Para Yuri Lukov a morte nunca foi um problema quando se tratava de pessoas cruéis, ingratas, soberbas e loucas por dinheiro, porém quando aqueles olhos pretos bateram em sua linha de visão, implorando pela vida, o seu corpo paralisou com um instinto...
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— Sua alma precisa de adrenalina, do perigo, da combustão desenfreada e principalmente da liberdade. — Afirmei próximo dela. — Você gosta de correr contra o tempo, de brincar com o destino, de caçar a sua própria asa para voar, de fazer as suas próprias regras, tudo isso é o que lhe mantém viva. — Encarei os olhos negros da Fernanda, enquanto a mesma mal se mantinha em pé e mesmo assim dava um passo para trás assustada diante das minhas palavras tão verdadeiras.
Ela vacilou e rapidamente a peguei em meus braços outra vez.
Diaba teimosa dos infernos!
Por mais que esteja com raiva do que ela fez comigo, não conseguia ver ela cair em minha frente e não ajudar, já basta que me exaltei demais segurando o pescoço dela. Meu braço se enlaçou em sua cintura e levantei o seu queixo em minha direção fitando aqueles olhos negros que sempre pairavam sobre mim com uma persistência eloquente.
— Vo-cê não sa-be do que eu pre-ciso. — Rebateu ela forçando os seus dentes para que não soltasse um gemido de dor. Atentamente meus olhos desceram pelo o corpo dela e a observei procurando qualquer sinal de machucado, porém o fato dela estar de calça e uma blusa até o pulso dificultava que a examinasse, mas era óbvio para qualquer um que ela estava sofrendo muito e por mais que eu tentasse ser frio com ela, ver a diaba naquele estado bagunçava a minha mente.
Uma percepção crua passou pela minha mente quando me dei conta que eu odiava ver a Fernanda machucada, me enlouquecia não ver o sorriso debochado em seus lábios.
Que merda está acontecendo comigo? Por que estou tão protetivo com ela? Lógico que eu jurei cuidar dela e não deixar nada a ferir, mas isso não explica a forma que o meu sangue corre ao seu redor.
Eu nunca fiquei obsessivo por nada, nunca quis algo que não devia, mas por que a quero tanto ao meu lado? Que merda de sentimento doentio era aquele? Qualquer outro no lugar dela teria morrido depois de horas te tortura, mas com ela só agir grosseiramente e me senti culpado.
Qual é o motivo de eu tentar entender o lado dela quando na verdade deveria dar uma punição, um castigo com sofrimento e choro? E, dar uma explicação para os erros de outras pessoas era muito complicado para o meu gênio forte.
Ela te envenenou, caralho!
— Acho que você está enganada sobre isso. — Informei deixando o sorriso tomar conta do meu rosto. — Mesmo que não queira admitir, nós dois sabemos que o risco de uma aventura perigosa corre por nossas veias. Somos um reflexo do outro. — Constatei passando a mão pelo o seu rosto e tirando a mecha que estava em frente aos seus olhos me impedindo de encarar as suas duas esferas pretas.
— E, adivinha? — Questionei friamente. — Você pode ter tudo isso comigo, afinal não há nada mais excitante para uma agente do que tentar matar um mafioso. — Ela franziu a testa quando minhas palavras chegaram até ela.
