"ɴᴏᴠᴀ ᴏʙꜱᴇꜱꜱᴀ̃ᴏ"
ELLIE HARPER
Chegamos até a casa onde Lucas está e pedimos para a mãe dele para termos uma conversa.
—— Eu não acho isso uma boa ideia —— ela diz.
—— É só um minuto —— Dean insiste.—— Andréa. Tem alguma coisa acontecendo lá.
—— Meu marido e os outros só se afogaram.Dean suspira, impaciente.
—— Se acha isso mesmo, vamos embora. Mas se você acha que tem a possibilidade de ter algo a mais por trás disso tudo... Nos deixe falar com seu filho.Ela respira fundo e assente, nos levando até a última porta do corredor.
Abro a porta devagar e encontro Lucas sentado no chão, com suas folhas de desenho espalhadas ao seu redor.Adentro o quarto devagar e me abaixo. Dean faz o mesmo, ao meu lado.
—— Oi, Lucas! Lembra da gente?Ele permanece em silêncio. Olho para Dean e ele decide falar.
—— Olha... A gente quería agradecer pelo desenho. E nós... Vamos precisar da sua ajuda.Dean retira o desenho do bolso e desdobra, deixando a folha no chão para Lucas.
—— Por que você desenhou isso? Sabia que ia acontecer alguma coisa ruim? Você pode balançar a cabeça para dizer.—— Está com medo? —— pergunto, o garoto assente levemente.
—— Está bem... Eu entendo. —— Dean fala —— Quando eu tinha a sua idade, uma coisa horrível aconteceu com a minha mãe. Eu fiquei com medo. Eu não quería falar, assim como você. Só que a minha mãe... Ela quería que eu fosse corajoso. E eu penso nisso sempre. E tento ser corajoso. E o seu pai quer que você também seja corajoso.
Observo Dean falar. De alguma forma tudo isso me toca. Parece que sua infância foi bem difícil.
Não tivemos tempo de conversar sobre ainda, mas estou curiosa.Ele solta o lápis e olha para Dean. É a primeira vez que mantém contato visual direto com algum de nós.
Ele pega um dos desenhos e entrega para Dean. Me aproximo para espiar por cima de seu ombro, e é uma casinha amarela próxima a uma igreja. Um portãozinho de madeira e um garotinho com uma bicicleta vermelha.—— Obrigado, Lucas.
(...)
Entro no banco de trás e analiso melhor o desenho.
Esse garotinho ainda está vivo? Será que ele é a próxima vítima?
Talvez consigamos impedir.—— Andréa disse que o garoto nunca desenhou assim até o pai morrer.
—— Uma experiência traumática pode deixar as pessoas mais sensíveis. Principalmente crianças. Essa deve ser a forma que ele encontrou de se expressar... Ou, pelo menos, se distrair para esquecer. —— Digo —— Será que esse garotinho do desenho é a próxima vítima?—— Talvez. O problema é que devem ter mil sobrados amarelos por aí, vai ser difícil achar.
—— Mas não tantas igrejas iguais —— Sam diz.—— Ah... O garoto da escola se acha esperto. —— Dean o provoca. Sam dá um risinho e nega com a cabeça.
Depois de alguns minutos em silêncio, Sam o chama.
—— Dean... O que você falou sobre a mamãe... Nunca tinha me contado.
—— Não é nada demais. —— os dois se encaram —— Ah, qual é! Você não vai querer me abraçar, né? —— ele reclama e o mais alto sorri.—— Não. Não vou te abraçar.
—— Se fosse a Ellie, eu até pensaria no assunto. Agora, você... Sem melosidade, cara.Reviro os olhos.
—— Estava demorando para citar meu nome! —— resmungo.
—— Parece que é a nova obsessão dele —— Sam brinca.

VOCÊ ESTÁ LENDO
𝙃𝙪𝙣𝙩𝙚𝙧𝙨 - 𝘿𝙚𝙖𝙣 𝙒𝙞𝙣𝙘𝙝𝙚𝙨𝙩𝙚𝙧
ФанфикDean e Sam Winchester estão atrás do pai. Eles investigam seu último paradeiro: a pequena cidade de Jericho, e acabam conhecendo uma jovem simpática durante a tentativa de resolver um caso.