Isso até o momento em que ele disse o nome de Brethen.

Ela estava quase cochilando recostada na cabeceira da cama ao lado dele e, por um momento, achou que tinha ouvido coisas. Até que ouviu novamente:

– Bre-then... – era quase um sussurro – Bre-then não...

– Arian? Estou aqui.

Ela segurou a mão dele, mas Arian não reagiu.

– Breth... Breth... Eu preciso de...

– Precisa de quê?

Ela sabia que era um sonho, que ele não estava dizendo coisa com coisa, mas, ainda assim, ela sentiu o coração saltar duas batidas no peito quando Arian sussurrou:

– ...você.

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Ele acordou no começo da tarde e Brethen sentiu toneladas deixarem seus ombros ao ver aqueles olhos dourados de novo. As manchas nos braços dele também tinham recuado para baixo dos cotovelos.

Brethen estava sentada na poltrona ao lado da cama, e não notou que Arian estava acordado até que ele disse:

– Preciso de um banho.

Ela também precisava. Tinha lavado o sangue das mãos e do rosto, e tinha trocado de roupa, mas não teve coragem de sair do lado de Arian por mais tempo do que isso.

– Vou preparar, – ela disse, e foi até o lado de fora pedir para que ligassem as caldeiras. Depois de alguns minutos, água quente escorria pela torneira e enchia o banheiro do príncipe de vapor.

Brethen ajudou Arian a ir até a banheira, e se virou de costas para esperar ele se despir – depois de ele insistir que conseguia fazer isso sozinho. Quando ele estava submerso do peito para baixo na água turva de sabão e ervas, Brethen foi se sentar em um banquinho de madeira perto da banheira.

A Maré SombriaOnde histórias criam vida. Descubra agora