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ᴄᴏɴʜᴇᴄᴇɴᴅᴏ ᴜᴍ ᴘᴏʟɪᴄɪᴀʟ

ELLIE HARPER

Jericho, condado de Crittenden, Estados Unidos.

Me sinto cansada de distribuir tantos cartazes, meus braços estão doloridos. Absolutamente toda e qualquer parede livre nas ruas é o local perfeito para colar as folhas.

Passo em frente a uma lanchonete e resolvo fazer uma pausa para um café.

—— Muito obrigada! —— seguro o café e bebo um gole. Pago pela bebida e me viro em direção a mesa.


Porém, dou o azar de esbarrar em um homem.
Meu café e meus cartazes vão direto ao chão, e as folhas molham e se mancham.
— Caramba... ele diz, pegando as folhas e o copo do chão.

Não parece ser muito mais velho do que eu. É alto e bonito.
Seu cabelo é loiro, seus olhos esverdeados e veste uma bela jaqueta marrom.

Ele deixa o copo sob a mesa e me oferece as folhas, com um sorriso envergonhado.
—— Foi mal pelo café... E as folhas... —— seu olhar se demora sob as fotos impressas e ele franze a testa.
—— Tudo bem...  digo.

Esse dia não tem como ficar pior...

—— Que cartazes são esses? Ah... Eu me chamo Dean, aliás. Dean Winchester. —— ele se apresenta.
—— Sou Ellie Harper. Esses são os cartazes do meu primo. Ele está desaparecido. Estou contribuindo espalhando por aí.

—— Troy, não é?
—— Isso.
—— Hm... E você era próxima dele?
—— Não muito... Por quê?
—— É que você está com os olhos... Meio... Parece que andou chorando. Imaginei que fosse por ele.

—— Ah, coisas de família. Sabe como é... Nenhuma família é perfeita.
—— Com certeza... —— ele concorda, parecendo bem ciente disso —— Eu sou da polícia. Estou trabalhando no caso. —— ele retira do bolso da jaqueta seu distintivo e segura em frente ao peito —— Se importa de responder algumas perguntinhas? Não quero incomodar. Apenas preciso de informações.
—— Claro, tudo bem.

Nos sentamos de frente para o outro.
—— Como ele desapareceu?
—— O último contato quem teve foi a namorada dele... Fizeram uma ligação. E pouco tempo depois sumiu. Não o achamos mais. Ele estava de carro, perto da ponte.

—— E... Ele andava estranho? Agindo de modo diferente?
—— Creio que não. Tudo normal...

No mesmo momento em que abre a boca para fazer mais uma pergunta, é interrompido por um garoto o chamando.
—— Dean! Não posso tirar os olhos de você um minuto que já está dando em cima de mulheres? —— ele pergunta, indignado.

—— Cala a boca, Sammy! Estou no meio de um trabalho. —— ele diz irritado, com uma mão no ar para que o garoto se mantenha quieto.

—— O que está fazendo?
—— Entrevistando ela. Senta aí e fecha a boca!

O garoto suspira com impaciência e se senta ao lado dele, em seguida me oferecendo um sorriso gentil.

—— Olá, sou Sam.
—— Meu colega. —— Dean acrescenta.
—— Sou Ellie. —— digo, com um sorriso educado.

—— Bonito seu colar. —— o mais novo repara.
—— Ah... É um pentáculo! —— giro o pingente em meus dedos —— Símbolo de proteção.
—— Você acredita nessas coisas?
—— Um pouco em bruxaria... Eu até estudo algumas coisinhas.

—— Você é bruxa?
—— Não sei se posso me considerar assim, mas talvez. Comecei faz pouco tempo... Apenas estudo sobre elementos, ervas, essas coisas. Mas não chego a me aprofundar.
—— Interessante.

—— É o seguinte, Ellie... Do jeito que Troy desapareceu, tem alguma coisa bem errada! —— Dean fala, apoiando os braços sob a mesa.
—— Eu sei.
—— Então, se ouviu alguma coisa... Por mais louco que pareça...

—— Bom... Você certamente vai achar isso algo bem idiota...
—— Não. Pode dizer.

—— Se tem uma coisa que eu desenvolvi estudando religiões... É não duvidar de nada. Por mais louco que pareça.
—— Prossiga. —— Sam pede.

—— Com tantos caras sumindo... As pessoas falam, sabe...
—— O que elas falam? —— os dois perguntam em couro, me fitando curiosos.

—— É uma lenda local... Uma garota foi assassinada na rodovia, décadas atrás. Ao que parece... Sabe aquelas histórias de fantasmas assombrando o local de morte? Dizem que ela pega carona com homens infiéis. E quem dá carona desaparece. E eu conhecia meu primo... Sabe, ele era um idiota.

Os dois se encaram por alguns segundos e se levantam.
—— Muito obrigado pela entrevista. —— o garoto de franjinha agradece, com um sorriso acolhedor.

—— Vai indo. —— Dean murmura e, assim que seu colega dá as costas, ele volta sua atenção para mim —— Bem... Foi mal pelo incômodo.
—— Ah, não, tudo bem.
—— Vou pagar um café.

—— Não precisa... —— ele ignora o que digo e me puxa até o caixa —— Olá... Eu derrubei o café dessa linda moça. Pode refazer o pedido?

—— Qual foi o pedido? —— a moça pergunta.

—— Não precisa, é sério. —— murmuro, envergonhada.
—— Ótimo, então eu peço. Deixa eu adivinhar... Era um café gelado com caramelo e chantilly, certo?
—— Hm... Sim... —— assinto.
—— Perfeito. Manda um café gelado com bastante caramelo e chantilly aí! —— ele pede.
—— É pra já. —— a atendente anota em um papelzinho e entra por uma porta branca atrás dela.

—— Você é daqui? —— pergunto.
—— Não. Sou de Lawrence... Estou de passagem. Tirei férias, mas sabe como é... Gosto de ajudar nas investigações.

—— Você parece jovem demais para policial... —— comento.
—— Nem tanto... Tenho vinte e seis.

A atendente me entrega o café e Dean paga.
Ele me acompanha até a saída e me oferece um papelzinho com números.

—— Aqui. Meu telefone. Se precisar de alguma coisa... Seja sobrenatural ou não. —— ele brinca, com um uma piscadela e um sorrisinho travesso.
—— Está bem, policial. —— digo, com uma risada.

—— Nos vemos por aí. —— ele ajeita sua jaqueta e vai em direção a um carro Impala, onde Sam o esperava.
—— Até.

Observo eles entrarem no automóvel e darem partida, enquanto bebo um gole do meu café.
Não irônicamente, aquele cara pediu o café certo!

Gostei deles.

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𝙃𝙪𝙣𝙩𝙚𝙧𝙨 - 𝘿𝙚𝙖𝙣 𝙒𝙞𝙣𝙘𝙝𝙚𝙨𝙩𝙚𝙧Onde histórias criam vida. Descubra agora