Capitulo 19.

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~Pov. Isabella.

Terminado esse dia cheio, estava na hora de irmos embora. Não parava de pensar na história de Isaque, era triste tudo o que seus pais passaram. A intolerância religiosa que eles enfrentaram, sem contar sua mãe que ficou órfã tão cedo.

Reconheci meu fascínio por ele, era uma pessoa de bom coração e tinha personalidade forte, era do tipo que colocava seus princípios como base.

Sem dúvida, Jesus era sua maior prioridade. A forma como ele falava de Cristo para as pessoas... era de alguém rendido e apaixonado por Deus.

Acho que poderíamos ser bons amigos, ele era sábio e seria bom ter ele como influência, ademais, ele também era amigo do Sebastian.

Quando chegamos na igreja, me vi em um dilema: tinha que pegar condução, e já estava de noite. Nos outros dias eu costumava pegar carona com os Azevedo, mas eles não estavam.

Necessitava fazer um esforço, eu tinha sido a "garota dos vampiros e lobisomens," não poderia enfrentar um ponto de ônibus tarde da noite?

Claro que eu poderia!

Estava saindo pela porta dos fundos quando alguém me gritou.

- Isa! - era o Zaque. Corri em sua direção.

- Prescisa de algo?

- Você é venerável! - comentou sorrindo bobo.

- Obrigada. - retribui ao sorriso.

- Estava sendo sarcástico. - ele notou minha cara de besta e incrementou. - como pretende ir para casa?

- Eu pretendia pegar um ônibus.

- A essa hora da noite? - fez uma careta. - Não Isabella, venha, vou te levar pra casa.

- Não pre... - Ele me cortou colocando seu dedo em meus lábios, ofeguei pelo contato... ele parecia se deleitar. Lambeu seus lábios no tempo em que desenhava os contornos de minha boca com seu polegar.

- Sou seu lider, VOCÊ me obedece. - sorriu zombeteiro. Pôs sua mão, que antes estava na minha boca, em minhas costas e me guiou até o portão da frente.

Na garagem estava sua moto, era uma Honda CG 125 Titan KSE 2003 cor preta.

- CG 125 Titan KSE 2003. Muito linda.

Ele se virou para mim com um sorriso torto. - Curte motos?

- Sim, gosto da adrenalina. Tinha uma em Forks.

- Por que não a trouxe? Poderíamos dar uma volta.

- Ela já estava morrendo, de todo modo, dei ela para um amigo que a concertou. - Ele parecia... triste? Decepcionado? Não sei dizer.

Zaque me entregou um capacete, esperei ele subir na moto. Fui na garupa e rodeei sua cintura com meus braços. Conseguia sentir sua respiração, ela estava acelerada e pesada, ousei olhar no espelho da moto, seus olhos estavam fechados.

Preocupada, toquei seu ombro. - Tudo bem? Podemos ir ?

- Claro. - Colocou o capacete e deu partida.

Ah! sentia saudades disso... o vento no rosto levando meus cabelos e a velocidade. Fechei meus olhos para aproveitar o momento.

- Isa? Qual seu endereço?

Nossa, tinha esquecido do principal. - Duas quadras acima da casa dos Azevedo.

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No momento presente, estava em minha cama refletindo sobre o dia de hoje. Zaque tinha ido embora, não sem antes trocarmos nossos números e ele me dar um beijo na bochecha.

Tinha um assunto que estava pendente, tomei nota apenas quando ouvi a história de Zaque. Meu batismo. Precisava informar o pastor sobre isso, já tinha 1 mês de convertida e não existiam dúvidas de que eu queria viver eternamente com Cristo.

Eu queria absolutamente tudo e estava verdadeiramente arrependida, não via o porquê adiar o evento.

Batidas soaram na porta, revirei os olhos já sabendo quem era e o motivo dela vir falar comigo.

Depois de mumurar um "entre", uma Renée curiosa se fez presente no meu quarto.

- Quem era aquele cabeludo que veio te trazer? - perguntou sapeca já deitando ao meu lado. Sorri, ela era direta.

- É o lider do ministério comunitário.

- Ele foi fofo trazendo você até aqui. Além dele ser um gato. - me balançou excessivamente, na cabeça dela o contato físico iria tirar leite de pedra.

- Ele só estava sendo prestativo, Pedrinho pediu para ele cuidar de mim hoje.

- Não é isso Bella, o jeito terno que ele olha pra você, parece que está cuidando da última rosa do jardim.

A encarei franzindo as sobrancelhas. - E eu que sou a intensa, Renée? A senhora está querendo me iludir.

- Passou da hora de virar a página, tem que vê que o mundo não é só Edward Cullen. - Fiz uma careta para esse comentário absurdo.

- O mundo não é só Edward Cullen, mas isso não significa que eu tenho que estar em um relacionamento para ficar bem. Olhe pra mim, mãe, me sinto otima... como nunca estive antes!

- É verdade querida, só me preocupo com você, simplesmente nunca achei justo você não ter tido um vida normal.

- Ninguém é igual,Renée. Qual seria a graça se todos tivesse o mesmo padrão de vida e a mesma personalidade? - Ela concordou balançando a cabeça. - Tudo tem seu tempo, só para você saber... a ideia de ter uma família não está mais tão remota.

Pisquei pra ela, que sorriu com minha declaração.

- Mas não fique tão animada, ainda estou ponderando sobre isso.

- Pense bem, o moço é muito bonito... claro, não é um Edward Cullen na vida mas...

A interrompi, suas palavras eram desnecessárias, não levariam a lugar algum. - Eu prefiro um feio que me faça feliz do que um bonito que me deixe com depressão!
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Terça-feira era um dia que não teria aula, aproveitei e dei um pulo na igreja.
Enquanto estava orando, senti uma movimentação, olhei pro lado e sorri vendo Zaque junto a mim.

Ele me comprimentou beijando minha mão e depois se voltou para sua própria oração. Nesse tempo, orei para que Deus me orientasse sobre o batismo e que me mostrasse tudo aquilo que eu deveria tirar de minha vida.

No final do culto, fui direto para o gabinete. Dei duas batidas e um palma, esse era o jeito dele bater na porta dos outros.

- Sabia que era você. Entre . - disse ao abrir a porta.

Ele indicou a cadeira, mas recusei. - Queria ver com o senhor se... bem ... se .

- Você quer se batizar.

Isso era frustrante.

Vendo minha careta, levantou as mãos em rendimento. -Tava na sua cara, e eu também estava pensando em te perguntar sobre isso.

- Quando poderia ser ?

- Acho que você já está pronta, tem um mês de conversão, e tem tido frutos de arrependimento. - Ele fez a cara de pensador juntando suas mãos. - Poderia ser no domingo de manhã, o que acha?

- Perfeito, vou falar com Renée e vê se Charlie vai querer vir me ver.

Sai quase corredo de lá, e encontrei minha mãe com um abraço forte. - Vou me batizar!

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