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ᴀꜱꜱᴀꜱꜱɪɴᴀᴅᴏꜱ

ELLIE HARPER

Durante o restante do dia, me mantenho ocupada com os manequins. E atendo também alguns clientes que adentram a loja.

Faço uma pausa para comer, e a panqueca estava deliciosa!
Kay rouba um pedaço, é claro.

—— Hm... Sua mãe cozinha muito bem. —— ela diz —— Isso é talento de família?
—— Talvez. —— digo, rindo —— Aprendi alguns doces com ela. É quase uma chefe de cozinha!

Eu também adoro cozinhar.
Me arrisco a fazer tortas e outros tipos de sobremesa.
Quando tenho tempo livre, é claro. Se eu não estiver cozinhando, com certeza estou lendo ou escrevendo.
São como hobbies.

Quando a noite chega, finalmente é hora de ir pra casa.
Pela primeira vez, estou contente com isso e não com medo. Porque vou acabar logo com essa história.

Aquele imbecil vai beber, dormir, nós vamos fugir e eu ligarei para a polícia.
Ele não me escapa.

(...)

Destranco a porta e entro. A casa está um completo silêncio.

—— Mãe? —— chamo.

Não recebo respostas, então vou adentrando os cômodos do andar de baixo.
Encontro a janela do meu quarto estourada.
O vidro está completamente estilhaçado e minha porta escancarada.
Isso só pode significar uma coisa: a casa foi invadida.

—— Ah não... —— resmungo —— Mãe?

Caminho em passos rápidos pela casa e paro quando chego na escada. Tem sangue por todo lado e os dois estão mortos, com um grande buraco no peito.

Encaro tudo estática, com olhos arregalados.
Permaneço alguns segundos parada, sem saber o que fazer, com as lágrimas inundando meus olhos.

Isso foi um assassinato?
Quem fez isso?
Foi logo quando saí para trabalhar?
O que faço agora?

Minhas pernas falham de fraqueza e caio de joelhos no chão. Puxo meu celular e disco o número daquele policial.
Não sei o motivo, mas parece que ele é a pessoa certa a chamar nesse momento.

—— Alô? —— uma voz atende.
—— Oi... É o Dean? —— pergunto.
—— Ahm... Por quê a pergunta?
—— Sou Ellie. Falei com ele ontem, aqui em Jericho... —— suspiro, limpando as lágrimas —— Ele ainda está por aqui?

—— Ah, Ellie... É o Sam. Estamos ainda em Jericho, sim. Do quê precisa?
—— Encontrei meus pais mortos. Tem sangue por todo lado, minha janela está estourada... E tem um buraco no peito deles. Eu... Não sei o que eu faço...

—— Meu Deus! Ellie... Não mexe nos corpos. Está bem? Me passe seu endereço.

Digo o devido endereço e a linha fica em silêncio por um momento, e logo outra voz fala.

—— Ellie? É o Dean... Estamos a caminho. Escute, tem algum cômodo seguro na sua casa?
—— Acho que sim...
—— Se tranque lá até chegarmos. Isso pode ter sido assassinato, o que cometeu o crime pode estar por perto e você pode estar em perigo.

—— Como assim o que? —— pergunto, confusa. Minhas mãos estão tremendo e estou começando a ficar ainda mais nervosa.
—— Eu quis dizer quem... —— ele murmura —— Estamos a caminho. Se tranque em algum lugar e espere.
—— Está bem...

(...)

Me tranco no banheiro com o celular.
Estou tremendo e chorando o tempo todo, sem pausas.

Eu iria tirar minha mãe disso!
Eu ia acabar com esse sofrimento...
E agora ela está morta!

𝙃𝙪𝙣𝙩𝙚𝙧𝙨 - 𝘿𝙚𝙖𝙣 𝙒𝙞𝙣𝙘𝙝𝙚𝙨𝙩𝙚𝙧Onde histórias criam vida. Descubra agora