Decisão.

220 19 2
                                    

     Acordei no dia seguinte, finalmente sábado. Hoje iria limpar a casa e lavar umas roupa, a tarde daria uma passada em La Push, fazia alguns dias que eu não via Jeke.

      - Bell, ontem eu conversei com sua mãe - disse Charlie no momento em que eu preparava panquecas para nosso café da manhã. Ele parecia um pouco nervoso. - Felei sobre sua ida à igreja, ela ficou muito ... supresa com isso.

    Por um momento fiquei com medo de Renée não aceitar minha fé. Ela tinha uma crença protestante, mas era instável em todos os aspectos. - Isso é bom?

   - Você sabe como sua mãe é... ela ficou preocupada, mas aceitou bem... e novamente pediu para você ir morar com ela. - Ele disse um último me olhando sugestivamente.

   - Qual é a sua opinião sobre isso? - No fundo eu sabia que precisava ir, mas eu não queria deixa-lo. Nunca fui muito próxima a ele, mas esse tempo em Forks me fez amar meu pai. Jamais sairia sem sua bênção

     - Sentiria sua falta criança, mas esses meses em que você passou catatônica... eu não quero voltar a te ver assim... Quero que se liberte disso por completo

    - Não quero te deixar pai, quem irá cozinhar pra você?

  -Bobagem Bells, vou sentir falta da sua comida, mas eu sou o adulto. Passei mais de 13 anos sobrevivendo sozinho, não inverta os papeis. - havia sinceridade em sua voz, apesar do lampejo de melancolia em seus olhos. Eu o abracei, para esconder minhas lágrimas.

    -Vou sentir muito sua falta pai, com você eu me senti cuidada e amada.

  - Sempre serei seu pai querida, não vamos perder o contato.

- Claro, e sei que você ama seu trabalho, mas pense em morar comigo quando se aposentar - eu dei uma piscadela, ele riu.

-Veremos Bells, Jacksonville hein. O sol combina com você.

   ----------#--------------#-----------#----------

     Com a chegada da tarde, fui com minha picape em direção a La Push. Tinha que começar a me despedir, não sabia quando iria para Florida pois ainda tinha que comprar a passagem, no entanto, amanhã eu começaria a arrumar minhas coisas... semana que vem eu me mudaria sem falta!

    Falei com Renée, apesar dela gostar de surpresas, eu não poderia chegar aleatoriamente na casa dela com meus pano de bunda, Renée é casada afinal. Ela ficou muito animada e já planejava um passeio para que eu pudesse conhecer os lugares de lá.
    
   Cheguei na casa de Jake, ele estava na oficina. Involuntariamente abri um sorriso, ele era uma das poucas alegrias  desse lugar. Como ele estava de costas para mim, tentei colocar minhas mãos em seus olhos, péssima ideia, ele era muito alto.

- Vai ter que arranjar um banquinho da próxima vez - disse risonho me carregando em suas costas.

   - Você não pode culpar uma garota por tentar - Ele me colocou em cima do capô de um carro que estava consertando.

- Claro, claro... a que devo a visita da minha amiga que tem me negligenciado esses dias?

  - A fofoca ainda não chegou em La Push?

Ele bufou - Sabe que não faço parte dos caras pálidas que você anda.

- Sou uma cristã agora - disse com orgulho.

- Oh, por essa não esperava. Fico muito feliz, só Deus pra por juízo nessa sua cabecinha, talvez agora você fica longe dos demônios sugadores de almas. - fiz uma careta, não pela menção deles... Só o apelido que era um pouco pesado.

   - O que tem feito nesses últimos dias? - quis mudar de assunto .

  - Fiz as mesmas rotas com a matilha... nada de Victoria - novamente não me importei, em dois dias atrás eu estaria tremendo com a menção, mas agora a vampira era... insignificante. Jake arqueou uma sobrancelha perfeita, provavelmente se questionando o porquê da minha tranquilidade. - Hoje de manhã chegou essa belezinha para consertar. - disse ele batendo no seu projeto.

