Para Yuri Lukov a morte nunca foi um problema quando se tratava de pessoas cruéis, ingratas, soberbas e loucas por dinheiro, porém quando aqueles olhos pretos bateram em sua linha de visão, implorando pela vida, o seu corpo paralisou com um instinto...
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Procurar uma pessoa que não deseja ser encontrada não é fácil, principalmente com a máfia russa ao meu redor. Eles não sabiam que eu estava aqui, mas tinha o mesmo objetivo que eu: encontrar o garoto que afirma ser filho do boss anterior. Então, de madrugada peguei uma capa de inverno grossa e saí nas ruas congeladas em busca de algo.
Eu precisava acabar com isso.
Necessito ficar perto daquela diaba dos infernos novamente.
Por mais que o Dillan tenha mandado uma mensagem que dizia que a Fernanda estava se comportando bem, não era muito bom ficar dias longe dela, ninguém era tão bom como eu quando se tratava de vigiá-la.
Eu sabia muito bem como ela funcionava e não seria surpresa dela tentar fugir sabendo que eu não estaria ali para impedir, no entanto meus seguranças são treinados e não vão deixar uma agente enganá-los.
Ajeito o capuz rente ao meu rosto e fico olhando no caminho para as pessoas que dormem na rua durante esse frio congelante. Uma parte minha desejava encontrá-lo aqui e a outra não, porque eu jamais me perdoaria se ele tivesse passado por isso.
Conforme eu caminhava vi prostitutas, viciados e até ali estava normal para alguém que já conhecia as ruas daqui, no entanto paralisei quando olhei para duas crianças se abraçando e tentando parar com a tremedeira em seus corpos.
Eu já fiz coisas que me arrependo amargamente, mas jamais me culparia por ver uma criança naquela situação e não for ajudar.
Eu tenho um coração mole por esses pequeninos.
Dou passos hesitantes com receio de afastá-los e me abaixo observando dois garotinhos um em torno de nove anos e um mais novo que deveria ter menos de seis.
— Oi. — Chamei suavemente e eles olharam para mim com medo, de tantas vezes que foram feridos principalmente porque aqueles que os tiveram não conseguiram ou não quiseram os proteger.
— Não queremos nada do senhor. — Afirmou o mais velho protegendo o mais novo e se tremendo com o frio. Tirei a minha capa de frio e entreguei ao mais novo deles que rapidamente a pegou passando pelos os seus corpos desnutridos.
Ninguém deveria passar por isso.
— Cadê os seus pais? — Perguntei e o olhar deles já me dava uma resposta, ao contrário do mais velho o mais novo falou uma única palavra.
— Somos Bastado...o papai descobliu e nos botou pra fora de casa. — Fechei os olhos com força sentindo a raiva tomar conta de mim.
Por que eles faziam isso?
Essas crianças não tem culpa de serem frutos proibidos... elas não deviam pagar por um erro que não é delas.
— Eu também sou um. — Afirmei me sentando na frente deles tentando trazer mais segurança para aquela situação. Os olhos curiosos deles chegaram até mim e os encarei suavemente de volta. — Vocês gostam de história? — Perguntei sem deixar os meus olhos se afastarem dos de âmbar deles.