Para Yuri Lukov a morte nunca foi um problema quando se tratava de pessoas cruéis, ingratas, soberbas e loucas por dinheiro, porém quando aqueles olhos pretos bateram em sua linha de visão, implorando pela vida, o seu corpo paralisou com um instinto...
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Estou sonhando novamente com a garota ruiva, observo ela vomitar e depois analiso a morena segurando o cabelo dela.
Eu era apenas uma observadora de uma cena que não lembro.
— Você precisa ir ao médico! — Pontuei, enquanto ela vomitava no vaso do banheiro.
— Eu estou bem, Nanda! — Exclamou a outra desviando do assunto.
Ela me chamou de Nanda e não sei dizer, mas só de ouvir essa voz o meu coração palpitou com uma saudade.
Saudade dela.
— Você não está bem. — Pontuei.
— É só uma virose.— Explicou a ruiva fazendo a eu de anos atrás dar um sorriso de deboche.
— Uma virose que já dura duas semanas. — Informa mexendo a cabeça.
— Se não melhorar eu prometo que vou ao médico, fechado? — Tentou a outra parecendo muito cansada.
— Se você não fosse uma pessoa responsável eu juraria que você está grávida. — Falou rindo e depois parou do nada voltando o olhar para a outra.
— Vocês usaram né? — Pergunta ela como se tivesse achado todas as pistas para descobrir o suspeito.
— Claro que usamos. — Se defendeu a ruiva. Suas bochechas ficaram vermelhas praticamente da cor do cabelo. A morena abriu a boca, ao passo que a outra a cabeça desviando o olhar.
— Não é algo confiável, todos são falhos. — Comentou pensativa, ela fitou a amiga e sorriu.
— Eu não estou grávida, Nanda! — Rebateu a outra, mas de um jeito incerto.
Fiquei muito curiosa para saber se ela estava ou não grávida, porém o sonho mudou e quando me dei conta estava chorando em minha cama sentindo um sentimento angustiante.
Era apavorante não saber nada de si e por mais que eu tente não ficar pensando o dia todo nisso não podia fugir da verdade. Eu esqueci de todos que amava. Eu me esqueci de mim mesma. Desci da cama lentamente e pisei o meu pé descalço no chão.
Caminhei até o banheiro e liguei o chuveiro, em segundos arranquei a roupa do meu corpo e entrei embaixo da água quente, porém ela queimava o meu corpo da mesma forma que os meus próprios sentimentos estavam fazendo.
— Eu queria tanto lembrar de vocês! — Gritei batendo a minha mão na parede e no mesmo instante que fiz isso fiquei receosa por ter esquecido que o Yuri está a uma porta de distância de mim. E, quando não escutei nenhum passo ou movimentação, respirei aliviada e me entreguei à deriva em minhas próprias emoções.
Deixei o meu corpo cair e sentei no chão do banheiro, encarei os meus dedos enrugados e mais algumas lágrimas escaparam dos meus olhos.
Os meus sonhos não poderiam nunca ser chamados de pesadelos porque está acordado em um mundo que você não sabe quem é de verdade já é um.