Capitulo 12

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Chagamos em casa, Phil estava em viagem de trabalho, fiquei um pouco incomodado em ter sido impedimento para minha mãe estar com ele. Fiz uma ligação para meu pai saber que eu estava viva.

Queria aproveitar o momento e mandar mensagem pra dona Lety. - Mãe, posso usar seu computador? preciso mandar um email.

Ela ergueu uma sobrancelha, perfeito, alerta Renée ativado. - Pra quem seria?

- Para a mulher do pastor que eu conheci em Port Angeles, ela se chama Lety.

- Tudo bem, mas depois temos que conversar sobre tudo isso, inclusive sobre o que você sabe que eu irei perguntar. - Encoli os ombros, minunciosa melancólica, tive a quem puxar.

Acessei minha conta, estava cheio de mensagens dela, oh mulher impaciente.

B= Cheguei!

L= Até que enfim garota, quando disse "ao chegar me mande mensagem" eu me referia literalmente.

Revirei os olhos diante de tanta audácia.

B= Quanto drama mãe.

L= A gente se preocupa, você é só uma menina viajando sozinha.

B= A menina aqui já tem idade de ser presa.

L= Mas não tem estabilidade emocional, além de ser azarada.

Essa doeu. Eu tinha culpa da minha falta de sorte?

B= Sou só humana querida, pisa menos.

L= Certo, quero você amanhã cedo, vamos fazer compras. Você prometeu que iria mudar

Tinha isso, me bati internamente. Ok, tenho que parar de agonia, já tinha separado meu dinheiro da conta para poder "renovar meu guarda roupas".

B= Claro, claro. Te mando o endereço de casa.

De repente me senti observada, levantei a cabeça.

Valeme senhor! Dei um pulo na cadeira, minha mãe faltava quebrar o pescoço para olhar para a tela.

- Renée! - A bonita nem tentou disfarçar. - Mãe a senhora não era assim.

- Só curiosidade baby, eu respeito seu espaço pessoal. - Phil fazia uma falta nessas horas. Ela fez um bico de ressentida. - Vai sair com essa senhora ao invés de sua mãe? Você já foi melhor que isso Bella.

- Acha que eu iria sair e te deixar sozinha? Você vai conosco. Uma otima oportunidade para conhecer a Lety. - seus lábios se contrairam em uma careta. - Não fica com ciúmes, você vai gostar dela.

- Não tenho ciúmes Bella, só sou uma mãe preocupada.

- Uhum.

- Falando em pastor e igreja, como anda isso tudo? Como funciona isso para você? - nos sentamos no sofá, o questionário seria longo. - Porque quando eu frequentava os cultos, você nem se importava com nada...

Me entristeci com a lembrança. Como eu pude te rejeitar Jesus? Se eu tivesse me rendido talvez eu teria sido imune aos eventos sobrenaturais.

Não, eu cairia do mesmo jeito.

- Creio que cada um tem sua hora, eu precisei perder tudo para reconhecer que eu nunca tive nada. Reconhecer que Jesus era tudo que eu prescisava.

Ela ponderou sobre as minhas palavras, não estava convencida. - Ainda não entendo, tudo era questão religiosa?

- Não mãe - balancei minha cabeça freneticamente. - A pessoa de Jesus, não me contentaria com um ritual. Ele viveu e morreu, fato. Mas ressuscitou. Andou, comeu e bebeu em frente à mais de 500 testemunhas durante 40 dias, e depois subiu aos céus diante dessas. Acha que elas mentiriam sob ameaça de morte? Existem pessoas que morrem enganados, mas não há manada que morra sabendo que estavam enganados.

- A não ser que sejam lunáticos.

- 500 pessoas loucas no mesmo intervalo de tempo aleatoriamente? A psicologia discorda disso. Seria um milagre maior que a ressureição.

Ele assentiu com a boca aberta. - Você não é uma fanática, é? Parece até uma advogada falando.

- Talvez eu fosse considerada uma ... Mas não, eu não sou. Não me interfiro nas escolhas das pessoas. Todos tem o livre arbítrio para usar como quiserem, e eu escolhi Cristo.

- Tudo bem Bella, eu não sou contra sua religião... - ela hesitou - apenas me assusta um pouco... Você era totalmente imune a tudo isso, agora... agora você se refere a Deus com devoção e amor.

- Eu o amo mãe, o amo porque ele me amou primeiro.

Suspirei acolhida com essa verdade, olhei para Renée, ela estava me encarando.

- Vamos falar sobre o tema proibido... - mudou o rumo da conversa abruptamente. Eu sabia o que viria à seguir . - Assunto Edward.

- Não é mais um assunto proibido, só espero que depois de conversarmos sobre tudo isso possamos enterrar esse assunto de vez.

- Sim, tem razão, ex é passado. Conte o que aconteceu.

- Aaa... - como eu diria isso ? - O pai dele recebeu uma proposta de emprego em outro lugar.

- Disso eu já sei, mas como tudo terminou entre vocês? - Renée sendo Renée.

- Simples, ele disse isso e se foi.. - Seu olhar era um "continue" silencioso - Eu insisti e ele declarou que eu não era boa o suficiente para ele.

Renée passou seu braço em meus ombros, ficamos em silêncio por um momento. - Eu sabia que isso iria acontecer. - Disse ainda agarrada a mim. - Sabia que ele iria te magoar, eu falei pra ele.

- Como ? - levantei a cabeça para encará-la.

- Você era uma menina simples e intensa, era como o seu pai. Aí do nada chega aquele modelo e se interessa por você, além do fato de justamente ele ter sido seu primeiro namorado. Não tinha como ele levar a sério. - Parou pensativa - mas até eu me convenci de que ele era um bom moço e te amava.

Suas palavras me feriram, mas era a verdade. Eu a abracei. - Fui muito tola.

- Não, pelo menos 1 vez na vida você foi adolecente. - Ela riu. - Jurava que você tinha chegado na terceira idade.

- Como Charlie lidou com tudo isso? Eu sei que já perguntei muitas vezes como ele tem feito o papel de pai, mas quero ouvir da sua boca.

-Ele se saiu maravilhosamente bem, sinto falta dele.

- Tudo bem bonequinha, mas agora você vai sossegar e ficar aqui com a mamãe.

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