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Obs: este capítulo ainda não foi atualizado.

"Questão de tempo, docinho"

ELLIE HARPER

Os dois estavam suados e cansados, algo que eu não havia percebido antes.
As olheiras ao redor de seus olhos levemente vermelhos estavam fundas.

- Nossa... Quanto tempo faz que vocês não dormem?
- Acho que vinte e quatro horas.
- Ou mais! -Sam acrescenta.

- Que isso aí? -Dean pergunta, apontando com o queixo para meu peito. Dá para ver a pele sangrenta exposta pelos pequenos rasgos em tiras.

Ele manuzeia o volante, e então estamos na estrada para o meu apartamento.

- Só um arranhãozinho.
- "Arranhãozinho"? Isso aí pode infeccionar.
- Vou limpar assim que chegar em casa.
- Borrifa uma água oxigenada. -Sam me entrega um frasco.

- Não precisa. Eu lavo quando chegar em casa e faço um curativo.
- Ele não está pedindo. -Dean fala, sério.

Reviro os olhos e pego o frasco, borrifando em cima dos arranhões.
Mordo o lábio inferior para reprimir um grito. Isso arde demais.
- Puta merda! -reclamo.

- E então... Pode resumir a história pra gente?
- Eu estava trabalhando em uma lanchonete. Duas senhoras comentaram sobre ter cuidado com a besta... E eu conversei com elas. Me passaram o endereço do garoto, e eu decidi vir falar com ele.

- Como descobriu que era um padre? -Dean pergunta- Aliás, acho que eu nunca vi um padre envolvido nessas coisas sobrenaturais!

- Porque Jack sabia. Na noite do ataque, ele enfiou um explosivo em um dos olhos do lobisomem. E depois o padre apareceu cego do mesmo olho. E ele ligou os pontos. Então eu chequei... Fui até a igreja. Toquei no nome da besta, e o padre soou frio. Ele sabia o que era. E então planejei e esperei a lua cheia.

- E achou que fosse uma boa ideia caçar sozinha? -Dean questiona.

Eu o observo, confusa.
- Por que parece que você está irritado comigo? -indago, e ele encolhe os ombros.
- Não estou irritado.
- Mas parece estar.

- Ah, ok... Me desculpa se eu não concordo com uma inexperiente caçando sozinha.
- Como é que é?
- Vish! -Sam murmura, posso ver seus olhos arregalados pela visão periférica.

- Você não devia caçar sozinha.
- E queria que eu fizesse o quê?
- Sei lá! Avisasse nós dois e esperasse?

- E se vocês não chegassem a tempo?
- Chegamos ainda na lua cheia.
- É! Depois que eu já havia matado aquela coisa! E se chegassem depois? Teríam que voltar no próximo mês.

- Mas tínhamos tempo! Poderíamos ter caçado.
- Mas não caçaram! Eu fiz isso.
- E foi uma péssima ideia.

- Quería que eu deixasse aquele garoto morrer? Aquela coisa foi direto até ele! Um garoto machucado, Dean! Ele não saberia se defender. É só uma criança.

- Não! Mas devia ter esperado! Você nunca havia lidado com um lobisomem antes.
- Mas eu lidei! Eu matei um!

- Calma, gente!
- Cala boca, Sammy!
- Não manda ele calar a boca!
- Mando, sim! É meu irmão mais novo!

- Não estou te entendendo! Está bravo comigo porque eu matei uma criatura daquelas e salvei a vida de uma criança?

- Não! Estou bravo porque você não tinha armas suficientes, nunca havia lidado com uma coisa dessa antes e foi lá sozinha fazer isso. Sendo que você é inexperiente. Isso podería ter dado muito errado, foi um risco que não precisava correr.

𝙃𝙪𝙣𝙩𝙚𝙧𝙨 - 𝘿𝙚𝙖𝙣 𝙒𝙞𝙣𝙘𝙝𝙚𝙨𝙩𝙚𝙧Onde histórias criam vida. Descubra agora