Bônus p2

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   - Se policia. Eu sou a Roberta. -  Se apressou em dizer, Fabrícia, para mim.

      Estávamos todos, a caminho da casa dos gêmeos.

   - Nada a ver. Tu é muito alta, eu sou a Roberta. - Tábata rebateu.

- Acho que a mais adequada como Roberta seria a Isa, já que ela é a única ruiva do grupo. - João apontou enrolando uma mecha do meu cabelo entre os dedos.

   As meninas fizeram careta. - Nada a ver, a Roberta tem a personalidade totalmente diferente... e Isabella é a personificação da Lupita. - Fabrícia continuou discutindo. - E você... tem nada a ver também. É muito machão, a Roberta é sexy. - Dizia para Tábata. Deus, tinha me esquecido o quanto é ruim lidar com adolecentes!

    - Eu apenas recuso me prender à sociedade machista, a ser um produto comercial. Me recuso a usar um estilo cujo o único propósito de criação é chamar atenção de homens. Não vou alimentar essa indústria que insiste em nos sexualizar e nos vender como se fossemos um pedaço de carne. Eu sou mais do que peito e bunda! - Uau, fiquei boquiaberta com o mine discurso de Tábata, a garota tinha personalidade forte.

 
   - Ela tem um ponto. - concordei com a garota.

  - Er sabe que todo machismo foi induzido pela burguesia... é pura escravização... - João completava mas foi interrompido por Fabrícia.

   - Que seja, a questão é: sou a que tenho mais coisas em comum com a Roberta, portanto eu sou ela.

   - Sério que vocês estão discutindo algo tão banal como se fosse à solução da pobreza? -  Aqui Gael-galinheiro provou ter um cérebro na cabeça invés de testículos. Tava começando a gostar desse garoto...

- A conversa não chegou no galinheiro! Tudo bem, Fabrícia. Você pode ser a Roberta, serei a Jorse.

- Eu sou team Lupita!. - Francisco finalmente falou.

  - Tu tá mais pra Téo. A Lupita é a Isa.

  - Eu nem sei quem é essa Lupita, quem garante que eu quero ser ela?

- Qualquer pessoa sensata gosta da Lupita. - Disse Francisco passando o braço pelos meus ombros. - Ela é a única que presta naquela novela, olha... Você tem os olhos parecidos com os dela. - ele inclinou a cabeça para me olhar. - Bem marcados e expressivos.

   - Soma isso mais os piripaques, a mordida nos lábios e o jeitinho de colocar o cabelo atrás da orelha. - Fabrícia se divertia às minhas custas. Eu nem era assim, que exagero.

   Pra quem era o quietinho, Francisco tagarelava sobre a Lupita, acho que ele tinha um crush nela. Me assustei ao constatar o quanto sou parecida com a Lupita. Pelo que ele dizia, a personagem se martirizava para cuidar da mãe e da irmã, chegava a se esquecer de si própria. Não ligava muito para roupas. Arregalei os olhos quando ele disse que ela foi abandonada pelo namorado por eles serem diferentes. Mais ainda por ela ter estado confusa em um triângulo amoroso.

  - ... Ela pode ter seus defeitos, mas é uma boa aluna e altruísta. A Lupita é a Suíça no meio de polos opostos, assim como você. - Ele sorriu e me deu um beijo na bochecha, devo ter ficado com uma expressão de peixe morrendo, porque não parava de fechar e abrir a boca.

 
    - Francisco, tô de olho. Não me traia. - Tábata o puxou e enlaçou um braço em cada gêmeo.

    Minha teoria estava certa. - São um trisal?

    Tábata riu. - Claro que não, nunca assumiria esses dois, mas temos um lance.

   -  O mundo tá diferente, a sapatão que pega dois homens. - Desfalo aquilo sobre  Gael, seu cérebro assemelhava ao de uma ameba.

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