Familia Breuer

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         ~Pov. Isaque.

      Esperava Isabella, no sofá de sua sala, sendo supervisionado por uma Renée muito observadora.

      A semelhança entre elas era gritante, só mudava a cor dos olhos e dos cabelos. Conquanto, não se tratava só da aparência, elas tinham o mesmo olhar penetrante, como se estivesse analisando sua alma.

     Mudei minha atenção para os passos de minha niña. Ela estava adorável em um vestido azul turquesa rodado, era no modelo semelhante ao dos anos 50, porém, um pouco mais moderno. Suas madeixas estavam amarradas em um rabo de cavalo alto.  
    
     Desfilou pela sala com seu mousse embrulhado.

     - Quer ajuda? - perguntei

    - Sim, só para levantar o banco.

      Tomei o pote de suas mãos e guardei na bagagem da biz. Me voltei para ela.

     - Você está uma boneca com esse vestido. - Ela corou e sussurou um "obrigada", se virando em seus calcanhares para se despedir de Renée.

     Fomos, mais uma vez, cada um em uma moto. Estava feliz por ela, e era bom pilotarmos juntos, porém, sentia falta do seu calor perto de mim. Exalei, logo estaria perto dela novamente.

      Fui na frente para poder guia-lá. Ao chegarmos na minha residência, eu desci e a ajudei a sair da biz; Isa mordia os lábios, sem perceber, meu rosto tombou um pouco para frente, atraído pelo seu jesto que me deixava louco.  Balancei a cabeça com meu súbito egoísmo, ela estava nervosa.

     Coloquei uma mão em cada lado do seu rosto e me inclinei para poder ficar na altura de seus olhos. - Não fique assim, amor, meus pais não mordem.

   - Tenho medo de não gostarem de mim.

   - Pais que não gostarem de uma menina de família... impossível, você é a nora que minha mãe pediu pra Deus. - Eu não sei o que minha mãe pediu para Deus, mas Isa, com certeza, era a resposta das minhas orações.

    Ela pareceu relaxar diante das minhas palavras, a ajudei pegar o mousse e marchamos rumo a porta.

     A campainha nem terminou de tocar direito, quando uma Lupita, muito ansiosa, arreganhou a porta.

    - Oh, eram vocês. - ela sorriu, como se ela não estivesse esperando por nós detrás da porta.

    Meu pai também se juntou ao lado dela. Acariciava seus ombros como forma de alcama-la.

       - Aba, mãe - me lembrei de não usar o termo hebraico na parte dela. - Essa é a Isabella. - Rodeei para colocar minhas mãos nos ombros de Isie. - Isabella, esses são meus pais, Saulo e Guadalupe.

    - É um prazer conhecê-los, senhor e senhora Breuer. - Ela estendeu a mão para o meu pai, que estava mais perto, e ele beijou sua mão. Quando ela foi saudar minha mãe, esta a puxou para um abraço. Arqueei uma sobrancelha para o meu pai e ele deu de ombros. Eu também não me importei, mães tem sexto sentido.

     - Me chame de Lupi, querida... Sra Breuer é a minha sogra. - Deu um sorriso e olhou para o meu pai. - E este é só Saulo, né Saulo?

    - Sim, Isabella, vamos deixar as formalidades de lado.

    Entramos em casa, o cheiro da cozinha já irradiava todos os cômodos, comida mexicana, minha favorita.

    - O cheiro está ótimo, Lupi. -  disse Isa ao meu lado.

   - Comida mexicana. - dizia minha mãe, orgulhosa, mas depois hesitou. - Você... gosta de comida mexicana?

O sorriso de Isie se alargou. - Eu gostei, comi uma vez que fui para o México, era o casamento de minha mãe e ela fez questão de que o buffet fosse a comida típica do país.

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