𝙃𝙪𝙣𝙩𝙚𝙧𝙨 - 𝘿𝙚𝙖𝙣 𝙒𝙞𝙣𝙘𝙝𝙚𝙨𝙩𝙚𝙧

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Obs: este capítulo ainda não foi atualizado como os outros.

Beijo roubado

ELLIE HARPER

Nós jantamos estacionados na beira da estrada.

Estou pensando no que quase aconteceu.
Se Sam não tivesse interrompido... Nós teríamos nos beijado.

Estou me odiando agora!
Desde que Sam entrou nesse carro, eu nao consigo parar de pensar em Dean. Nem por um minuto.

O pior é que eu quería esse beijo!
E estou com raiva por ter prometido a mim mesma que não iria cair na lábia dele, pois é um mulherengo e provavelmente só quer um pouquinho de diversão.

Mas esse homem é lindo!
E agora eu não consigo parar de pensar em um beijo.
Parabéns, Ellie. Você é uma idiota!

Estou olhando fixamente para fora, evitando contato visual com Dean.
Mas posso sentir seu olhar em mim, queimando o lado esquerdo do meu rosto.

O carro está em completo silêncio: Eu e Dean em um dilema, ele me encarando e eu fingindo não ver; e Sam tentando entender o que está acontecendo.

- Gente... -Sam chama- Eu... Atrapalhei alguma coisa quando entrei?

- Não. -murmuro.
- Sim. -Dean me contraria, com uma voz firme- Atrapalhou.

- Ah... -Sam murmura- Foi mal...
- Tudo bem. -digo.
- Tudo péssimo. -Dean me contraria novamente- Chegou na hora errada.

E mais um minuto completo de silêncio se estende. Dean olhando sério para Sam.
Parece até que os dois estão conversando por olhares, parece que se entendem.
E então Sam pigarreia.

- Eu... Posso sair... Se vocês quiserem conversar...
- Não precisa! -digo.
- Seria ótimo! -Dean fala, com um sorrisinho.

Suspiro.
- Não precisa, Sam. -digo mais alto- Não temos nada para conversar.

Faço o melhor que posso para não fazer contato visual, mas falho miseravelmente.
Dean está me olhando confuso.

- Eu acho melhor voltarmos. -falo- Lucas estava desesperado demais, estou preocupada. Devíamos voltar e ver se está tudo bem.

(...)

Voltamos até a casa de Andréa.
Antes mesmo de tocarmos a campainha, Lucas aparece correndo e abre a porta.
Está até mesmo ofegante, em pânico. Ele agarra meu braço e o de Dean e nos puxa para dentro da casa.

- Lucas!
- O quê foi?

Ele nos arrasta escada acima, correndo, chorando. E para em frente a uma porta branca. Tem água saindo lá de dentro, encharcando todo o chão.

Ele não nos solta, está apavorado. Suas unhas cravadas em nossas peles.

Sam arromba a porta com dois chutes.
É um banheiro, tem uma banheira lotada de água em movimento. Ele coloca as mãos lá dentro e puxa Andréa.
Os dois caem no chão. Ela está encharcada, cuspindo água e tossindo.

Ela se senta e apoia as mãos no chão, está fraca e trêmula, sua pele levemente azulada.
Estava se afogando, perdendo o ar.

Solto meu braço do agarre de Lucas, retiro meu casaco e a cubro.
Ela aperta o tecido com força, respirando fundo para se recuperar.

Me levanto e dou uma olhada na banheira, a água escura em minutos fica transparente novamente.
Era quase como se o líquido da maldade se misturasse ali.

- Santa Deusa Mãe...

(...)

Enquanto Sam conversa com Andréa, eu estou acariciando o cabelo de Lucas.
Levou um bom tempo para acalmá-lo.