¹⁹, Sem corações partidos

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capítulo dezenove; Sem corações partidos
“Acho que todos nós controlamos quem deixamos partir nossos corações.”

O tempo estava perfeito

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O tempo estava perfeito. Parecia errado ser tão triste quando o mundo era exatamente o oposto, mas Salem não se conteve.

Ela estava melancólica naquele momento, aproveitando o espaço que ocupava em um banco de pedra, mas nada além disso. Roman havia arrumado o cabelo dela naquela manhã, talvez por isso o meio coque fosse tão irregular, mas exibia as joias que decoravam suas orelhas, então ela ficou satisfeita. E, novamente, ela não teve motivação para refazê-lo.

A garota tinha evitado tudo. Ela queria parar de correr e enfrentar suas tragédias de frente, mas era tão difícil quando se sentia como um bilhão de pedacinhos quebrados. Então ela dormiu, acordou tarde, vestiu roupas que estavam espalhadas. Roman ofereceu um pouco de conforto, mas no final Salem se isolou em um pátio solitário depois de evitar cada uma de suas aulas.

Salem notou James antes que ele se concentrasse nela claramente, suas intenções eram encontrá-la, mas enquanto caminhava em direção ao pátio que ela ocupava, ele cumprimentou os alunos sorrindo e rindo alegremente. Porém, quando ele viu a ruiva, seu comportamento se acalmou e seus passos se solidificaram direto para ela, sem parar.

Ele era lindo. Salem havia se rendido a essa verdade há muito tempo, mas ocasionalmente ela era lembrada. Pelo cacho que pendia vivo em sua testa, pela gravata que nunca ficava bem apertada, pela camisa branca bem passada apertando seus músculos quando ele se movia e como seus olhos se suavizaram quando ele se sentou ao lado dela.

— Meu coração já foi partido antes, você sabe. — disse James, olhando para a garota cujos olhos continuavam a traçar a arquitetura do castelo. — Não pretendo passar por isso de novo.

— Então não faça isso.

Ela estava com tanto frio. Embora, por alguma razão, isso não tenha congelado James — isso o aqueceu.

As coisas mudaram, certamente, mas não isso. Ela não. E isso lhe deu algum tipo de esperança.

— Obrigado pelo conselho. — James brincou secamente, passando a mão pelo cabelo rapidamente. — Não estou dizendo que não quero... amar alguém de novo, sabe? Eu só... me recuso a ter outro coração partido.

— Você não pode exatamente controlar isso. — observou Salem, seus lábios puxando para cima com uma emoção desconhecida.

— Bem, acho que posso sim. — disse James com certeza, e pela primeira vez, Salem olhou para ele.

Ele parecia tão determinado. Sobrancelhas franzidas e olhos esperançosos, o lábio inferior momentaneamente preso entre os dentes. James estava em uma missão e Salem se sentia como se estivesse no centro dela.

— Acho que todos nós temos controle sobre quem deixamos quebrar nossos corações. — continuou James. — E não vou deixar você quebrar o meu.

A esperança escorria de Salem como o lamentável fim de uma forte tempestade. Ela devia saber que isso aconteceria; não foi nenhuma surpresa que ele se virasse ao perceber que ela era a garota, mas ainda doía.

XEQUE-MATE | james potterOnde histórias criam vida. Descubra agora