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"Que mulherzinha estressada"

ELLIE HARPER

- Eu devo dizer alguma coisa? -pergunto.
- Não. Deixa com a gente. Só mostra seu distintivo.

Eu os acompanho.
Ele pedem acesso aos destroços e seguram seus distintivos ao lado do rosto, então eu faço o mesmo.
Tentando passar o máximo de credibilidade possível, é claro.

Eles liberam nossa passagem e eu adentro o armazém tentando conter minha animação.

Isso é incrível! Um distintivo realista e eu posso conseguir qualquer coisa?

Sam fecha a porta quando passamos.
E lá estão os destroços.
Era um avião enorme. Toda sua estrutura agora em pedaços amassados.

A cabine de comando, as asas divididas ao meio, turbinas e estabilizadores... Apenas o esqueleto restou, eu diria. Quase não é possível reconhecer que isso é uma aeronave.
Não entendo como houve sobreviventes.

- Meu Deus. -Sam diz.

- O que é isso? -questiono, quando Dean retira do bolso um aparelho e conecta fones de ouvido a ele.
- Um medidor EMF.
- E qual a utilidade?
- Ele mede campos eletromagnéticos emitidos por espíritos. Ou coisas do tipo.

- Isso aí está parecendo mais um walktalk velho e detonado. -Sam murmuta.
- E é assim que eu fiz. -Dean sorri convencido- É artesanal.
- É... Percebe-se.

Dean desmancha o sorriso e volta a se concentrar em ouvir qualquer som raptado pelo EMF.

Sou obrigada a admitir que fiquei com pena, tadinho.
Ele estava tão feliz!
Mas essa coisa realmente não parece que vai funcionar.

- Gente... Olhem isso aqui... -os chamo.

Eles analisam a tranca da porta de emergência, está amassada e tem manchas esverdeadas esquisitas.

- Isso é?
- Não sei.
- Vamos descobrir... -Sam retira do bolso uma navalha, e raspa o material, colocando dentro de um pequeno pacote.

Posso ouvir os passos apressados do lado de fora.
Meu genitor, aquele que me recuso a chamar de pai, fazia os mesmos barulhos quando andava pela casa furioso.

- Estão vindo. -aviso- É melhor sair logo.

Sigo os dois para fora, por uma porta diferente da que entramos.
Mal tivemos tempo para verificar tudo!

Andamos em passos apressados e o alarme soa.
- Como eles descobriram, hein? -pergunto irritada- Custava mais cinco minutinhos? Nem tivemos tempo de olhar!

Eles começam a correr e eu os acompanho.
Paramos em frente a um portão de grades.

- Sabe pular? -Sam pergunta.
- Está brincando? Eu vou me quebrar toda!
- Sam, vai na frente! -Dean ordena.

Ele pula e Dean me puxa pelo braço.
- O quê vai fazer?
- Shiu! -ele resmunga, passando os braços ao redor do meu quadril e me suspendendo do ar- Anda, se apoia e sobe aí!

Me agarro a última grade que, para meu azar, tem arame farpado, o que me causa arranhões, e apoio os pés nos ombros de Dean, subindo por completo.
Ele joga o blazer por cima do portão e sobe também, me dando um empurrão nas costas antes de pular.
- Sam, segura aí...

Mas ele havia me empurrado antes mesmo de falar, e Sam estava de costas para nós, atento a entrada do armazém.
O que significa que ele não estava me vendo, e não me segurou.

Caio feito uma boneca esparramada no chão.

- Uh, Deus! Você está bem, Ellie? -Sam me ajuda a levantar.

- Ai...
- Se machucou?
- Um pouco...

Dean pula e eu o encaro furiosa.

Ele agarra o blazer e me olha preocupado.
- Está bem?
- Claro que não! Ficou maluco?
- Por quê?
- Você me empurrou dali de cima!

- Foi mal... Pensei que o Sam iria segurar...
- Seu idiota!
- Foi sem querer!
- Não interessa!

- Está viva, não está?
- Estou.
- Então está ótimo. Aliás, me lembra de adicionar pular muros e portões na lista para te ensinar mais tarde.

Suspiro e apresso meus passos até o carro, murmurando xingamentos.

- Ah, mas que péssimo humor! -Dean zomba, assim que entramos no carro- Eu só tentei ajudar... Foi sem querer.

Retiro o blazer e aperto o cinto no banco de trás.

- Sabia que se pode ser delicado quando está ajudando alguém? Você não simplesmente lança a pessoa para o chão!
- Eu fui delicado...
- Não foi. -Sam o contraria.
- É, não foi!

- Olha... Você não sabia pular e eu te ajudei. Você caiu... Mas foi só um tombinho... Não entendo o motivo de estar emburrada.
- Dean, eu caí no chão!

- Passou dele?
- Não!
- Então?
- Ah, eu vou te...

- Calma! Eu já pedi desculpas! Não quería que se machucasse! -ele diz- Mas você nem se machucou de verdade. Foi só um tombinho.

Bufo e cruzo os braços.
Idiota!

- Tinha que ser mulher... -ele murmura.

Acerto um tapa em sua cabeça e ele me olha indignado pelo espelho.
- Ai!

Sam dá risada e o apressa para dirigir.
- E você tinha que ser homem... Bruto e insensível.

- Ei! Eu não sou insensível! -Sam me repreende.
- Eu sei, Sam. Me desculpe. Você é um exemplo de cavalheirismo! Mas o seu irmão, não. E eu estou falando exatamente dele!

- Eu, insensível?
- Sim!
- Que culpa eu tenho que você não sabia pular um portão? Se eu não fizesse algo, ficaríamos ali e poderíamos ser pegos!

- É, mas você me jogou de lá! Como se eu fosse uma boneca!
- Isso aí é verdade. -Sam concorda- Tadinha, ela caiu com tudo!
- Cala a boca, Sammy! Para de se meter. Ninguém aqui está te perguntando nada! O papo é A e B.

- Cala a boca e dirige logo! -reclamo.

- Está bem, está bem! Eu, hein! Que mulherzinha estressada...
- Estressada é o seu...
-Calma, gente! -Sam me interrompe.
- E depois o bruto sou eu...

- Você É bruto!
- Eu compro um chocolate como desculpas. Prometo.

Oioi! Se vocês interagirem bastante com a história, comentando muito, eu vou publicar mais um até a meia noite!

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𝙃𝙪𝙣𝙩𝙚𝙧𝙨 - 𝘿𝙚𝙖𝙣 𝙒𝙞𝙣𝙘𝙝𝙚𝙨𝙩𝙚𝙧Onde histórias criam vida. Descubra agora