Para Yuri Lukov a morte nunca foi um problema quando se tratava de pessoas cruéis, ingratas, soberbas e loucas por dinheiro, porém quando aqueles olhos pretos bateram em sua linha de visão, implorando pela vida, o seu corpo paralisou com um instinto...
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Sempre lhe procurei, você é o meu irmão, Yuri.
Você poderia me dar um abraço?
Tu és sangue do meu sangue e queria que você voltasse para onde jamais deveria ter saído.
— Por que você está surpreso com isso? Eu nunca te ataquei. — Diz ele como se soasse ofendido que eu pudesse estar desconfiado e com um passo atrás diante das suas palavras.
Eu tenho muito o que perder para aceitar tudo que ele diz rapidamente.
— Eu te procurei desde o momento que tomei consciência da sua existência por uma carta que o nosso avô deixou. — O velho sempre com um passo na frente de todos, até na morte suas ações são ininterruptas.
— Eu sou seu irmão mais velho. — Começo tentando explicar a ele a gravidade da situação, o que de fato estava em jogo aqui, afinal simplesmente não conseguia entender que ele estava esse tempo todo me procurando por um bom motivo e não para me matar. Sempre esperei o mal das pessoas e isso me ajudava a seguir em frente e não ser decepcionado depois.
— Eu tenho direito de reclamar o seu lugar de Boss. — Enfatizo e ele sorri dando de ombros.
— Sim, eu sei disso. E, sinceramente? Não me importo com isso, nem sempre quis estar no poder. — Revela ele e pela sua expressão desconfortável era óbvio as doses de verdades contidas ali.
— Você não vai mentir na minha frente, Mikhail. Nós dois sabemos que você tentou dar um golpe para assumir o lugar do seu pai. — Saliento focando em seus olhos. Ele desencostou o corpo do carro e fica em minha frente .
— Porque eu não concordava com as atitudes dele, Yuri. Eu odiava ele. Eu odeio ele e se pudesse o ressuscitava só para matá-lo de novo. — Declara abaixando um pouco os olhos e me encarando com fúria.
— Ele matou e humilhou a minha mãe e eu não pude fazer nada para mudar isso. — Fito o garoto em minha frente e, é óbvio que as circunstâncias o fizeram amadurecer mais cedo do que deveria.
Parece que era um karma de família.
— Eu não me importo se você quiser reclamar o cargo, ele é seu. Você nasceu antes dele se casar com a minha mãe e nós dois sabemos que o Boss da máfia russa por direito deve ser você. Além disso, você foi bem mais preparado do que eu. Apesar do meu avô nunca admitir, ele te treinou para isso, Yuri.
— Você foi o único pupilo dele. — Reforça em um timbre mais ameno. — É por isso que você está aqui, Yuri. Eu desejo passar o comando da família para você. É o que eu quero e o que o nosso avô também queria. — Ressalta e fico analisando aquela informação por alguns instantes, mas a decisão já estava formada em minha mente.
Esse mundo era cruel demais, já estava acostumado porque fui inserido nele da pior forma, mas o Vlad e o Maxin mereciam mais que isso aqui. Eles mereciam trilhar o seu próprio caminho. E, uma vez dentro desse mundo, a aura jamais voltará a ser o que era antes.