  - É um bom carro.

  - É do pai do seu amigo, o que te deu as motos.

- Sim, claro. Eu recomendei um ótimo mecânico - balancei seus ombros, ele sorriu, mas depois sua expressão foi de resignação.

- Deve tomar cuidado agora quando for para igrejas, e se o Curupira te pegar?

  Franzu o cenho - Curupira?

- Sim, Curupira, a diaba ruiva - Soltei uma gargalhada.

- Jake, você é o melhor! -  pausei para recuperar o fôlego - Não me importo mais com isso, ela não tem motivos para vir atrás de mim, não sou mais companheira do Edward, que ela vá encontrar distração com outras coisas.

  - Superou o sangue suga? - Ele se aproximou, colocando uma mão em minha coxa, nem percebi que tinha dito o nome do meu ex, mas Jake percebeu. Em sua cabeça ele achava que isso iria aumentar suas chances.

   Eu não podia dar falsas esperanças, principalmente porque eu iria ir embora em poucos dias. Peguei sua mão na minha.

- Jake, eu sei que irei superar ele, mas eu não posso fazer isso com você. Você é meu amigo, e eu te amo, mas não posso corresponder seus sentimentos
Ainda mais agora que vou morar na Flórida - Não sabia como dar a notícia, então apenas joguei. Ele soltou minha mão e se lavantou.

  - Quê? Por quê? - parecia não acreditar.

- Eu preciso disso, não vou desapegar enquanto estiver em um local onde tudo me lembra ele.

- Eu posso te fazer esquecer - Ele pegou meu rosto em suas mãos e me beijou. Eu ... fiquei paralisada... não sabia como reagir. Queria chorar, não culpava ele, mas odiava essa situação. Quando ele viu que eu não retribui, se afastou.

- Jacob, você não pode ter essa responsabilidade. É  jovem, tem muito que conhecer ainda, não ficar perdendo tempo consertando corações e sendo um absorvente emocional. Vai ser bom eu ir, será melhor até mesmo para você.

- Não pode dizer o que é melhor pra mim Bella, eu tenho maturidade o suficiente para saber o que estou fazendo. - Diminuiu a distância entre nós - Me deixe tentar, você nem ao menos nos deu uma chance, ficou imersa na droga que era ele.

  - Já tomei minha decisão, sem contar que eu não posso confundir as coisas, sua amizade é muito valiosa para mim. Se virasse um romance, no fim perderia um namorado e um amigo.

- No meu vocabulário não há "término" para a gente - ele sussurrou e virou as costas - E Victoria? Ela irá atrás de você, realmente não tem medo?

- Não, tenho plena confiança em Deus, não temo nem a morte! - estava convicta disso.

- Ótimo, vejo que não há muito que se possa fazer, você sempre foi teimosa. - Ele correu em direção às árvores. Não gostaria que terminasse assim, mas não tinha como evitar.

    Ele queria que ficássemos juntos, mas eu não poderia. Ele é muito atraente, já disse isso. Tudo nele era agradável, antes eu poderia até pensar na probabilidade. Agora, não podia ignorar a situação, eu não era para ele e nem ele era para mim.

     Em um mundo natural, sem a coisa toda paranormal, poderíamos estar juntos. Edward seria um playboy que iria atrás das paty, e eu ficaria com o meu amigo de infância. Isso é um fato, o natural da vida. No entanto, no contexto atual, os dois são místicos e eu sou humana. Nem sou o alvo de imprint do Jake, confesso que nem gostaria, deve ser chato esse negócio de "destino" onde a gente não pode escolher quem ama. Esse último pensamento foi tão... Jake, ri internamente.

      Não é possível que os únicos garotos que tive o mínimo interesse, apesar de serem interesses distintos, são seres sobrenaturais.

Acho que eu tenho um tipo.
     Tremi com o pensamento.

Aprendendo A Ser Humana.Onde histórias criam vida. Descubra agora