Para Yuri Lukov a morte nunca foi um problema quando se tratava de pessoas cruéis, ingratas, soberbas e loucas por dinheiro, porém quando aqueles olhos pretos bateram em sua linha de visão, implorando pela vida, o seu corpo paralisou com um instinto...
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Dizer que eu consegui dormir por alguns minutos é um eufemismo do caralho! Passei a noite toda pensando em alguém que não deveria nem estar mais na porra da minha mente.
Ela merecia o pior de mim e mesmo assim não conseguia fazer isso com ela.
Fernanda colocou o Vlad e o Maxin em perigo por alguém que nem se importa com ela de verdade, e se ela vale algo para o irmão ele tem um jeito estranho de mostrar isso. Mikhail caminha em minha frente conforme me leva até a porra da minha esposa e estranho quando ele abre um porta que leva ao porão. Uma expressão confusa assume meu rosto e olho para ele.
— Você deixou ela nas celas? — Pergunto e ele acena com a cabeça. — Não reclame comigo por isso. Sua esposa me ofendeu na frente dos meus homens, preciso mostrar punho de ferro em minha liderança e fica complicado quando uma agente me menospreza e ainda tem a cara de pau de perguntar na frente dos meus homens quantos anos eu tenho? E, se isso já não fosse o suficiente, ela até atirou no celular quando pedi que me entregasse. — Fala ele nada contente com o jeito dela. Não é novidade para mim a impulsividade da Fernanda.
— O celular foi uma queima de arquivo. — Murmuro e uma parte minha, aquela que tinha esperança e que não acreditava que ela teve a coragem de fazer isso comigo acredita bem lá nos fundos que ela fez isso pelos os meninos.
A Fernanda é muito esperta e só deixaria vazar algo se realmente quisesse.
— Sim, queima de arquivo, no entanto não há nada que eu não saiba sobre o grupo dela. Paguei vários informantes para conseguir os meus arquivos sobre eles, só não consegui sobre a família Wills, o que é compreensível, já que o James é a porra de uma hacker!
Quando paramos diante da cela meus olhos são atraídos até os dela, minha cabeça se move de cima para baixo analisando cada ponto, cada parte dela, observando como ela estava e se havia algum machucado.
Mikhail passa a chave da porta para mim e me movo para abrir e quando ela percebe o que eu estava fazendo uma expressão feliz toma o seu rosto e logo depois o alívio também fica presente. Ela se levanta e vem direto para mim.
Quando dou o meu primeiro passo para dentro daquele ambiente nada saudável para um ser humano sinto um pouco de pena da situação que ela se encontra, no entanto tudo aquilo some no instante que relembro tudo que ela fez.
Ela me traiu da pior forma que uma pessoa poderia fazer.
Confiei e me abri e a mesma enfiou uma faca em minhas costas negando e jogando no lixo toda a minha confiança em sua pessoa. Antes que suas mãos me toquem, a empurro para trás, tentando afastar o calor do seu dedos da minha pele.
Eu não queria ela próxima de mim, não queria nem encarar o seu rosto e muito menos ficar no mesmo recinto que ela.
Me surpreendo quando seu corpo cede para trás, e ela se desequilibra caindo no chão e olhando para baixo.
