Depois desse longo dia, estávamos, minha mãe e eu, nos arrumando para o culto, Pedrinho e Lety passariam aqui para nos levar.
Eu estava basiquinha, era um culto de semana, vestia uma calça, blusa branca e uma jaqueta Jeans por cima.
A campainha tocou e eu sai em disparada. Abri a porta para um Pedrinho confuso.
- Erramos de endereço Lety. - gritou para sua esposa que estava mexendo na traseira do carro.
- Não querido, a ruivinha é a Isie, te falei que demos um trato nela hoje. - respondeu ela já em pé do seu lado.
- Mulher, tu tava escondida em seu antigo cabelo só pode. - Ele tentou bagunçar meu cabelo, mas recebeu um tapinha de sua mulher. - Eu não iria bagunçar de verdade- fez beicinho pra ela. - Mas sem brincadeira, você usava seu cabelo como escudo para se esconder, né. Sabia disso, agora não tem cabimento continuar daquele jeito... você tem que ser luz do mundo e sal da terra.
Eu entendia isso, por mais que fosse um sacrifício pra mim, eu faria, estaria disposta a cumprir meu propósito de vida.
•••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••Se passaram um mês desde que me mudei para Jacksonville. Charlie veio me visitar na semana prometida, ficou dois dias, ainda assistimos a um jogo de beisebol no estádio.
Phil tinha voltado da sua viagem, Renée era toda sorrisos, era contagiante vê-la feliz.
Meu cronograma era dividindo entre trabalhar o dia todo, sim, eu consegui um trabalho. Era bom, trabalhava como secretária em um laboratório, não foi difícil conseguir a vaga já que em Phoenix eu tinha feito um curso básico.
A noite eu estudava, me adaptei bem à escola, tinha algumas pessoas da igreja lá, mas o melhor de tudo era não ser o centro das atenções, por ser um colégio de cidade grande.
De madrugada, entre as 4:00 até as 6:30 malhava com Renée, Phill, Lety e Pedrinho. Sim, eu era a quinta roda, solteiro não tem paz.
Fazia sempre meus devocionais, e cuidava de mim mesma, sempre tratando do ruivo na minha cabeleira.
No sábado pela manhã, eu fazia aula de teologia na igreja e a tarde fazia de violão e canto. Ideia do Pr Pedrinho, ele colocou na cabeça dele que eu era uma "levita" como ele dizia. Até que eu não saí tão mal, minha voz era agradável, mas no começo desafinava muito.
Domingo eu ajudava minha mãe. E nas noites dos finais de semana eu iria para a igreja.
Não cansava de agradecer a Deus por ter me mudado, e ter colocado pessoas como Pedrinho e Lety em minha vida.Era sábado de tardezinha, estava levando Rafi para casa, costumávamos sair juntos com alguns jovens da igreja para rodízio de comida. Apesar do Rafael ter só 13 anos, ele se adaptava melhor aos jovens, pois ele tocava na banda... e desde cedo estavam juntos com a turma.
Ao chegar, Pedrinho me chamou para seu escritório, gelei pensando no que eu tinha feito de errado. Ele me pediu para sentar em uma cadeira de frente a sua mesa, mas ele não sentou, ficou em pé me encarando com a mão no queixo.- Fale! O que eu fiz? - quebrei o, silêncio que já estava me torturando.
- Não sei... quer me confessar algum pecado? - fiquei rivisando em minha mente meus últimos feitos.
- Comi 5 pedaços de pizza... e isso é considerado gula - falei abaixando a cabeça tristemente.
Ele riu. - Eu não vim aqui ouvir suas falhas, se você tivesse cometido algo, eu esperaria que viesse até mim por vontade própria. - deu uma breve pausa - Espere... você comeu 5 pedaços?
Ergui o queixo em desafio - Era um rodízio, e crente come muito.- Isabella, você tem apenas 1,60 de altura, comer mais que o seu corpo prescisa é sim um pecado, é gula. - olhou pra mim com divertimento. - vou ter que conversar com esses seus amigos, Rafi tá no meio?
- Não, ele foi, mas comeu só dois pedaços, eu comi a parte dele. - Encolhi os ombros.- Se vire pra queimar essa calorias depois. - ele riu. - Não queria falar disso... Só... conversar sobre algumas coisas que me deixam intrigado. - rodeou a mesa e se sentou em sua cadeira me encarando, esse olhar... tinha medo disso, parecia um inquisitivo.
Pedi para ele prosseguir.
- Alguns rapazes da igreja, principalmente os que hoje são seus amigos... te pediram uma chance, e você os rejeitou. - travei, qual era o raciocínio disso? Ele deve ter percebido minha cara de confusão. - Sei que você ainda não está preparada para isso, queria saber apenas sobre seus planos... você pretende se casar um dia? Ter uma família?
Nunca em toda a minha vida nem passou pela minha cabeça a ideia de me casar, muito menos de ter filhos.
Assumo que esse tempo que fiquei na igreja me deixou... fascinada a forma como muitos casais se comportavam, era como se fossem uma pessoa só, sem contar os olhares de reverência e admiração que muitos homens e mulheres lançavam para seus cônjuges...E nesse tempo de estudo teológico estudamos sobre a relação bíblica sobre a família. Percebi que Deus é um casamenteiro; em suas analogias ele usa muito sobre matrimônio, e também vi a beleza em ter filhos. A ideia de amar e criar uma pessoa, ensinando e dando exemplo, parecia agradável.
Mas também me lembro de toda a dificuldade disso, o próprio Pr já pregou que casamento é uma constância, nunca parar de conquistar aquela pessoa. Além da complicação que tem pra você achar alguém compatível.
Pedrinho espero pacientemente eu terminar meu devaneio. - Não Pr. Entre os vivos, não há homem para mim. - ri internamente com o meu humor ácido, essa frase era pura verdade, o único por quem eu realmente senti algo, não era bem um indivíduo vivo.
Acho que a essa altura, Pedrinho já considerava que eu era um tipo de asexual e que eu nunca me relacionaria com alguém. - Tudo bem... eu respeito isso... mas você tem que fazer alguma coisa, tá muito parada na igreja, mocinha.
- Você tem razão, eu iria te pedir para me indicar algum ministério.
- Tenho um perfeito para você.. - seus olhos verdes piscaram de ansiedade. - O que acha do comunitário?
Era exatamente o que eu queria, sorri torto. - ótimo!
- Os horários batem com os seus, segunda e quinta de dia, já que a senhorita não trabalha nesses dias. Chegue cedo na igreja, o lider do ministério vai te orientar em tudo.
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Aprendendo A Ser Humana.
Teen FictionDepois de ser deixada e ter seu mundo destruído, Isabella Swan se vê obrigada a seguir em frente. Mal sabia ela que iria encontrar vida em meio aos escombros. Bella sai de Forks e acha a razão para viver, percebendo que há sim beleza na vida h...