CAPÍTULO 33

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Beatrice Brooks

Assim que abro os meus olhos sinto uma dor insuportável, olho ao redor tentando me acostumar com a claridade, assim que olho ao meu lado me deparo com o Theo sentado em uma cadeira e debruçado sobre um pouco da minha cama, seus cabelos castanhos estão levemente bagunçados. Levo a minha mão até os seus cabelos arrumando-os.
Ele parece cansado, parece ter ficado acordado. Não quero acordá-lo, então tento lembrar o porque de ele estar aqui. Apenas me lembro de levantar e ir atrás da Katheryn...agora eu lembrei.
Sinto que tenho que acordá-lo mesmo não querendo.
- Theo.
Ele acorda um pouco assustado, porém se acalmar novamente ao me ver acordada.
- Ah, desculpa acabei pegando no sono. Você está bem? - pergunta com afeição de preocupação.
- Estou bem. - falo na intenção de acalmá-lo.
- Bem...eu já volto, vou chamar o médico. - diz saindo do quarto e voltando em menos de dois minutos.
- Olá Brooks! - diz o Dr.Tyler.
- Oi.
- Então a senhorita resolveu andar logo após acordar da cirurgia? - pergunta ele, mas não faço questão de responder já que parece uma pergunta retórica.
- Enfim, depois do seu ocorrido relvemos dar alta a você apenas amanhã, e lembre-se de ficar de repouso aqui e em casa.
- Pode deixar!
- Bem, amanhã eu venho examiná-la e dar alta se estiver tudo certo. - diz ele saindo do quarto deixando apenas eu e o Theo, com um clima meio estranho. Até que o silêncio é quebrado quando o Theo vai atrás da sua bolsa e pega um buquê, mas não é um buquê qualquer, como rosas, margaridas ou tulipas, é um buquê de livros, e vem mais perto de mim entregando o buquê.
- Comprei para você antes da cirurgia, achei que gostaria de ter a companhia de livros. - diz ele dando um sorriso de canto. Covinhas. Aquelas benditas covinhas.
Olho para o buquê percebendo que há treze livros! 13 livros! Treze é o meu número da sorte, treze é o dia do meu aniversário e 13 foi o dia da cirurgia que mudou a minha vida.
Amor em Roma, Quebrando o gelo, Melhor do que nos filmes, Uma tempestade de verão, Os dois morrem no final, Loucos por livros, Um de nós está mentindo, Beijos e croissants, Tweet Cute: O @mor é uma receita secreta, Um de nós é o próximo, A biblioteca da meia, Pessoas normais e Você ligou para o Sam.
Todos eles são livros da minha wishlist da Amazon. Todos. Eu ainda estou sem acreditar. Pego um dos livros e o abro dando de cara com um dedicatória escrita a mão com a letra do Theo. Não pode ser...
Pego outro livro abrindo-o e vendo outra dedicatória, ainda em choque repito isso com os outro onze livros, e todos eles estão com uma dedicatória feita pelo Theo.
A única coisa que eu quero fazer é abraçá-lo e beijá-lo. Mas sei que não posso fazer isso, pois vou criar esperanças para mim e vou me magoar quando eu der conta que não posso tê-lo. Então eu apenas irei agradecê-lo.
- Theo. Muito obrigada! Foi um dos melhores presentes que eu já ganhei.
Ele me olha com esperança, seus olhos estão implorando paraque eu o beije.
Eu não vou conseguir me controlar e vou me culpar por isso depois, mas sempre tem aquela frase: "O passo que você está com medo de dar pode ser o que vai mudar tudo."
Respiro fundo e por impulso eu o puxo pela gola da sua
camiseta oversize. Nossos lábios se tocam e eu percebo sua expressão de surpresa se transformar em urgência. Sinto o gosto de menta da sua boca passando para a minha. Ele me beija desesperadamente, ficando levemente debruçado por cima de mim, apenas não deixando seu peso sobre o meu corpo, enquanto as minhas mãos estão na sua nuca. Eu não quero me separar dele nunca mais. Até que o beijo acaba e nos separamos.
Percebo que ambos estamos ofegantes. E foi aí que eu percebi a merda que eu fiz.
- Desculpa. - falo deixando-o confuso.
- Desculpa? - pergunta.
- Sim, me desculpa. Eu agi por impulso, não era para ter beijado você, eu apenas vi o seu olhar implorando e não me resisti. - minto, quebrando uma parte de mim.
- Impulso? Então quer dizer que a merda de beijo maravilhoso foi apenas por dó? - pergunta ele com desprezo.
- Sim, foi apenas por dó de você. - minto novamente.
Percebo o seu olhar em mim, é uma mistura de tristeza, desprezo, raiva e choque.
- Il mio pic...Beatrice. Você não estava só, eu estava aqui para você, eu te esperei e te esperaria, e mesmo depois de tudo isso você simplesmente fala que fez por dó...merda. - ele fala tudo aquilo me deixando culpada, mas infelizmente isso é pata o seu próprio bem.
- Theo. Será que você pode ir embora daqui? - pergunto. - Na verdade me deixa em paz. - termino.
Ele me olha com uma certa indiferença agora, ele vira as costas e sai da sala, deixando a minha fala ser a última.
Então é verdade, o passo que eu estava com medo poderia mudar tudo, e mudou.
E agora eu me sinto vazia. Apenas sinto as lágrimas escorrem pelo meu rosto, seguido pelos soluços. Eu fico ali chorando até eu finalmente pegar no sono.

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