Dean e Sam Winchester estão atrás do pai. Eles investigam seu último paradeiro: a pequena cidade de Jericho, e acabam conhecendo uma jovem simpática durante a tentativa de resolver um caso.
Somente quando Dean liga o chuveiro é que Sam entra pela porta.
—— Cheguei! Trouxe macarrão com molho de tomate, suco natural de laranja, queijo ralado e bombons!
—— Hm, que delícia! —— forço um sorriso. —— Está tudo bem, Ellie? —— Claro, está sim. Só estou com fome.
O ajudo a retirar os potinhos de comida das embalagens. —— Na verdade... Seu irmão exagerou um pouco na bebida.
Ele revira os olhos. —— Imagino que ele tenha falado bastante besteira... —— É... Digamos que a bebida deixa ele bem corajoso.
—— O que ele disse? —— Muitas coisas. É melhor não entrar em detalhes. —— Acho melhor a gente jantar e ir dormir, então. —— É melhor, sim. Ah... Posso dividir a cama com você? Vai ser meio constrangedor se eu tiver que dormir com ele... —— Tudo bem.
Sequer esperamos Dean sair do banho e nos sentamos para comer. Ele passa um longo tempo no chuveiro e, ao sair, sequer olha pra um de nós.
—— O seu pacote está em cima da sua cama. É macarrão com molho de tomate. —— Estou sem fome —— ele murmura.
Sam me encara confuso e eu apenas dou de ombros. —— Longa história... —— sussurro.
Observamos ele se sentar em sua cama, trêmulo, e se atirar para trás. —— Exagerou, hein, Dean! —— Sam comenta. —— Não enche!
Não posso evitar ficar constrangida quanto a isso. Comemos em silêncio e, na hora de dormir, Dean dá uma risadinha ao me ver deitar com Sam.
—— Eu não mordo —— ele diz. —— Acho que morde, sim. —— dramatizo —— Boa noite, Dean.
(...)
Quando pegamos a estrada novamente ao amanhecer, Dean já está melhor, porém me evitando a todo custo.
Seus olhos estão avermelhados pelo sono pesado. —— Temos que abastecer, Dean. —— Eu tô sabendo —— ele resmunga.
Ele estaciona em um posto e Sam desce, para colocar gasolina e também comprar algumas coisas básicas, como água, alguns remédios para a dor de cabeça de Dean e biscoitinhos.
Ele me olha de relance pelo espelho algumas vezes e, ao notar que estou prestes a dizer algo, liga o rádio para tocar.
CRYIN - AEROSMITH
There was a time (Houve um tempo)
When i was so broken hearted (Quando eu estava com o coração tão partido)
Love wasn't much of a friend of mine (O amor não era muito meu amigo)
The tables have turned, yeah (O jogo virou, sim)
Cause me and them ways have parted (Porque eu e esses caminhos nos distanciamos)
That kind of love was the killin' kind (Aquele tipo de amor era do tipo que mata)
Listen! (Escute!)
All i want is someone i can't resist (Tudo que eu quero é alguém a quem não possa resistir)
I know all i need to know by the way that i got kissed (Eu sei tudo que preciso saber pela maneira como fui beijado)
—— Tá de brincadeira? —— ele reclama, passando as músicas até encontrar "Back in Black" —— Agora sim! —— aumenta o volume.
Fico quieta por alguns minutos, o observando tamborilar os dedos no volante e, as vezes, me olhar pelo canto dos olhos.
Me irrito e me debruço sobre os bancos, desligando o rádio. —— Ei, qual é! —— Ok, agora chega! —— exclamo —— Até quando vai ficar nessa?
—— Como assim nessa? —— Me olhando com essa cara, me ignorando, colocando música de indiretinha... —— A música foi sem querer. —— Não interessa! Olha o climão que você está fazendo! Tudo por uma birrinha idiota!
—— Eu não estou fazendo climão e muito menos birrinha! —— Ah, me poupe, Dean! Desde que você falou aquelas coisas ontem o ar ao nosso redor está constrangedor! Está pesado!
—— Esqueça que eu disse aquelas coisas. Foi tudo efeito da bebida. —— Ouvi dizer que as palavras que saem da boca de um bêbado são a mais pura verdade.
—— E isso importa? —— Lógico que sim! Não dá pra fingir que você não me disse aquelas coisas. —— Mas é melhor fingir.
O olho indignada. —— Olha, você devia me falar as coisas quando está sóbrio, e não quando enche a cara de vodka. —— E você acha que eu não falo? —— ele força uma risada —— Você sabe, Ellie. Só ignora, mesmo. Então podemos continuar assim. Você não quer nada e está tudo bem, vamos fingir que eu nunca disse aquelas merdas e voltar a rotina. Eu vou parar de tentar. —— Olha... Não é bem assim.
Ele vira a cara, mexendo nos botões do rádio. Me inclino novamente e acerto um tapa forte em sua mão. —— Ai! Ficou louca, mulher? —— Quer fazer o favor de olhar na minha cara quando estou falando?
—— Fala. Eu não sou surdo, estou ouvindo. —— Mas parece! —— Vai falar ou eu posso ligar minha música? —— Não ouse ligar isso!
—— Eu ligo quando eu quiser! —— Mas eu estou falando com você! —— Já terminamos a conversa!
Ele liga a música e aumenta o volume. Me inclino novamente e desligo. Ele me encara com raiva. Percebo que Sam está a caminho do carro e me escoro no banco de trás, cruzando os braços em frente ao peito.
—— Tanto faz. Fique bravinho se você quiser. Eu só ia dizer que você está enganado. —— Enganado sobre o quê? —— Sobre eu não querer nada.
Ele se vira imediatamente em minha direção, confuso. Mas antes que pudesse falar algo, Sam entra no carro.
—— Está tudo bem, gente? —— ele pergunta. —— Está tudo ótimo! —— respondo.
Dean suspira, impaciente, apertando o volante. —— Está tudo bem, Dean? —— Está.
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Relevem o capítulo bem curto, a autora está doente e maldesde metade da semana, está difícil escrever.