Para Yuri Lukov a morte nunca foi um problema quando se tratava de pessoas cruéis, ingratas, soberbas e loucas por dinheiro, porém quando aqueles olhos pretos bateram em sua linha de visão, implorando pela vida, o seu corpo paralisou com um instinto...
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Abri os meus olhos devagar e o cheiro forte dele chegou em segundos até mim, seu braço tatuado rodeava a minha cintura e o meu rosto estava em cima do seu peito, mais especificamente na tatuagem que exibia um F bem desenhado, minha perna encontrava-se em cima da dele e o meu peito bradou furiosamente observando a cena, rapidamente tentei me afastar e me deparei com os olhos cintilantes dele.
Yuri normalmente era uma pessoa silenciosa, ele gostava de analisar cada ação para só depois dizer algo.
— Você está acordado. — Murmurei.
— Desde o momento que a sua respiração mudou. — Ele não parecia ser daquelas pessoas que sossegava durante o sono, percebi isso na outra vez que dormi nesse quarto.
— Você está melhor? — Indagou parecendo estar preocupado comigo, não eu devo ter confundido, ele jamais ficaria aflito por mim. Fechei os meus olhos pensando em tudo que ocorreu ontem. Conseguir a informação que queria e causei uma cena para que conseguisse me livrar sem que ele percebesse que a minha memória voltou.
— Fernanda... — Chamou ele devagar. — Não fique dando voltas em sua mente. — Alertou com a sua voz em seu costumeiro tom original.
— Sim, estou. — Afirmei tentando me levantar com o objetivo de ficar o mais longe dele, mas pelo visto ele não tinha a mesma intenção que eu, já que a sua mão continuou me prendendo perante ao seu corpo, voltei a minha intenção para ele em uma pergunta silenciosa.
— Ainda é madrugada. — alertou ele. — Ainda sente algo? — Questionou sem tirar os olhos do meu.
— Não. — Respondi e ele franziu o cenho por alguns instantes.
— O que foi? — Sondei.
— Nada. — Negou. — Iremos de fazer exames e ver o que está provocando essas dores constantes. — Refletiu ele de forma sucinta. — Quer comer algo? — Questionou ele.
— O que? — Joguei de volta perdida com a sua gentileza.
— Eu perguntei se você queria comer algo, já que não jantamos. — Revelou sem entender a minha indagação. — Eu pensei que você poderia estar com fome.
— Não é isso que estou lhe perguntando. — Aleguei ainda encarando seus olhos.
— Então se expresse com palavras não sou obrigado a tentar adivinhar, o que passa em sua mente maluca. — Fechei um pouco os meus olhos e engoli em seco cada um dos xingamentos que subiu pela minha garganta.
— Por que você está tão bonzinho, marido? — Questionei aproximando os nossos rostos.
— Não posso ser bom com a mulher que carrega o meu sobrenome? — Rebateu de volta, torci os meus lábios e em questão de segundos todo o seu rosto mudou e a suavidade que havia antes evaporou instantaneamente, cada um dos vestígios de bom humor foram embora e agora, só havia aquela expressão rústica e insensível de sempre.